“Violência de estado, justiça e reparação: relatos da Comissão Estadual da Verdade” fazem parte da pauta de discussão no Paraná

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Resultado do esforço conjunto do  Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Paraná, do Ministério Público do Paraná, deste Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça, da Comissão Estadual da Verdade do Paraná – Teresa Urban, da OAB-PR e apoio da Fundação Araucária, CNPq e Sociedade dos Amigos do Museu Paranaense – SAMP, acontece entre os dias 15 a 19 de junho de 2015 o “Fórum Violência de Estado, Justiça e Reparação: relatos da Comissão Estadual da Verdade”.

O ciclo de eventos tem entre seus objetivos promover o debate público sobre o relatório entregue à sociedade paranaense pela comissão do Paraná em dezembro último, em especial o aprofundamento de temas como políticas de memória que promovam a superação de políticas de esquecimento.

Mais informações pode ser obtidas clicando aqui.

Leia os relatórios da CEV-PR e da CNV acessando os links deste portal.

 

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Justiça de Transição e Direitos Humanos foram alguns dos temas debatidos em palestras e reunião sobre os relatórios da CNV e CEV-PR em Curitiba, nos dias 14 e 15 de maio ultimo.

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Nos dias 14 e 15 de maio último, a advogada criminalista e professora universitária Rosa Cardoso (membro da extinta Comissão Nacional da Verdade – CNV e coordenadora da mesma no período de maio a agosto de 2013) esteve em Curitiba para um conjunto de atividades com o Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça e a Comissão Estadual da Verdade do Paraná.

 

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No dia 14 à noite, foi realizado evento no Sindicato dos Bancários. O evento teve como tema central o debate sobre a parte do relatório da CNV que trata da repressão aos trabalhadores, partidos políticos e sindicatos.

No dia 15, na parte da manhã, um debate com os alunos do curso de direito da UNIBRASIL, abordou os relatórios nacional e estadual sob aspectos relativos à Justiça de Transição e Direitos Humanos e os efeitos da ditadura civil-militar nos dias atuais.

 

Reunião da CEV-PR com Rosa Cardoso nas instalações do Ministério Público do Paraná.

Reunião da CEV-PR com Rosa Cardoso nas instalações do Ministério Público do Paraná.

Reunião da CEV-PR com Rosa Cardoso nas instalações do Ministério Público do Paraná.

Reunião da CEV-PR com Rosa Cardoso nas instalações do Ministério Público do Paraná.

No período da tarde, reunião da Comissão Estadual da Verdade do Paraná teve como foco central o debate sobre a metodologia de trabalho, as estratégias e os resultados obtidos nos relatórios nacional e estadual e a busca de avanços no campo da investigação no âmbito da Comissão Estadual da Verdade do Paraná – CEV-PR, vez que a mesma deverá finalizar seus trabalhos em dezembro próximo. A CEV-PR entregou à sociedade paranaense relatório em dezembro de 2014 e, no ato de entrega, teve seu mandato prorrogado por mais um ano, o que permitirá aprofundar casos investigados e avançar em outros que não compuseram o relatório entregue.

 

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Encontro da CEV-PR e Rosa Cardoso com o Procurador Geral de Justiça do Ministério Público do Paraná, Gilberto Giacoia.

 

Clique aqui para acessar o Relatório Final da CNV.

Clique aqui para acessar o Relatório da CEV-PR.

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Desenterrando segredos de Linhares

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Fonte: Tribuna de Minas

Cultura
17 de maio de 2015 – 06:00

Desenterrando segredos de Linhares

 

Daniela Arbex, repórter especial da Tribuna, lança seu segundo livro, ‘Cova 312’, nesta quarta, abrindo as celas da principal penitenciária política do país
POR MAURO MORAIS

“Tu trouxeste o Milton contigo”, disse Gessi, a irmã do militante político Milton Soares de Castro, ao conhecer, depois de mais de dez anos da primeira ligação telefônica, a jornalista Daniela Arbex. Naquele momento, a repórter que já havia localizado – em reportagens publicadas na Tribuna, em 2002 -, os restos mortais do jovem gaúcho, também levava verdades. Segredos enterrados por mais de 50 anos sobre o único civil preso na guerrilha da Serra do Caparaó. Mistérios escondidos na história oficial sobre o único preso político encontrado morto dentro de uma cela da Penitenciária de Linhares. Em “Cova 312″ (Geração Editorial, 344 páginas), seu novo livro-reportagem, cujo lançamento nacional acontece nesta quarta, dia 20, às 19h, na Livraria Saraiva do Independência Shopping, em Juiz de Fora, Daniela não apenas resgata Milton, mas outros tantos confinados de um dos presídios políticos mais importantes do Brasil.

No encalço da História do país, a autora revela a participação da cidade na ditadura não somente por ter servido como ponto de partida das tropas militares do general Olímpio Mourão Filho, que na noite de 31 de março de 1964 seguiram rumo ao Rio de Janeiro e ao golpe. A cada página, uma nova cela do enorme presídio é aberta. Saem dali personagens que hoje ganharam destaque na política nacional, como o atual governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel. Por detrás das grades, também surge o Documento de Linhares, primeiro registro a ganhar repercussão internacional denunciando torturas e descasos nos porões da ditadura. Daniela faz conhecer, então, os horrores que sempre moraram ao lado e viveram extremamente silenciados.

 

Autora de “Holocausto brasileiro” (Geração Editorial, 2013), título que já superou a marca dos cem mil exemplares vendidos, finalista do Prêmio Jabuti (2o lugar) e vencedora do prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), Daniela mais uma vez sai para o mundo carregando na mala sua cidade de origem e, dessa vez, seu lugar de trabalho. Personagem de relevo na nova obra, a Tribuna serve como cenário e como porta-voz de uma investigação que desmascarou uma farsa sustentada por anos: a real forma da morte de Milton. “Minha história se confunde com a do jornal. Estou aqui há quase 20 anos, e foi ele que me permitiu viver o que poucos repórteres no Brasil viveram. Para mim, o jornal é imenso, o mais importante”, emociona-se a repórter.

Com prefácio de Laurentino Gomes, vencedor do Jabuti de 2014 (Daniela, com seu trabalho de estreia ficou em segundo lugar), “Cova 312″ é a continuidade da premiada série homônima do início dos anos 2000. “O tema pode parecer pesado e, como trata de episódio ainda mal resolvido da História recente brasileira, difícil de digerir. Seria assim, não fosse a capacidade prodigiosa de Daniela Arbex de transformar histórias trágicas em uma narrativa fluida, atraente, poética e, em alguns momentos, até divertida”, comenta o autor da best-seller trilogia “1808″, “1822″ e “1889″. “Aos poucos, ela vai revelando também a cinzenta rotina da prisão: torturas, resistência, amores, sofrimentos, pequenas e efêmeras alegrias que jamais se completavam”, pontua, na orelha da obra, o publisher da Geração Editorial, Luiz Fernando Emediato, que diz ser a história “temperada de tragédia e emoção”.

Após mais de um ano de novas investigações, que ocorreram em Brasília, Minas, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, Daniela escreve, com justiça e sensibilidade, o que o tempo tentou apagar. Registra seus passos jornalísticos ao percorrer os corredores de um presídio, desenterrando a história de anônimos e conhecidos, de Juiz de Fora e de uma nação.

 

‘Ganhei o mundo da sala da minha casa’

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Leia a entrevista com Daniela Arbex, repórter especial e escritora, no link  Tribuna de Minas

 

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Rosa Cardoso participará de eventos em Curitiba, nos próximos dias 14 e 15 de maio de 2015, para debater os relatórios das comissões da verdade.

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Com o tema central “Os Relatórios das Comissões da Verdade: por uma agenda de justiça de transição e direitos humanos” , serão realizados dois eventos em Curitiba, nos dias 14 e 15 de maio de 2015, conforme programação acima.

Participam das palestras e dos debates Rosa Cardoso, que integrou a Comissão Nacional da Verdade e coordenou a mesma  em 2013, além dos membros da Comissão Estadual da Verdade do Paraná – Teresa Urban.

Os eventos são abertos ao público.

Além disso, será realizado na UNIBRASIL  o evento abaixo:

 

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Nota pública da Comissão Estadual da Verdade do Paraná – TERESA URBAN, 1º de maio de 2015

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Nota pública

1º de maio de 2015

 

Verdade, Memória e Justiça, para que não se esqueça, para que não mais aconteça: 29 de abril de 2015

 

A Comissão da Verdade do Paraná vem atuando no esclarecimento e exame das graves violações aos Direitos Humanos havidas no Estado do Paraná no período de 18 de setembro de 1946 à 05 de outubro de 1988, estando programado o encerramento de seus trabalhos para o mês de dezembro de 2015.

A partir de depoimentos de vítimas, de narrativas testemunhais e provas documentais, constatou-se – em maior ou menor grau – o comprometimento de parcela importante dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário – com a ruptura, em vários episódios e momentos distintos, do então Estado de Direito.

Através de seus Grupos de Trabalho – com apoio de Universidades e instituições da sociedade civil – verificou-se, também, a disseminação de uma cultura de violência à partir de ações ou omissões de agentes do Estado ou de suas instituições (incluindo parcelas da própria sociedade civil) tudo a acarretar graves consequências no presente.

Em vista disso, em 08 de dezembro de 2014, a Comissão Estadual da Verdade entregou o seu Relatório em mãos do Excelentíssimo Senhor Governador Beto Richa, tendo assentado naquele várias recomendações, destacando-se dentre estas (por oportuno), a desmilitarização da Polícia Militar Estadual, a avaliação da necessidade de se manter ou não a Justiça Militar e a necessidade da alteração no currículo aplicado nos centros de formação das Forças Armadas e Colégios Militares, dando-se maior ênfase à educação em Direitos Humanos e história da Ditadura Militar.

Em 29 de abril de 2015, parte das graves violações aos direitos humanos ocorridas no período ditatorial apontadas no Relatório da Comissão Estadual da Verdade se repetiram. O Poder Judiciário, provocado pelo Chefe do Legislativo Paranaense, expediu ordem judicial a qual, na prática – ao ser executada pelo Chefe do Poder Executivo e sua Secretaria de Segurança – resultou na lesão aos princípios constitucionais da livre manifestação de pensamento, da livre organização sindical e social, do direito de reunião, da segurança jurídica, da publicidade e da legalidade, dentre outros. Anteriormente, a greve dos professores e funcionários de escolas públicas já havia sido posta na ilegalidade, sem observância do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal.

Sob o pretexto da legalidade, praticaram-se atos de graves violações aos direitos humanos e sociais. Bombas, tiros e a mais brutal repressão contra manifestantes indefesos foram praticadas em desfavor da população desarmada substituindo o diálogo, a racionalidade e a ponderação necessários aos detentores de poder. Tais fatos restaram sobejamente demonstrados, com imagens e textos que foram difundidos pela imprensa à nível local, nacional e internacionalmente, inclusive na rede mundial de computadores.

O ovo da serpente do autoritarismo e a banalidade do mal de um Estado de exceção que se constrói na violação ao Estado Democrático de Direito são alimentados pela cultura de violência, imposta na prática por agentes do Estado.

A visão doutrinária que alimentou o regime militar, na qual a população civil era vista como inimiga do regime (a conhecida doutrina de segurança nacional), se mantém inalterada quando as forças policiais do Estado – que deveriam garantir a segurança e a ordem – se movem no sentido oposto ao da legalidade.

Entendemos necessário que as instituições de defesa da sociedade, como o Ministério Público, a Defensoria Pública, a Ordem dos Advogados do Brasil, o Conselho Nacional de Justiça e demais entidades da sociedade civil, promovam a mais ampla investigação – com posterior responsabilização e sancionamento – envolvendo toda a cadeia de comando, de todas as hierarquias e responsabilidades, em todas as esferas de Poder, nas ações comissivas e omissivas que deram azo às graves violações de direitos humanos havidas no Paraná, em especial no período imediatamente anterior e no próprio dia 29 de abril de 2015.

A Comissão Estadual da Verdade Teresa Urban tem compromisso com a verdade histórica e factual. Em visão prospectiva, defendemos um Estado materialmente Democrático de Direito. Estamos comprometidos com a ordem constitucional e não com o arbítrio e a violência, que geram a insegurança, a impunidade, a corrupção e o medo.

Nossos mártires históricos, muitos ainda desaparecidos, morreram clamando por Justiça e a sociedade do Paraná espera que isso não tenha sido em vão.

 

Comissão Estadual da Verdade do Paraná – TERESA URBAN

CIRCULO

A presente Nota Pública foi lida no Ato de 1º de maio, no Centro Cívico, em Curitiba e entregue à Direção da APP-Sindicato.

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EL CONDOR SIGUE VOLANDO EN CURITIBA – Martin Almada

Martin Almada

MARTIN ALMADA, PREMIO NOBEL ALTERNATIVO y MIEMBRO DEL COMITÉ EJECUTIVO DE LA ASOCIACION AMERICANA DE JURISTAS (AAJ)

 

 

La Policía que responde a la gobernación del Partido de la Social Democracia Brasileña (PSDB) y del DEM (Demócratas) utilizó bombas de gas lacrimógeno, pelotas de goma y agua para dispersar a los profesores que se manifestaron pacíficamente contra la modificación del sistema jubilatorio vigente.

 

En el momento de los brutales incidentes, la Asamblea Legislativa regional debatía enmiendas a un proyecto de ley enviado por el gobernador de Paraná, Beto Richa, y que fue aprobado a pesar de ser rechazado por los sindicatos de los profesores universitarios, de educación primaria y secundaria.

 

Mas de 200 personas resultaron heridas en la ciudad brasileña de Curitiba, capital del sureño estado de Paraná, después de la salvaje intervención de la Policía que nos recuerda la dictadura militar que por lo visto no se fue.

 

El gobierno de Parará violó la Declaración Universal de los Derechos Humanos ,El Art,20 prevé: “Toda persona tiene la libertad de reunión y de asociación pacifica.. El articulo 23,expresa textualmente:” inc.3) Toda persona tiene derecho a una remuneración equitativa y satisfactoria, que le asegure, así como a su familia, una existencia conforme a la dignidad humana…”También se violaron la Declaración Americana de los Derechos y Deberes del hombre y la Convención Americana sobre Derechos Humanos.

 

Además violaron la Resolución sobre la situación del Personal Docente, Convenio OIT/UNESCO y la Resolución del Congreso Mundial de la Internacional de la Educacion ,Washington 25/29 de julio de 1998 (http://www.ei.ei.org,)
Es evidente que el Gobernador de Paraná procedió conforme a la conocida receta del TERRORISMO DE ESTADO, esencia de la OPERACIÓN CONDOR ,UNA CONSPIRACION CONTRA LA SOCIEDAD DEL CONOCIMIENTO entre los países dictatoriales de Argentina ,Brasil, ,Bolivia ,Chile ,Paraguay y Uruguay que dejó mas de 100.000 victimas en el Cono Sur.

 

El próximo 25 de noviembre del 2015 se cumplirá 40 años de la creación del monstruo Cóndor en Santiago de Chile ,siendo su ideólogo el entonces secretario de estado norteamericano Henry Kissinger.

 

A mas de expresar nuestra solidaridad con la lucha de los colegas paranaenses sugerimos , se solicite de la Oficina del Alto Comisionado para los Derechos Humanos ,Ginebra, el envío URGENTE a Curitiba al RELATOR ESPECIAL SOBRE EL DERECHO A LA EDUCACION para que in situ constate las denuncias formuladas y exija al Gobierno del Brasil respetar los acuerdos internacionales firmados oficialmente, es decir, la declaración de nulidad de la enmienda del Gobernador Richa.

 

PROTESTAR ES UN DERECHO, REPRIMIR ES UN DELITO.

Asuncion, mayo del 2015

MARTIN ALMADA

 

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A Comissão da Verdade do Rio convida para a Audiência Pública dos Médicos Legistas dia 07 de maio de 2015

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A Comissão da Verdade do Rio convida para a Audiência Pública dos Médicos Legistas Graccho Guimarães Silveira e Roberto Blanco dos Santos.

Ambos são autores de Exames Cadavéricos de militantes políticos mortos ou desaparecidos no período da ditadura. Responderam a processo no Cremerj e, mais recentemente, foram apontados pela CNV como coautores de violações de direitos humanos.

As incongruências dos laudos de Lincoln Bicalho Roque, Merival Araújo e José Jobim, conduzirão os questionamentos da CEV-Rio aos médicos-legistas.

A audiência ocorrerá nesta quinta-feira 07 de maio às 10 horas, na sede da CEV-Rio: Av. Marechal Câmara, 210, 6º andar.

 

Avenida Marechal Câmara, 210, 4º andar – Centro, Rio de Janeiro, RJ – CEP: 20.020-080
Telefone: (21) 2277-2389

www.cev-rio.org.br

www.facebook.com/comissaodaverdadedorio

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“Gracias a la Vida; Memórias de um militante”, conversa com o autor Cid Benjamin

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Os Setores de Educação e de Ciências Jurídicas da UFPR convidam a todas e a todos para o lançamento do livro “Gracias a la Vida; Memórias de um militante” e conversa com o autor Cid Benjamin.

O evento acontece no dia 30 de abril de 2015, às 10 horas, na Sala da Memória, localizada no 1° andar do Prédio Histórico da Universidade Federal do Paraná, Praça Santos Andrade, Curitiba, capital.

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Morre, aos 72 anos Inês Etienne Romeu, única sobrevivente da Casa da Morte de Petrópolis (RJ).

 

 

Inês Etienne Romeu tinha 72 anos e faleceu em casa, na manhã desta segunda-feira

 

Fonte: O DIA

JULIANA DAL PIVA

Rio – A ex-líder da Vanguarda Revolucionária Palmares (VPR) e única sobrevivente da Casa da Morte de Petrópolis, Inês Etienne Romeu, de 72 anos, morreu no início da manhã desta segunda-feira, em Niterói, na Região Metropolitana. Segundo informações, ela estava em casa e faleceu enquanto dormia.

Inês Etienne Romeu morreu nesta segunda-feira, em Niterói. Ela foi presa e torturada durante o regime militar e denunciou a existência da Casa da Morte, em Petrópolis

Foto:  José Pedro Monteiro / Agência O Dia

 

 

 

Inês foi presa pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury em São Paulo, no dia 5 de maio de 1971. Depois foi levada à Casa da Morte, onde ficou presa por 96 dias, sendo submetida a torturas e estupros. Ela foi libertada em Belo Horizonte em agosto de 1971. O imóvel, onde funcionou o centro clandestino, existe até hoje na Rua Arthur Barbosa 668, no bairro Caxambu, em Petrópolis. O proprietário atual é Renato Noronha, que comprou a casa em 1978. continue a ler esta matéria clicando aqui.

Comissão da Verdade homenageia única sobrevivente da Casa da Morte, em Petrópolis (RJ)

Por Redação

Fonte: Fundação Maurício Grabois

 

A resistência de Inês Etienne Romeu aos 96 dias de tortura e humilhação permitiram que se soubesse da existência do local mantido pelo governo militar.
Inês Etienne Romeu em julgamento no auditório do Exército do Rio após prisão na ditadura em 1972

Inês Etienne Romeu em julgamento no auditório do Exército do Rio após prisão na ditadura em 1972

 

Única sobrevivente da Casa da Morte, centro de tortura mantido pela ditadura militar em Petrópolis (RJ), Inês Etienne Romeu foi homenageada em uma audiência pública na Assembleia Legislativa. O encontro foi promovido nessa segunda-feira (25) à noite pela Comissão Nacional da Verdade, juntamente com a Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva. Debilitada, Inês, não pôde, no entanto, comparecer à audiência.

Militante da Vanguarda Popular Revolucionária, ela nasceu em 1942 e foi presa em 1971, acusada de participar do sequestro do embaixador suíço. Ficou 96 dias na Casa da Morte, sendo a única pessoa que se conhece que saiu viva do local. Enquanto esteve lá foi torturada, estuprada e humilhada. Só sobreviveu porque fingiu concordar em colaborar com o regime para denunciar companheiros de luta.

“Levava choques elétricos na cabeça, nos pés, nas mãos e nos seios. A certa altura, o Doutor Roberto [torturador] disse que eles não queriam mais informação alguma, estavam praticando o mais puro sadismo. Eu já havia sido condenada à morte e ele, Doutor Roberto, decidira que ela seria a mais lenta e cruel possível, tal ódio sentia pelos terroristas”, disse Inês em depoimento lido na ocasião e que faz parte do livro Luta, Substantivo Feminino.

A ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, destacou a importância da resistência de Inês. “A sua coragem e ousadia permitiram que soubéssemos da existência da Casa da Morte”, disse em um discurso emocionado em que também ressaltou o significado pessoal que a cerimônia tinha para ela. “Eu não estou aqui na condição de ministra, estou na condição de mulher, de ex-presa política, de amiga da Inês”.

Eleonora lembrou como a experiência da prisão marcou profundamente as mulheres que sofreram nos porões da repressão. “É importante reconhecer, nós temos força, mas muitas das nossas doenças são decorrentes do que passamos na cadeia. Por outro lado, a nossa força vem dela, a disciplina, a determinação e a nossa ética com a coisa pública”, acrescentou, pouco antes de encerrar sua participação.

Integrante da comissão estadual, Amélia Teles falou sobre as dificuldades das mulheres para superar as agressões sexuais a que foram submetidas pelos agentes da ditadura. “Faz 40 anos e eu falo com dificuldade [sobre isso]”, disse. “É um peso muito grande falar da violência sexual, você fica muito estigmatizada”.

Amélia contou que até o fato de ser mãe foi usado contra ela nas torturas em que exploravam o gênero da vítima para aumentar o sofrimento. Seus filhos pequenos foram levados para dentro da sala de tortura e viram seu corpo coberto de hematomas. Além disso, Amélia revelou fortes agressões sexuais que sofreu quando tinha 27 anos. “Em uma dessas sessões, um torturador da Operação Bandeirante, que tinha o nome de Mangabeira, se masturbava em cima do meu corpo quando eu estava amarrada na cadeira do dragão”, contou.

A homenagem a Inês foi o primeiro encontro do Ciclo de Debates Verdade e Gênero, que discutirá a violência contra a mulher durante a repressão. Participaram da audiência o coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Paulo Sérgio Pinheiro, e a psicanalista Maria Rita Kehl, que também integra a comissão.

Fonte: Agência Brasil

 

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Casa da Morte de Petrópolis Fonte: Cartografias da Ditadura

 

 

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Fonte: O Globo

 

 

 

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Ato de memória do navio prisão Raul Soares, hoje, 24/04/2015

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O Comitê Popular de Santos – Verdade Memória Justiça realiza hoje, dia 24 de abril de 2015, às 18 horas, nas proximidades do armazém 8 (atrás da Alfândega) ato – inserido no Dia de Sítio de Consciência – para lembrar o navio Raul Soares que foi utilizado pelos militares como navio prisão durante a ditadura militar.

 

 

RAUL SOARES O vapor Raul Soares, do Lloyd Brasileiro, atracado no Porto de Angra dos Reis, na década de 1930. Antigo Cap Verde e depois Madeira, da Hamburg-Süd, construído em 1900, era destinado ao transporte de emigrantes para o Brasil, Uruguai e Argentina. Tinha capacidade para oitenta passageiros em primeira classe e quinhentos imigrantes, acomodados em beliches, além de 180 tripulantes. Foi adquirido pelo Lloyd Brasileiro em 1925, para sua linha do Brasil a Hamburgo, na qual serviu durante quarenta anos. Era dotado de uma imensa chaminé, a maior dos navios brasileiros, que o tornava facilmente identificável. Na sua longa vida útil sobreviveu a duas guerras mundiais e teve um fim ignóbil: durante a ditadura militar, em 1964, foi utilizado como navio-prisão para dissidentes, ancorado no Porto de Santos. Um ano depois foi demolido.

O vapor Raul Soares, do Lloyd Brasileiro, atracado no Porto de Angra dos Reis, na década de 1930. Antigo Cap Verde e depois Madeira, da Hamburg-Süd, construído em 1900, era destinado ao transporte de emigrantes para o Brasil, Uruguai e Argentina. Tinha capacidade para oitenta passageiros em primeira classe e quinhentos imigrantes, acomodados em beliches, além de 180 tripulantes. Foi adquirido pelo Lloyd Brasileiro em 1925, para sua linha do Brasil a Hamburgo, na qual serviu durante quarenta anos. Era dotado de uma imensa chaminé, a maior dos navios brasileiros, que o tornava facilmente identificável. Na sua longa vida útil sobreviveu a duas guerras mundiais e teve um fim ignóbil: durante a ditadura militar, em 1964, foi utilizado como navio-prisão para dissidentes, ancorado no Porto de Santos. Um ano depois foi demolido. Fonte: Solaris Editora

 

 

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RAUL SOARES

Navio presídio

A outra face da “Revolução”

Nelson Gatto

Sou uma das milhares de vítimas da quartelada que desabou sobre o Brasil entre 31 de março e 1º de abril.

O depoimento que ora torno público, escrito em papel de embrulho num cárcere imundo de um dos sombrios navios-prisão em que brasileiros foram trancados, tratados como criminosos de alta periculosidade, é a explicação que dou aos meus amigos que, sempre que cruzam comigo, querem saber os motivos dos IPMs aos quais respondo. Sem qualquer pretensão literária, é apenas um documento a retratar o Brasil numa época desgraçada.

Logo após haver sido posto em liberdade por força de habeas-corpus, concedido pelo Superior Tribunal Militar, fui procurado pelo bispo de Santo André, dom Victor de Tarso Sanches Pupo, que, com lágrimas nos olhos e tristeza na voz, me abraçou comovido:

“Não pergunto o motivo de sua prisão. Tenho certeza de que você não saberia explicá-la. Eu também estive preso durante 53 dias sem que me dessem qualquer explicação. A única consideração que me dispensaram foi a de permitir que armasse um altar no xadrez para rezar pedindo a Deus que velasse pelos destinos do Brasil. Fui acusado de ser amigo do povo, de aplaudir as reformas de base tão necessárias para o progresso do país. E é a isso que chamam de revolução cristã…”

Revolução…

Muita gente acreditou nela quando os tanques vieram às ruas. Acreditou em dias melhores, na necessidade de enfrentar os “comunistas” que queriam “mergulhar o Brasil num mar de sangue”, na necessidade de encher os xadrezes para salvar a família brasileira, na moralidade prometida, nos discursos e proclamações da entidade abstrata que denominou a si mesma de “Alto Comando Revolucionário”.

Nada restou das solenes promessas, feitas no calor da tomada do poder por um grupo forte em armas, mas vazio de ideias.

As reformas anunciadas caíram no esquecimento, a soberania nacional foi gravemente mutilada, o governo, dia a dia, se mostra mais rancoroso.

Foram abertas as comportas da remessa dos lucros, contra a qual todos os bons brasileiros sempre se bateram. Comprou-se o “ferro velho” das concessionárias. Golpeou-se a Companhia Vale do Rio Doce, com a concessão de favores inéditos e vergonhosos à Hanna. Sufoca-se a indústria nacional. Esmaga-se o povo pela carestia.

Revolução…

Prendem, perseguem, seviciam, em nome da democracia, com o sacrossanto objetivo de agradar às “mães de família” que fizeram a marcha com “Deus pela Liberdade”…

A nova geração de políticos e líderes brasileiros foi expulsa da vida pública, está na cadeia ou no exílio. A cada momento, a ditadura militar se torna mais evidente. O movimento armado parece ter sido feito contra a cultura, contra médicos, advogados, engenheiros, jornalistas, sacerdotes e estudantes, que continuam enclausurados, em cubículos infectos, manchados de sangue. Nada de especial, como a Lei determina, para presos políticos.

Em um nunca mais acabar, os jornais continuam publicando listas de presos, de perseguidos, de novos exilados. É a prepotência, a distorção jurídica com que se pretende justificar as ameaças, as cassações e mandatos, as violações de lares, o desrespeito à dignidade humana.

E chamam a tudo isso de revolução…

***

Apregoaram que o movimento armado foi feito contra os comunistas e os corruptos. Prometeram, mesmo, uma exposição nacional do material subversivo e do armamento apreendido em poder de trabalhadores. Exposição que jamais se realizou e jamais se realizará, por não terem conseguido reunir material suficiente para impressionar até mesmo os de melhor boa fé.

Armamento algum foi encontrado nas sedes dos sindicatos. Vencida a quartelada, alguns governadores estarreceram a nação ao confessar, publicamente, que eles é que haviam formado “caixinhas”, para arrecadar fundos entre industriais, açambarcadores de gêneros e elementos das chamadas classes produtoras, destinados à aquisição de armas para enfrentar o governo legalmente constituído, que cuidava das reformas de base do país, contrariando, frontalmente, interesses de grandes grupos nacionais e estrangeiros.

Falaram que a revolução foi feita contra os corruptos. Como acreditar em tamanha balela de 1º de abril, se o político-símbolo da corrupção nacional figura como um dos líderes do movimento armado?

Corrupção…

Qual a providência adotada contra os 116 deputados eleitos pelo IPES e IBAD, órgãos criados para solapar as instituições nacionais? O escândalo ficou sobejamente comprovado nos últimos dias do governo deposto. Nada, no entanto, se fez contra os impatrióticos parlamentares.

Corrupção…

Qual maior corrupção do que essa, a grande corrupção política do Brasil?

A “revolução” não provou nenhum grande escândalo do governo deposto. Apenas alguns casos de venda de prestígio, bandalheiras comuns em todos os governos e que estão existindo, também, nesse do honrado marechal Humberto Castelo Branco.

As agremiações partidárias, covardemente, silenciaram ante o tacão militar.

Todas as correntes políticas, de uma forma ou de outra, participaram do governo do sr. João Goulart. Mas como governar, como cuidar dos interesses nacionais, do bem-estar social, se muitos homens públicos, como confessa o próprio sr. Adhemar de Barros, vinham conspirando, de há muito, contra o regime?

Revolução…

Milhares de brasileiros continuam nas prisões políticas, sofrendo toda sorte de coação física e moral, sem julgamento, ou caçados como feras, acuados em seus lares. Mães, esposas e filhos de prisioneiros choram, aterrorizados, sem entender o que ocorre no Brasil.

Engolfado na onda de violências, o povo reza e pede aos céus para que os militares, que tomaram o país de assalto e que, temporariamente, se encontram no poder, voltem para os quartéis, deixando aos civis a administração pública.

O texto acima abre as primeiras páginas do livro RAUL SOARES – Navio presídio, A outra face da “Revolução”, de Nelson Gatto. A versão eletrônica completa do livro pode ser acessada clicando aqui.

 

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