Carta de Vila Velha: Rosário registra conquistas e demandas em direitos humanos

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) registrou, em plenário, a aprovação da “Carta de Vila Velha”  no encontro da rede composta por organizações que lutam por memória, verdade e justiça, que ocorreu dias 24 e 25 de maio, no Espírito mariadorosarioSanto.

“Os comitês civis que  integram a Rede Brasil – Memória, Verdade, Justiça, registram na Carta de Vila Velha o reconhecimento pelo progresso já alcançado desde a promulgação da Constituição de 1988 em matéria de direitos humanos, mas avaliam as preocupantes violações aos direitos humanos que são feitas de forma seletiva ainda no País, particularmente contra negros, jovens, a população empobrecida, e  a comunidade LGBTT”, disse.

Esses comitês civis,  acrescentou a deputada do PT, “foram estruturados a partir do momento em que a Presidenta Dilma sancionou a lei que compôs a Comissão Nacional da Verdade como uma forma de participação direta da sociedade brasileira para a busca da justiça, para o conhecimento da nossa própria história”.

Ainda, de acordo com Maria do Rosário, os comitês levantam a necessidade de revisão da Lei de Anistia, “destacando  a importância no período em que ela foi conquistada, mas que o novo momento da história do País demonstra a sua inadequação pelo Estado ter se auto anistiado diante dos crimes praticados pela ditadura militar”, frisou a petista.

Fonte- PT na Câmara

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Prefeito de Balneário Camboriú foi assassinado, aponta laudo da CNV

O primeiro prefeito de Balneário Camboriú, Higino João Pio, encontrado morto quando estava preso na Escola de

Os peritos da CNV, Saul Martins e Pedro Cunha, à esquerda, apresentam o laudo ao lado do coordenador da Comissão da Verdade de Santa Catarina, Anselmo Machado Foto: Marcelo Oliveira / ASCOM - CNV

Os peritos da CNV, Saul Martins e Pedro Cunha, à esquerda, apresentam o laudo ao lado do coordenador da Comissão da Verdade de Santa Catarina, Anselmo Machado Foto: Marcelo Oliveira / ASCOM – CNV

Aprendizes Marinheiros, em Florianópolis, em 3 de março de 1969, foi assassinado. Esta é a conclusão de laudo produzido pelo Núcleo Pericial da Comissão Nacional da Verdade, apresentado hoje à tarde na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, durante audiência da Comissão Estadual da Verdade.

A CNV produziu o novo laudo a partir da análise do inquérito do caso, dos laudos pericial, necroscópico e de local produzidos na época do crime e das fotografias da cena do crime.

Além da análise de documentos da época, a CNV realizou uma diligência na unidade militar onde morreu Pio, em 30 de janeiro deste ano. Na oportunidade, os peritos da CNV puderam fotografar e fazer um levantamento do local da morte, providência que ajudou no trabalho apresentado hoje em Florianópolis.

A CNV concluiu que, pela posição do corpo no local e pela rigidez que o cadáver apresentava, o corpo foi posto de pé no local e amarrado com um arame ao registro do banheiro do antigo camarote do capelão, onde o prefeito estava preso. O registro fica a 1m90 do chão e o corpo do prefeito foi colocado voltado para a parede, situações que, por si só, praticamente descartam a hipótese de suicídio, apontada na época como a causa da morte.

Para a CNV, não houve enforcamento e por consequência não houve suicídio. A causa provável da morte é homicídio por estrangulamento, provavelmente ocorrido muitas horas antes de a cena ter sido “montada”. “A morte do prefeito ocorreu pelo menos 8 horas antes da perícia, que foi realizada ao meio-dia do dia 3, pois o laudo necroscópico aponta que o corpo já estava em rigidez cadavérica”, afirmou o perito Pedro Cunha, da CNV.

Outro dado que ajuda a CNV a concluir por homicídio em vez de suicídio é a marca deixada pelo arame no pescoço da vítima, que foi apenas superficial e uniforme, enquanto que em caso de suicídio as marcas seriam profundas e mais fortes do lado do pescoço que fosse mais pressionado pela corda, geralmente com fratura do osso hióide ou da cartilagem da tireoide.

Veja a apresentação do caso Higino Pio feita pelos peritos da CNV em Florianópolis. O laudo é assinado pelo coordenador do núcleo pericial da CNV, Pedro Cunha, e os peritos da comissão Mauro Yared, Saul Martins e Roberto Niella.

FAMÍLIA – Segundo Júlio César Pio, filho de Higino, apesar de a Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) ter afirmado que a morte de seu pai não foi um suicídio, o laudo da CNV é o primeiro laudo técnico-pericial produzido sobre o caso depois dos laudos do processo, realizados em 1969 e que afirmam suicídio. “Mas sempre achamos que foi perseguição política”, afirmou.

A audiência foi prestigiada por deputados estaduais e pelo prefeito de Balneário Camboriú, Edson Piriquito. Para o atual prefeito, o laudo da CNV demonstrou “clara a grande mentira, a grande farsa e o uso desmedido da violência que matou o primeiro prefeito de nossa cidade”.

O Procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Maurício Pessutto, afirmou que o MPF em Santa Catarina possui um inquérito civil público sobre o caso. Ele requereu cópia do laudo à CNV para instruir o ICP. “É um valor nacional, que dentro da CNV, exista uma equipe que permita o acesso à prova tão relevante”, afirmou.

HISTÓRICO – Higino Pio é o único preso político catarinense morto em uma dependência pública naquele Estado. Outros catarinenses atingidos pela repressão política morreram ou desapareceram em outros Estados do Brasil ou no exterior.

Higino Pio foi o primeiro prefeito de Balneário Camboriú, eleito em 1965, pelo PSD, logo após a criação do município, que havia sido desmembrado de Camboriú. Em fevereiro de 1969, na quarta-feira de cinzas, ele e alguns funcionários da prefeitura foram presos por agentes da Polícia Federal e levados para a Escola de Aprendizes Marinheiros de Florianópolis. Após prestarem depoimento, todos foram soltos, exceto Higino Pio, que permaneceu incomunicável. No dia 3 de março, a família foi notificada de sua morte. A versão das autoridades foi suicídio.

Em novembro passado, a Comissão Estadual da Verdade realizou audiência pública em Itajaí sobre os efeitos da ditadura na região e colheu depoimentos sobre o caso do prefeito de Balneário Camboriú. Uma perícia do caso Higino Pio era uma reivindicação do Coletivo Catarinense de Memória, Verdade e Justiça desde a promulgação da lei que criou a Comissão Nacional da Verdade, em 2011.

Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de Comunicação

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Futura presidente promete abrir arquivos do Superior Tribunal Militar

presidentestmA partir do próximo dia 16, pela primeira vez uma mulher passará a comandar o Superior Tribunal Militar (STM), organismo responsável por julgar em última instância os crimes militares.

Constitucionalista e de posição liberal, a ministra Maria Elizabeth Teixeira Rocha afirmou em entrevista ao G1 que, como primeira medida dos nove meses em que presidirá o STM, vai mandar digitalizar e dar publicidade aos arquivos do tribunal referentes ao período da ditadura militar.
Faço questão de salvar nossa memória para o bem e para o mal. Para mostrar as mazelas do regime ditatorial e também a importância que essa justiça teve no combate aos abusos e às usurpações do Direito que foram cometidas nessa época.”

“Faço questão de salvar nossa memória para o bem e para o mal. Para mostrar as mazelas do regime ditatorial e também a importância que essa Justiça teve no combate aos abusos e às usurpações do Direito que foram cometidas nessa época.”

Defensora dos direitos humanos e das liberdades individuais, Elizabeth Rocha diz que a Lei da Anistia foi necessária para garantir a transição para a democracia, mas ressalta que aquele momento da história passou. Para ela, é pertinente discutir a revisão da legislação que garantiu perdão a militares que praticaram crimes de tortura.

“Naquele momento, foi um pacto necessário, porque se não fosse assim a redemocratização seria mais complicada. O que acho possível, do ponto de vista jurídico, é rever esse pacto sob a luz dos tratados internacionais”, defendeu.

Para a ministra, se o Supremo Tribunal Federal derrubar a Lei de Anistia, caberá ao STM julgar os crimes cometidos durante o regime militar. “O que pesa mais? Os tratados internacionais ou um pacto feito em um determinado momento da história?”, questiona Elizabeth Rocha.

Desde que assumiu uma cadeira no STM em 2007, como a primeira mulher a integrar o tribunal, a ministra se destacou pela defesa dos direitos das mulheres e dos homossexuais nas Forças Armadas.
É inconcebível, antiético, antidemocrático, inconstitucional você diferenciar cidadãos por conta da orientação sexual. Você vai impedir um homossexual de servir a Pátria, que é um dever que ele tem, e transformá-lo em um cidadão de terceira categoria?”

Em 2009, garantiu aos servidores da Justiça Militar da União o direito de incluírem companheiros do mesmo sexo como beneficiários do plano de saúde da categoria.

Um ano depois, em 2010, ficou vencida ao votar a favor de um tenente-coronel que acabou reformado pelo tribunal por ter tido um relacionamento homossexual com um subordinado.

Para a ministra, as Forças Armadas ainda precisam avançar na aceitação de militares homossexuais. “É inconcebível, antiético, antidemocrático, inconstitucional você diferenciar cidadãos por conta da orientação sexual. Você vai impedir um homossexual de servir a Pátria, que é um dever que ele tem, e transformá-lo em um cidadão de terceira categoria?”, indagou.

O Superior Tribunal Militar é composto por 15 integrantes nomeados pelo presidente da República, dos quais dez são militares e cinco civis. Maria Elizabeth Teixeira Rocha foi indicada para uma vaga no STM pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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Ela foi escolhida para presidir o tribunal em sessão administrativa no último dia 28. A ministra completará o mandato do general-de-exército Raymundo Nonato de Cerqueira Filho, que presidiria o STM até 2015. Ele vai se aposentar.

Antes de integrar o tribunal, Maria Elizabeth atuava como advogada. Ela é formada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) e tem pós-doutorado em direito constitucional pela Universidade Clássica de Lisboa.

Leia abaixo os principais temas abordados pela ministra na entrevista.
Mulher no tribunal militar

“Eles [militares] gostam de ser julgados por mulheres, porque a gente, além de ter uma visão diferenciada do comportamento humano, a mulher tem uma inteligência emocional que a distingue dos homens, que são muito racionais. A mulher considera a lei, o direito, com a compaixão, a misericórdia, que é importante para a parte mais fraca na relação jurisdicional, que é o réu. Sempre acho que mais mulheres atuando é extremamente proveitoso, porque se instala a diferença. O direito não é só aplicar a lei ao caso concreto. Senão, bastaria um computador. Mas também passa pela sensibilidade do julgador. É importante ter pessoas de vários segmentos sociais, gêneros, orientação sexual.”
Homossexuais nas Forças Armadas

“Acho que os militares e a própria sociedade têm avançado muito em aceitar. A questão da tolerância não é você necessariamente concordar, mas tem que aceitar. É inconcebível, antiético, antidemocrático, inconstitucional você diferenciar cidadãos por conta da orientação sexual. Você vai impedir um homossexual de servir a Pátria, que é um dever que ele tem, e transformá-lo em um cidadão de terceira categoria?”
Mulheres nas Forças Armadas

“As mulheres hoje são extremamente respeitadas. Já tem uma primeira-almirante. Acho que o que poderia avançar é as mulheres poderem manejar as armas fins. Na Aeronáutica, as mulheres pilotam, mas não conduzem armas fins na Marinha e no Exército. As mulheres não manejam submarinos, navios. No Exército, só chegam a generais de quatro estrelas [os integrantes de] infantaria, cavalaria e artilharia. Então, as mulheres, como não podem ser artilheiras, infantes ou cavaleiras, elas só chegariam ao generalato de três estrelas. Elas têm condições mesmo físicas de alcançar isso. É tudo uma questão de treinamento. Falta abertura. Mas isso é uma conquista que está ocorrendo gradativamente.”
Arquivos da ditadura

“Acho que é possível fazer uma mudança que eu reputo fundamental, que é preservar a memória do tribunal. Todos os processos relevantes até 1977 estão no Arquivo Nacional e, de 1977 em diante estão aqui. A história está dividida. Uma parte está lá e a outra aqui. A ideia é que possamos digitalizar os processos históricos, e já entrei em contrato com o diretor do Arquivo Nacional para viabilizar isso. E digitalizar sobretudo os documentos pós-1977, que são importantes porque subsidiam a Comissão da Verdade. É importante a preservação da memória. Por isso que faço questão de salvar nossa memória para o bem e para o mal. Para mostrar as mazelas do regime ditatorial e também a importância que essa Justiça teve no combate aos eventuais abusos e às usurpações do direito que foram cometidas nessa época. Digitalizando, a atuação do tribunal e a história do Brasil vão emergir. Papel acaba. O risco de não se fazer isso agora é de se perder para sempre.”
O STM no regime militar

“Esta Corte tem decisões que servem de paradigma, de modelo. Atuou na ditadura com independência, coragem. Concedeu a primeira liminar em habeas corpus, garantiu a liberdade de imprensa quando disse que as palavras colocadas, ainda que sob a forma chula ou desabonadora, não configurava crime contra a segurança nacional, defendeu o direito de greve e assinou um manifesto em 1977, no auge do regime militar, contra as torturas. Quando já não havia mais como encobertar e falsear a existência de tortura nos quartéis e no Doi-Codi, o STM não teve dúvida em assinar o manifesto. Foi o primeiro a se manifestar. Nenhuma outra Corte fez isso. A leitura que eu faço é que um general não teme outro general. Eles estão na mesma posição hierárquica e têm toda a liberdade para se colocarem ali. Os generais não se intimidavam, pois eram todos colegas de farda.”
Lei da Anistia

“Encaro como uma lei política e não como lei jurídica. Foi um acordo onde o perdão não significou o esquecimento. Por isso, acho que a Comissão da Verdade é relevante, na medida em que anistiar é perdoar o crime, mas não esquecer o passado. Até para que ele não se repita. Foi preciso forjar esse pacto, esse acordo de transição, para que o governo militar abrisse mão do poder. Naquele momento, foi um pacto necessário, porque, se não fosse assim, a redemocratização seria mais complicada. O que acho possível, sob o ponto de vista jurídico, é rever esse pacto sob a luz dos tratados internacionais. A Corte Interamericana determinou que o governo brasileiro investigue as torturas. E a discussão agora é saber o que vale:  a decisão do Supremo de manter a Lei da Anistia ou a decisão posterior da corte internacional que recomendou apuração da tortura. O que pesa mais? Os tratados internacionais ou um pacto feito em um determinado momento da história?”

Fonte- Globo.com

Publicado originalmente no http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/06/futura-presidente-promete-abrir-arquivos-do-superior-tribunal-militar.html

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CNV apresenta laudo sobre morte do prefeito de Balneário Camboriú (SC), em 1969

A Comissão Nacional da Verdade e a Comissão Estadual da Verdade Paulo Stuart Wright, de Santa Catarina, realizam

Higino João Pio, prefeito de Camboriú, falecido em 1969, aos 47 anos. Foto: Arquivo

Higino João Pio, prefeito de Camboriú, falecido em 1969, aos 47 anos. Foto: Arquivo

em Florianópolis, na próxima segunda-feira, 2 de junho, às 16h, audiência pública sobre a morte do prefeito de Balneário Camboriú, Higino João Pio, em março de 1969, enquanto estava sob a custódia da Marinha, na Escola de Aprendizes Marinheiros, na capital catarinense.

Higino Pio é o único preso político catarinense morto em uma dependência pública naquele Estado. Outros catarinenses atingidos pela repressão política morreram ou desapareceram em outros Estados do Brasil ou no exterior.

Na ocasião, o coordenador do núcleo pericial da CNV, Pedro Cunha, e os peritos da comissão Saul Martins e Roberto Niella, apresentarão laudo técnico sobre o caso no qual analisarão as circunstâncias da morte de Higino Pio.

Os peritos da CNV estiveram em Florianópolis em 30 de janeiro deste ano e realizaram uma diligência na unidade militar onde morreu Pio. Na oportunidade, os peritos da CNV puderam fotografar e fazer um levantamento do local da morte, providência que ajudou no trabalho que será apresentado na próxima segunda-feira.

O corpo de Higino Pio foi encontrado preso por um pedaço de arame ao registro do banheiro do antigo camarote do capelão. Atualmente, o local ainda funciona e é uma suíte do alojamento de oficiais.

Higino Pio foi o primeiro prefeito de Balneário Camboriú, eleito em 1965, pelo PSD, logo após a criação do município, que havia sido desmembrado de Camboriú. Em fevereiro, na quarta-feira de cinzas de 1969, ele e alguns funcionários da prefeitura foram presos por agentes da Polícia Federal e levados para a Escola de Aprendizes Marinheiros de Florianópolis. Após prestarem depoimento, todos foram soltos, exceto Higino Pio, que permaneceu incomunicável. No dia 3 de março, a família foi notificada de sua morte. A versão das autoridades foi suicídio.

Em novembro passado, a Comissão Estadual da Verdade realizou audiência pública em Itajaí sobre os efeitos da ditadura na região e colheu depoimentos sobre o caso do prefeito de Balneário Camboriú. Uma perícia do caso Higino Pio era uma reivindicação do Coletivo Catarinense de Memória, Verdade e Justiça desde a promulgação da lei que criou a Comissão Nacional da Verdade, em 2011.

Filhos e outros familiares de Higino Pio comparecerão à audiência em Florianópolis, entre eles Júlio César Pio. Políticos da região de Itajaí e de Balneário Camboriú que atuaram na época do prefeito falecido também devem comparecer ao evento.

SERVIÇO

O quê: Audiência Pública sobre o caso Higino João Pio
Quando: 2 de junho de 2014
Horário: 16h
Onde: Sala das Comissões, Assembleia Legislativa de Santa Catarina
Endereço: Rua Doutor Jorge Luz Fontes, 310, Florianópolis
Transmissão: TV Alesc

Fonte- Comissão Nacional da Verdade

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Carta de Vila Velha – Rede Brasil – Memória, Verdade, Justiça

Carta de Vila Velha - Rede Brasil - Memória, Verdade, Justiça - 24 e 25 de maio de 2014

Carta de Vila Velha – Rede Brasil – Memória, Verdade, Justiça – 24 e 25 de maio de 2014

 

A Rede Brasil – Memória, Verdade, Justiça, à qual o Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça é membro integrante, torna pública a Carta de Vila Velha, aprovada em encontro da Rede, realizado nos dias 24 e 25 de maio de 2014.

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X Conseju acontecerá em julho

O X Conseju- Congresso Estadual dos Servidores do Judiciário: “50 ano do golpe militar: antes, durante e depois” golpe1964acontecerá  de 26 a 28 de julho, em Curitiba.
Com o tema “O Golpe de 1964, o antes, o durante e o depois”, o X Conseju remonta a história recente dos brasileiros e apresentará discussões sobre a saúde dos trabalhadores do Judiciário, a PEC do Estatuto Nacional, a democratização da Justiça, além de discutir os problemas específicos dos servidores para melhorar as condições de trabalho. Durante o congresso, os servidores poderão apresentar teses para alteração do Estatuto do Sindijus-PR. O local de realização do Conseju ainda será definido.

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Comissão da Verdade retomará busca por mortos no Parque do Iguaçu

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Debate na Comissão de Direitos Humanos: militantes teriam sido emboscados pelo Exército em 1974. Foto : Antonio Aráujo/ Câmara dos Deputados

Em audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias na quarta-feira (21), o representante da Comissão Nacional da Verdade, Ivan Seixas, afirmou que o massacre no Paraná foi a operação mais investigada e com informações mais precisas sobre o período, depois da guerrilha do Araguaia, movimento guerrilheiro destruído pelas Forças Armadas no anos 1970.

Seixas participa há aproximadamente uma década de diversas expedições na região para localizar os restos mortais dos guerrilheiros Daniel José de Carvalho, Joel José de Carvalho, José Lavecchia, Vitor Carlos Ramos e o argentino Enrique Ernesto Ruggia. Ele ressaltou que “o episódio não foi esquecido, foi exaustivamente analisado e investigado, e continuará tendo, no segundo semestre deste ano, mais buscas e mais investigações”.

Ainda há um sexto integrante da organização, Onofre Pinto, um dos líderes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) que, segundo relatos de testemunhas que participaram da operação, foi morto e teve o corpo jogado em um rio, cuja ponte está submersa pelas águas da Usina Hidrelétrica de Itaipu.

Memória

O autor do livro “Onde foi que vocês enterraram nossos mortos?”, que revelou a história da chacina, Aluízio Palmar, após anos de investigação e pesquisa, relatou que os militantes da VPR foram atraídos para uma emboscada, em uma operação liderada pelo coronel do Exército Paulo Malhães, morto no último dia 25 de abril.

Ele afirmou que o esquecimento não pode vencer a memória e a verdade. “Tenho muita fé que o trabalho em torno da memória vai levar o País a conhecer o período da ditadura, a localizar os desaparecidos e a punir os responsáveis pelas violações de lesa-humanidade”, observou Palmar.

Lilian Ruggia, irmã do argentino Enrique Ruggia, morto aos 18 anos, se emocionou na audiência pública ao relatar o último encontro com o irmão antes dele decidir entrar clandestinamente no Brasil para lutar contra a ditadura. Ela disse que passou a vida buscando um corpo para chorar, para sepultar junto com seus pais e para ter um pouco de paz. “A investigação vale para história dos povos, para que todos os desaparecimentos sejam lembrados e que esses crimes não sejam repetidos”, observou.

Participação

A jornalista Juliana dal Piva, que entrevistou o coronel Paulo Malhães um mês antes dele morrer durante um assalto a sua casa, em Nova Iguaçu (RJ), disse que militar confirmou a participação no episódio, liderando a operação. Segundo dal Piva, no entanto, Malhães afirmou que os corpos dos militantes foram jogados no rio e não enterrados no parque e, portanto, não podem ser localizados.

Rosa Cardoso, membro da Comissão Nacional da Verdade, rebateu essa informação. Ela afirmou que suas revelações são importantes, mas não são totalmente confiáveis: “O coronel queria causar confusão, dificultar o processo e criar uma cortina de fumaça nas investigações”, disse Cardoso.

Fonte- Agência Câmara Notícias

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Audiência pública debaterá a Chacina do Parque Nacional do Iguaçu

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados debaterá, na próxima quarta-feira (12), a Chacina do Parque Nacional do Iguaçu. A audiência pública, proposta pelo deputado Assis do Couto (PT-PR)e aprovada na comissão, acontece no plenário 9 da Câmara e também poderá ser assistida pela internet, na página da comissão e através de um link direto na página do deputado.

chacinadoparqueA Chacina do Parque, que vitimou cinco brasileiros e um argentino, é considerada pela Comissão Nacional da Verdade como um dos episódios mais recobertos de incertezas e mistério até hoje, entre todos os casos de mortes e desaparecidos políticos registrados no período ditatorial. Os restos mortais dos cinco militantes, todos integrantes da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) nunca foram encontrados. “Mas temos indícios suficientes para acreditar que estes corpos foram enterrados no Parque Nacional do Iguaçu, às margens da antiga Estrada do Colono”, disse o deputado Assis do Couto, que neste ano é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.

Autoridades ligadas à promoção de direitos humanos, à Comissão Nacional da Verdade, jornalistas, deputados, e parentes das vítimas foram convidados para participar da audiência pública. A irmã do argentino, Enrique Ernesto Ruggia, já confirmou a participação no evento. Assim como Aluízio Palmar, autor do livro “Onde foi que vocês enterraram nossos mortos?”.

No livro, Aluízio Palmar lembra que já foram realizadas buscas no parque pelos seis desaparecidos. Mas estas buscas foram rápidas e, agora com novas pistas, é preciso sensibilizar o governo para continuar os trabalhos. “Vamos dar mais um passo para esclarecer e sensibilizar o governo a continuar as buscas pelas vítimas da chacina acontecida no ano de 1974″, afirmou.

Para o deputado Assis do Couto, a audiência pública é uma oportunidade de esclarecer um pedaço da história brasileira escondida no Parque Nacional do Iguaçu. “O governo já realizou buscas no parque, utilizando helicópteros, fez escavações e a população nunca foi informada do que, realmente, estava acontecendo. Por isso, esta audiência é uma forma de contar essa história à população e garantir o direito à memória neste ano de 2014, proclamado pela Câmara como o Ano da Democracia, da Memória e do Direito à Verdade”, reforça.

Fonte- PT na Câmara

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Sindicato cria GT de resgate da Verdade, Memória e Justiça

memoriaverdadeejustiça Na toada das atividades que refletiram sobre os 50 anos do golpe civil militar de 1964, puxadas pelo Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça, pela Comissão Estadual da Verdade do Paraná e da Comissão Estadual da Verdade da Ordem dos Advogados, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região criou o Grupo de Trabalho de resgate da Verdade, Memória e Justiça dos Bancários.

O objetivo do GT é realizar atividades de pesquisa, buscar fontes e reconhecer a história dos bancários que sofreram graves violações cometidas durante a ditadura. Com um forte histórico de lutas sociais e participação cidadão para além de causas meramente economicistas, o Sindicato forneceu grande contribuição à luta dos trabalhadores e da sociedade.

“Muitos documentos ainda precisam ser sistematizados e organizados no acervo do Sindicato, assim como é preciso ir atrás de depoimentos de muitos bancários que contribuíram com a luta sindical nos anos de chumbo e na época da clandestinidade do pós-estado novo, quando muitos sofreram por serem vinculados ao Partido Comunista do Brasil, o PCB”, lembra Marcio Kieller, membro da Comissão Estadual da Verdade – Teresa Urban, vice-presidente da CUT-PR e diretor de Políticas Sociais do Sindicato.

Fonte: SEEB Curitiba

“É fundamental que se levante a história dos heróis bancários que resistiram, mas não deixaram de sofrer com as mãos pesadas das ditaduras do Estado Novo varguista e da ditadura oriunda do golpe civil militar de 1964. Por isso se faz necessária a constituição deste grupo de levantamento histórico e de resgate da memória dos trabalhadores bancários”, reforça Kieller.

Além de Marcio Kieller, o GT é composto pelos dirigentes sindicais bancários Elias Hennemann Jordão, atual presidente da Fetec-CUT-PR, Antônio Luís Fermino, secretário geral do Sindicato, André Machado, diretor de Imprensa do Sindicato e Junior Cesar Dias, diretor de Organização. Ao saber da criação do Grupo de trabalho, o ex-dirigente sindical Sergio Athayde se dispôs a colaborar com os trabalhos e atividades a serem desenvolvidos pelo grupo.

O Grupo deve se reunir nos próximos dias para estabelecer um eixo de trabalho, com elaboração de um cronograma de atividades que possam ser desenvolvidas para dar sustentação aos trabalhos feitos pelas comissões Estadual e Nacional da Verdade.

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CNV tem reunião de trabalho com comissões estaduais e municipais

comissao-da-verdadecachorroA Comissão Nacional da Verdade realiza nesta segunda-feira,19, em São Paulo, a partir das 10h, no auditório do Banco do Brasil, uma reunião de trabalho com comissões estaduais e municipais da verdade parceiras. Na reunião, a CNV apresentará a estrutura de capítulos do relatório final e receberá informações atualizadas sobre as investigações realizadas pelas comissões parceiras.

O objetivo da reunião é agilizar a troca de informações com as comissões estaduais e municipais com as quais a CNV tem parceria visando a elaboração do relatório final da Comissão Nacional da Verdade, previsto para ser divulgado dia 10 de dezembro deste ano. Um dos focos do encontro é o tema dos mortos e desaparecidos políticos.

A reunião é de trabalho e será exclusiva para membros e assessores da CNV e das comissões convidadas que confirmarem presença. Cerca de 20 comissões devem participar do encontro com a CNV.

SERVIÇO

O quê: Reunião de trabalho com comissões da verdade estaduais e municipais parceiras
Quando: 19 de maio de 2014
Horário: das 10h às 17h
Local: Auditório do Banco do Brasil em São Paulo
Endereço: Avenida Paulista, n° 2163 (esquina com a Rua Augusta), 17° andar, Edifício Banco do Brasil, Cerqueira César, São Paulo

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