Plenária Estadual do Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça

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Informações úteis aos participantes

Inscrições

 

Translado Aeroporto Internacional Afonso Pena – Centro de Curitiba – UFPR

Opções de deslocamentos entre o Aeroporto Internacional Afonso Pena, localizado em São José dos Pinhais, e o centro de Curitiba:

a)     Taxi: custo médio de R$ 90,00 a R$ 100,00;

b)     Ônibus do sistema de transporte coletivo da cidade: custo de R$ 2,50;

c)      Ônibus Aeroporto Executivo: custo de R$ 8,00. Oferece ar condicionado, som ambiente a bordo e espaço para acomodar as bagagens. Passa por vários hotéis e pontos importantes da cidade. Partidas de 20 em 20 minutos em dias úteis e a cada 25 minutos aos finais de semanas e feriados. Saídas do Aeroporto das 6 às 23h30. Telefone: 41 3381-1326.

 

 

Hotelaria

Atenção: a relação abaixo tem exclusivamente a finalidade de auxiliar na localização da rede hoteleira próxima a Universidade Federal do Paraná, Campus Central e Estação Rodoferroviária.  A organização do evento não mantém convênio com os estabelecimentos listados. Eventuais reservas devem ser feitas diretamente no hotel de interesse.

 

Hotéis próximos a Rodoferroviária:

A: Formule 1 Curitiba

Rua Mariano Torres 927 – Centro, Curitiba – PR, 80060-120

(41) 3218-3838

www.accorhotels.com

 

B: Hotel Promenade

Rua Mariano Torres, 976 – Centro, Curitiba – PR, 80060-120

(41) 3014-4341

www.promenadehotel.com.br

 

C: Lizon Curitiba Hotel

Av. 7 de Setembro, 2246 – Centro, Curitiba – PR, 80060-070

(41) 2104-9494

 

D: Hotel Slaviero Villaggio

Rua Tibagi, 950 – Centro, Curitiba – PR, 80060-110

(41) 3074-9100

www.hotelslaviero.com.br

 

 

E:  Hotel Bonaparte Expess Curitiba

Av. visconde de Guarapuava, 20160 – Curitiba – PR, 80060-060

(41) 3071-5000

www.bonapartehoteis.com.br

 

F: Hotel Itamaraty

Avenida Presidente Affonso Camargo, 279 – Jardim Botânico, Curitiba – PR, 80060-090

(41) 3362-2022

www.hotelitamaratycwb.com.br

 

G:  Hotel Piratini

Av. 7 de Setembro, 1951 – Centro, Curitiba – PR, 80060-070

(41) 3262-5944

 

H:  Hotel Nova Lisboa

Av. 7 de Setembro, 1948 – Centro, Curitiba – PR, 80060-070

(41) 3264-1944

 

I: Hotel Lumini

Rua Gal Carneiro, 1094 – Alto da Glória, Curitiba – PR, 80060-150

(41) 3264-5244

www.hotellumini.com.br

 

J: Condor Hotel

Av. Sete de Setembro, 1866, Centro, Curitiba-PR – 80060-070

(41) 3262-0322

www.condorhotel.com.br

 

 

Hotéis próximos ao Prédio Histórico da UFPR

A: Formule 1 Curitiba

Rua Mariano Torres 927 – Centro, Curitiba – PR, 80060-120

(41) 3218-3838

www.accorhotels.com

 

B: Inter Palace Hotel e Centro de Eventos Ltda

Rua 15 Novembro, 950 – Centro, Curitiba – PR, 80060-000

(41) 3223-5282

 

C: Hotel Roochelle

Rua Tibagi, 307 – Curitiba – PR, 80060-110

(41) 2103-1100

www.hotelroochelle.com.br

 

D: Hotel Dann Inn (antigo Deville Express Curitiba

Rua Amintas Barros, 73 – Centro, Curitiba – PR, 80060-200

(41) 3322-8558

www.daninnhotel.com.br/hoteis/curitiba/principal.html

 

E: Hotel Golden Star

Rua Mariano Torres, 135 – Curitiba – PR, 80060-120

(41) 3888-7888

www.goldenstar.com.br

 

F: Estrela do Sul Hotel

Rua Francisco Torres, 386 – Curitiba – PR, 80060-130

(41) 3262-7172

www.hotelestreladosul.com.br

 

G: Master Express Curitiba

Rua Francisco Torres, 285 – Curitiba – PR, 80060-130

(41) 3218-5200

www.masterhoteis.com.br

 

H: Mabu Royal & Premium

Rua Quinze de Novembro, 830 – Centro, Curitiba – PR, 80020-300

(41) 3219-6000

www.masterhoteis.com.br

 

I: Altareggia Plaza Hotel – Curitiba

Rua Dr Faivre, 846 – Curitiba – PR, 80060-140

(41) 3026-3223

www.altareggia.com.br

 

J: San Martin Hotel

Rua João Negrão, 169 – Centro, Curitiba – PR, 80010-200

(41) 3222-5211

www.sanmartin.com.br

 

 

Opções de alimentação

Atenção: a relação abaixo tem exclusivamente a finalidade de auxiliar na localização opções de alimentação próximas à Universidade Federal do Paraná, Campus Central, Campus Politécnico e Campus Botânico.  A organização do evento não mantém convênio com os estabelecimentos listados. As informações de cardápio, formas de pagamento e eventuais reservas devem ser feitas e/ou confirmadas diretamente no restaurante de interesse.

 

 

A: Churrascaria Los Pampas

Endereço: Avenida das Torres, 1231, após o Portal de São José dos Pinhais | São José dos Pinhais – Paraná

Telefone: (41) 3283.5915

Cardápio: 75 tipos de saladas; 15 pratos quentes; 17 tipos de carne.

 


B: Churrascaria Per Tutti

Endereço: Avenida das Torres, 2958 – Guabirotuba – Curitiba – Paraná

Telefone: (41) 3296-5962

Cardápio: 28 tipos de Carnes Nobres, 50 tipos de saladas e molhos, 15 variedades de Pratos Quentes, entre eles o Bacalhau Gomes de Sá e Strognoff.

Nas quartas, no jantar, há o tradicional Rodízio de Carneiro e as quintas, no jantar e sábados no almoço há Rabada com Polenta.

Atendimento diariamente a partir das 11 horas para o almoço e a partir das 18 horas para o jantar. Aceita todos os cartões de créditos e tickets restaurantes.

 

 

C: Churrascaria Recanto Gaucho

Endereço: Avenida Comendador Franco, 4680

Telefone: (41) 3276-2615

 

 

D: Lonatto Carnes e Massas

Endereço: Avenida das Torres, 3769

Telefone: (41) 3266-9611

 

 

E: Churrascaria La Ventura Carnes e Massas

Endereço: Av. Comendador Franco, 3935 Curitiba – Jardim das Américas

Telefone: (41) 3267-5377/3266-8331

Horário de Atendimento: diariamente das 11h às 15h e das 19h às 23h

 

F: Restaurante Tecnoparque, no CIETEP

Endereço: FIEP – Federação das Indústrias do Estado do Paraná – Direitos Reservados
Av. Comendador Franco, 1341 – Jardim Botânico

Telefone: (41) 3271-7719 / (41) 3271-7735
 
Cardápio: 12 tipos de salada, 3 tipos de carne , 4 tipos de guarnições, sucos e sobremesa de cortesia.

 

 

 

G: Shopping Jardim das Américas

Endereço: Avenida Nossa Senhora de Lourdes, 63, Jardim das Américas

Telefone: (41)3366-5885

Praça de Alimentação 2º Piso

Nostra Pizza (Pizza, Saladas, Calzones e Lasanha)

Don Piatto (Massas em Geral)

10 Pastéis (Pastéis, Saladas e Panquecas)

Subway (Sanduíches)

Baxi Asian Food (Buffet de comida Chinesa)

Bellavi (Prato Executivo, sucos e saladas)

Mc Donalds (Sanduíches)

Rolos Sanduicheria (Sanduíches e Saladas)

América Grill (Buffet de comida por quilo, grelhados, saladas, batata suíça e sanduíches)

Tropical Banana (Sanduíches Naturais, sucos, smoothies e salada de frutas)

Au-Au (Sanduíches e Saladas)

Griletto Grelhados (Express, Grelhados e Parmegiana, massas, tábuas de picanha, frango) 

 

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Comissão da Verdade terá acesso a dados militares, diz ministro da Defesa

Em depoimento à Comissão da Verdade, o ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou na segunda-feira (3) que as Forças Armadas estarão à disposição do órgão para fornecer informações.

“Vamos facilitar o acesso todas as informações que forem pedidas”, disse o ministro aos sete membros da comissão. “Estamos agora falando em termos gerais, mas tudo estará aberto”.

Nos bastidores, os militares resistem aos esclarecimentos porque temem perseguição. Muitos acusam o governo Dilma Rousseff de revanchismo, já que ela própria foi torturada quando atuava contra a ditadura.
Os dados que mais interessam à comissão são os do Centro de Informações do Exército (CIE), da Aeronáutica (Cisa) e da Marinha (Cenimar). Amorim não garantiu que as informações a serem entregues ao grupo virão desses órgãos, mas disse já ter incumbido funcionários do Ministério da Defesa de manter contato permanente com a comissão

A reunião de hoje foi a segunda da comissão, que terá dois anos para investigar possíveis violações de direitos humanos praticadas entre 1946 e 1988. O principal foco do órgão, contudo, deverá ser o período do regime militar (1964-1985). O órgão não tem poder para punir eventuais excessos, como torturas e execuções sumárias.
Mais cedo, o advogado José Paulo Cavalcanti Filho informou que recusará os R$ 11,1 mil aos quais tem direito de receber como membro da comissão. Ele encaminhou um ofício à Casa Civil da Presidência da República para abrir mão da quantia. Ele manteve apenas o recebimento de passagens áreas de Recife para Brasília.

Fonte-Folha de S. Paulo

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RJ: governo pede desculpas a Dilma e outros 119 presos da ditadura

O governo do Estado do Rio de Janeiro realiza uma cerimônia de reparação a 120 presos políticos vítimas da ditadura na tarde desta segunda-feira, no Ginásio Caio Martins, em Niterói. Entre eles, está a presidente Dilma Rousseff, que fez parte da luta armada contra a ditadura na organização VAR-Palmares e foi presa e torturada, acusada de subversão.
A presidente será representada por Bruno Monteiro, chefe de gabinete da ministra Maria do Rosário. Na cerimônia, as vítimas ou familiares receberão da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos uma carta com pedido de desculpas do governo.
Desde 2001, quando a Lei Estadual de reparação foi criada, 1.113 pessoas já entraram com o pedido de indenização. Desse total, 895 já foram deferidos pelo Estado, 194 foram indeferidos. Já foram pagas 650 indenizações no valor de R$ 20 mil e restam 245 para serem pagas até o final de 2013.
Há ainda 24 processos para serem analisados pela Comissão Especial de Reparação, que é formada por quatro membros indicados pelo governo do Estado, dois membros da seccional fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), um do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, um do Grupo Tortura Nunca Mais (TNM/RJ) e um da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). A comissão analisa casos de detenção ou de tortura ocorrida entre 1º de abril de 1964 e 15 de agosto de 1979.

Fonte-Terra

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Ministra diz que Brasil vai colaborar no caso de argentino desaparecido

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, disse na segunda-feira (21) que sua pasta está disposta a colaborar nas investigações sobre o sequestro ocorrido no Rio de Janeiro, em 1980, do cidadão ítalo-argentino Domingo Campiglia, no marco do Plano Condor, que coordenou a repressão das ditaduras sul-americanas. “A Comissão da Verdade tem atribuições para investigar entre 1946 e 1988, então esse caso está dentro do espaço temporal da Comissão”, disse a ministra durante encontro com jornalistas estrangeiros.

Campiglia e Monica Binstock, cidadã argentina, foram sequestrados em março de 1980, no aeroporto do Rio de Janeiro, e levados para um campo de concentração argentino e desde então continuam desaparecidos. “O caso do ítalo-argentino foi reconhecido pela Comissão de Desaparecidos (criada em 1995) e já é um caso significativo para o Brasil”, acrescentou Rosário. Ela enfatizou ainda que o “Brasil participa do esforço dos países do Mercosul no âmbito dos direitos humanos, para uma cooperação no resgate da memória e da verdade relativas ao Plano Condor”.

Segundo ela, o governo brasileiro já começou a trabalhar no esclarecimento de crimes cometidos coordenadamente pelos aparatos repressivos sulamericanos na década de 70. Os canais de intercâmbio de informações, garantiu, estão permanentemente abertos com todos os países da região. O Brasil já tem um acordo de cooperação com o Paraguai para a localização de cidadãos paraguaios que teriam sido executadas em território brasileiro, no marco do Plano Condor.

Por outro lado, Maria do Rosário disse que prefere não comentar muito sobre os trabalhos da Comissão da Verdade, porque está “é uma instituição do Estado e não do governo”. “Quem fala sobre as prioridades da Comissão são os sete membros da mesma….por isso não quero pronunciar-me sobre isso, pois seria utilizar um espaço que não me pertence”. A ministra fez essa declaração ao ser indagada sobre a possibilidade de que, além de averiguar os crimes da ditadura, a comissão abra um expediente para investigar as ações da guerrilha.

Fonte-Carta Capital

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Comissão da Verdade deve investigar participação de brasileiros no golpe do Chile

A participação de civis e militares brasileiros no golpe militar contra o presidente chileno Salvador Allende, em setembro de 1973, pode ser uma das revelações inesperadas da recém instaurada Comissão da Verdade no Brasil.

O envio de 100 milhões de dólares por empresários brasileiros para financiar o golpe no Chile, as reuniões de militares golpistas na Embaixada do Brasil em Santiago e a “exportação” do know how em técnicas de sequestro e torturas cometidas durante a chamada “Operação Condor” fazem parte de uma lista mencionada por ex-membros do governo Allende, historiadores e escritores do Chile e do Brasil ouvidos pelo Opera Mundi num conjunto de entrevistas inéditas realizadas entre outubro de 2011 e maio de 2012.

“A Comissão da Verdade do Brasil pode ter um impacto não somente no Chile, mas em todos os países do Cone Sul que participaram do Plano Condor”, disse a jornalista e escritora chilena Mónica Gonzalez, autora do livro La Conjura – Os Mil e Um Dias do Golpe, obra que fala não somente do golpe liderado pelo general Augusto Pinochet, mas também dos efeitos nefastos da ditadura que durou 17 anos e deixou 2.279 mortos e 1.102 desaparecidos no Chile, de acordo com a Comissão de Verdade e Reconciliação local.

“O Brasil, de acordo com todas as investigações sérias que foram feitas até agora, desempenhou um papel central na gestação dos golpes militares na região, como uma via de financiamento externo para a desestabilização e, em seguida, para o treinamento dos serviços secretos dos países do Plano Condor, em solo brasileiro”, acrescentou Mónica, em referência à articulação que envolveu militares brasileiro, argentinos e chilenos na perseguição a militantes de esquerda no Cone Sul durante os anos 1970.

“Empresários brasileiros arrecadaram fundos para financiar os golpistas no Chile. Aliás, o único brasileiro presente na noite em que a Junta Militar chilena prestou juramento, no dia 11 de setembro (dia do golpe), foi o então embaixador do Brasil no Chile (Antonio Castro do Alcântara Canto), em cuja residência foram feitas as reuniões-chave para que Pinochet se juntasse ao golpe”, disse a jornalista e escritora.

A tese é corroborada por atores relevantes da história, como um dos assessores diretos de Allende, o atual diretor do PNUD (Programa da ONU para o Desenvolvimento), Heraldo Muñoz: “O golpe no Chile foi planejado em reuniões secretas em diversos lugares, incluindo a Embaixada do Brasil em Santiago. O representante da ditadura brasileira da época, o embaixador Antonio Castro do Alcântara Canto, foi um ativo promotor do golpe e um protagonista do apoio à ditadura chilena.”

Ele também é direto e claro ao falar da participação de civis brasileiros nas articulações para derrubar Allende, então o primeiro presidente socialista eleito democraticamente no mundo. “Empresários de São Paulo financiaram o grupo de ultra-direita Patria y Libertad que perpetrou atividades terroristas para desestabilizar o governo Allende. Torturadores brasileiros vieram ao Chile após o golpe para ensinar técnicas de tortura, interrogar e levar de volta ao Brasil ativistas brasileiros exilados no Chile”, disse de Washington, por email, Munõz ao Opera Mundi, numa entrevista ainda inédita feita em setembro do ano passado.

Muñoz, que em agosto de 2010 lançou no Brasil um livro sobre o assunto, A Sombra do Ditador – Memórias Políticas do Chile sob Pinochet (Zahar, 394 páginas, R$ 59), é ainda mais preciso ao falar da participação do Itamaraty no caso: “O embaixador Câmara Neto, do Brasil, apareceu junto aos militares chilenos durante seu primeiro ato público, entregou o primero reconhecimento diplomático à Junta militar chilena e participou ativamente na procura de empréstimos financeiros do Brasil ao Chile, incluindo um crédito de emergência de 100 milhões de dólares. A conexão brasileira no nosso 11 de setembro é muito clara”, assegura Muñoz.

Historiadores brasileiros como Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira, autor do livro Fórmula para o Caos – uma das mais importantes obras sobre a ação de atores estrangeiros no golpe no Chile, especialmente sobre o papel da Casa Branca e do Departamento de Estado norte-mericano na queda de Allende – também é enfático ao falar sobre o papel do Brasil. O Opera Mundi trocou 11 mensagens de email com Moniz Bandeira entre outubro e novembro de 2010, mas o historiador desautorizou a publicação do conteúdo das mensagens.

Wikicommons

Pinochet desfila pelo oitavo aniversário do golpe, em 1982. Conexão brasileira no 11 de setembro é clara, diz historiador Moniz Bandeira

Nelas, o professor, que hoje vive na Alemanha e é conhecido como um autor cada vez mais recluso, insiste que todas as informações relevantes sobre o papel do Brasil nas ditaduras da região já estão publicadas em livro, mas não reluta em comentar aspectos particulares. Ele considera que os brasileiros estavam prontos para assumir um papel militar ativo caso o golpe tivesse provocado uma divisão e uma guerra civil no Chile, em setembro de 1973.

Longe de ser um radical apaixonado, Moniz foi ao longo de muitos anos um dos intelectuais estudados pelos militares na Escola Superior de Guerra. Seus livros fazem parte de bibliografia do curso e suas palestras, concorridas entre oficiais. Tudo isso, apesar de Moniz Bandeira ter sido preso pela Marinha do Brasil durante a ditadura.

Fonte-Opera Mundi

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MPF recorre de sentença que rejeitou denúncia contra o coronel Brilhante Ustra por sequestro

O MPF (Ministério Público Federal) em São Paulo recorreu contra a decisão da Justiça de rejeitar a denúncia de sequestro contra o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra e o delegado de Polícia Civil Dirceu Gravina. Para o MPF, os dois são responsáveis pelo desaparecimento do líder sindical Aluísio Palhano Pedreira Ferreira em 1971, durante a ditadura militar.

Para as procuradoras, Eugênia Augusta Gonzaga e Thaméa Danelon de Melo, o juiz federal Márcio Rached Millani rejeitou a denúncia sem embasamento técnico, mas apoiado em argumentos políticos.

O MPF contesta a tese do juiz de que a Lei Federal 9.140 de 1995, que impede a punição dos assassinos porque declarou mortos os desaparecidos. O órgão ressalta que a legislação não alterou nem o Código Penal, nem o Civil, por isso, a morte presumida só poderá ser requerida após “esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento”.

O MPF sustenta que Ustra e Gravina devem ser imputados pelo crime de sequestro, crime que continua acontecendo, porque o corpo de Palhano nunca foi encontrado. O órgão diz que o delito não prescreveu, nem está coberto pela Lei de Anistia, que perdoou os crimes políticos cometidos até 1979.

Palhano foi presidente da Confederação Nacional dos Bancários e vice-presidente da antiga Central Geral dos Trabalhadores (CGT). Com o golpe de 1964, teve seus direitos políticos cassados e foi exonerado do cargo que ocupava no Banco do Brasil. Palhano, então, exilou-se em Cuba. Em 1970, voltou ao Brasil e ficou na clandestinidade, chegando a integrar a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), grupo liderado por Carlos Lamarca. No ano seguinte, Palhano foi preso em São Paulo.

Relatos colhidos pelo MPF indicam que o sindicalista teria sido torturado no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), na capital paulista. O centro era comandando, à época, pelo coronel Brilhante Ustra. O militar tenta um recurso contra a ação que o declarou responsável pelas torturas durante interrogatórios no local.
Fonte- Da Agência Brasil, em São Paulo

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Agentes da ditadura que ainda atuam na polícia de SP

Carlos Alberto Augusto e Dirceu Gravina, agentes da repressão subordinados a Ustra e Fleury, ainda trabalham na Polícia Civil de São Paulo e vêm sendo investigados pela Comissão da Verdade paulista. Legitimidade de sua permanência na ativa é questionada por especialista britânico em ditaduras latino-americanas.
LUCAS FERRAZ

“EI, FILHO, você sabe o que acontecia com um comunista que chegava atrasado ao ponto? ‘Caía’, tá entendendo!? ‘Caía’!”.

As palavras de boas-vindas, referência à expressão usada na ditadura para guerrilheiros que eram presos, são dadas por Carlos Alberto Augusto, delegado da Polícia Civil de São Paulo, ao constatar o atraso de sete minutos do repórter.

O ponto de encontro é o bar da Associação dos Delegados da Polícia do Estado, no décimo andar do conjunto Cinerama, uma galeria decadente na avenida Ipiranga, no centro de São Paulo.

Augusto é um dos últimos remanescentes da “tigrada”, como eram chamados os agentes da repressão, ainda atuantes no serviço público. Ex-agente do Dops (Departamento de Ordem Política e Social), é acusado de envolvimento em desaparecimentos e torturas. Ajudou a organizar a mais sangrenta chacina do período, o massacre da chácara São Bento, em Pernambuco, em 1973.

Na ação, com participação do agente duplo Cabo Anselmo, seis militantes da organização armada VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) foram executados.

Hoje, Augusto é delegado de segunda classe no Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado), investigando crimes contra o patrimônio. Não é o único remanescente dos anos de chumbo na Polícia Civil paulista.

Dirceu Gravina que ocupa cargo burocrático na seccional de Presidente Prudente, no interior paulista, atuou no DOI-Codi (centro de repressão do Exército). Citado em casos de tortura, é suspeito de envolvimento na morte de presos políticos.

COMISSÃO Tanto Augusto como Gravina negam ter praticado os crimes. Os dois são alvo da Comissão da Verdade paulista, instalada em fevereiro na Assembleia Legislativa para investigar torturas, mortes e desaparecimentos no Estado.

Diferentemente da Comissão da Verdade nacional, que investigará violações aos direitos humanos de 1946 a 1988, a paulista focará a última ditadura (1964-85).

Levantamento realizado pela Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos de São Paulo cruzou listas de torturadores elaboradas por organizações de direitos humanos com os nomes de mais de 30 mil policiais civis da ativa no Estado. Sobraram os dois. Os demais já morreram ou se aposentaram -Augusto, 68, e Gravina, 63, devem se aposentar até os 70.

Com as comissões da verdade, o país lidará como uma questão pouco discutida: é legítimo que agentes acusados de crimes e violações aos direitos humanos na ditadura continuem servindo ao Estado em tempos democráticos?

“Se a Polícia Civil tem dois torturadores, isso é nocivo do ponto de vista do Estado de direito”, diz o britânico Anthony Pereira, diretor do Instituto Brasil no King’s College, em Londres.

Para ele, “a Lei da Anistia não entraria nessa questão porque trata de responsabilidade criminal, e não da permanência em cargos públicos”. Pereira comparou ditaduras do Brasil, da Argentina e do Chile em “Ditadura e Repressão” (Paz e Terra, 2010).

O livro aborda o modus operandi da repressão e a forma como, em tempos democráticos, polícia e Judiciário se livraram de agentes cúmplices ou que colaboraram com as ditaduras. O Brasil foi o país que menos fez neste quesito.

Nos próximos anos, a Comissão da Verdade nacional também abordará a atuação dos agentes paulistas. José Paulo Cavalcanti Filho, um dos sete membros, disse que as investigações estaduais serão fundamentais para municiar o trabalho federal. A comissão paulista já acertou parceria, e Cavalcanti Filho diz que é bem-vinda a ajuda de outros Estados.

METRALHA “Fleury é um verdadeiro herói nacional”, diz Carlos Alberto Augusto, acomodado no bar da associação dos delegados. Ele fala do delegado Sérgio Paranhos Fleury (1933-79), um dos chefes do Dops e um dos nomes da repressão mais associados à morte e à tortura. Augusto atuou no Dops de 1970 a 1977, subordinado a Fleury. Ele venera o ex-chefe a ponto de organizar encontros e missas em sua memória.

Foi no Dops que Augusto ganhou a alcunha de “Carlinhos Metralha”, como é conhecido pela esquerda. Ele detesta o apelido, difundido pelo ex-preso político Ivan Seixas, que o viu andar com uma metralhadora pelos porões. Prefere a alcunha “Carteira Preta”, referência à sua bolsa de couro com a identificação de “meganha”.

Quando organizou a chacina na chácara São Bento, em parceria com Cabo Anselmo, ambos eram infiltrados na VPR. Militantes foram detidos em várias partes do Recife, e alguns já chegaram à chácara moribundos. Os homens de Fleury executaram o crime.

O delegado admite ter participado da logística da operação, mas nega ter atirado nos militantes. Ele insiste na versão oficial, segundo a qual houve troca de tiros entre guerrilheiros e polícia, embora a perícia tenha mostrado que todos morreram com balaços na cabeça, num claro sinal de execução.

Augusto diz que agiu para salvar a vida de Anselmo, cuja identidade de agente duplo havia sido descoberta pelos militantes da VPR.

“Eu estava defendendo o Brasil. Defendi naquela época, como defendo agora. Agi em legítima defesa, minha e de terceiros”, disse. A conversa com a Folha foi acompanhada por um homem de óculos escuros, impassível, apresentado pelo delegado como segurança.

“A esquerda, covarde ainda hoje, quer mudar a história do país”, continua Augusto. “Só cumpri com meu dever funcional, não participei de nenhum crime. Pode escrever aí: contra a pátria não há direitos. O único crime que não prescreve é o terrorismo.”

Testemunhos de presos políticos indicam ainda que Augusto está por trás do desaparecimento de Edgar Aquino Duarte, visto pela última vez no Dops de São Paulo, em junho de 1973. Ex-marinheiro como Anselmo, Duarte era próximo do agente duplo. Estiveram juntos nos eventos que culminaram na revolta dos marinheiros, semanas antes do golpe de 1964.

Duarte sumiu após marcar um encontro com Anselmo, segundo o dossiê “Direito à Memória e à Verdade”, elaborado em 2007 pela Presidência da República. “Pode ser que esteja vivo, como muitos outros”, ironiza o delegado.

A amizade de Augusto e Anselmo perdura: aquele é uma espécie de tutor deste, que vive escondido, temendo vingança. Na semana passada, a Comissão de Anistia do governo federal negou a Anselmo indenização política, pedida sob alegação de perseguição pela ditadura, e reincorporação à Marinha. Documentos mostram que ele colaborava com os militares pelo menos desde 1964.

USTRA Enquanto Augusto atuava sob comando de Fleury, Dirceu Gravina era chefiado pelo coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, no DOI-Codi de São Paulo.

Considerado torturador pela Justiça, em ação que tenta derrubar, Ustra é dos mais notórios ex-agentes da repressão. Ele nega os crimes e rebate as várias denúncias no livro “A Verdade Sufocada” (2006).

Chefe e auxiliar foram denunciados, no mês passado, pelo Ministério Público Federal pelo crime de sequestro qualificado, ação rejeitada pela Justiça na última quarta. Foram implicados no desaparecimento do bancário e sindicalista Aluízio Palhano, em 1971.

Os ex-presos políticos Altino Dantas e Lenira Machado, detidos no DOI-Codi de São Paulo, fizeram denúncia formal contra Gravina: Palhano foi morto após ser torturado pelo delegado, com a aquiescência de Ustra. Eles negam.

Ustra falou à Folha sobre Gravina: “Era um agente muito bom, responsável e cumpridor de suas obrigações”. Conhecido pelos codinomes JC e Jesus Cristo, por causa da barba que usava à época, Gravina também foi relacionado pelo grupo Tortura Nunca Mais como responsável pelas mortes de Lauriberto Reyes e Alexânder Voerões, em São Paulo, em 1972. A entidade acusa o delegado de metralhar os militantes.

Há outros relatos de torturas e maus-tratos, incluindo o do atual deputado estadual Adriano Diogo (PT), presidente da Comissão da Verdade paulista: “JC me prendeu, em 1973. Já chegou batendo. Tomei uma coronhada de metralhadora dele no olho direito, apanhei muito no camburão e fui recebido na prisão por um corredor polonês”.

Diogo adianta que a comissão pedirá ao governo de São Paulo o afastamento dos delegados, “para mostrar aos jovens oficiais que a tortura não é compatível com a atividade policial”. Militares da reserva e ex-policiais, no entanto, criticam a imparcialidade do presidente do colegiado, alegando desequilíbrio no fato de um ex-preso político investigar seu algoz.

Um parêntese: na comissão federal, nenhum dos sete membros foi seviciado nos porões. O alvo de maior reclamação foi a indicação de Rosa Maria Cardoso, ex-advogada da então guerrilheira Dilma Rousseff, que passou algumas horas detida, no início dos anos 70, por defender presos políticos.

CONVOCAÇÃO Carlos Alberto Augusto e Dirceu Gravina devem ser convocados nas próximas semanas, enquanto a comissão paulista analisa documentos e colhe informações de familiares de desaparecidos. “Se há evidência de que cometeram atos de tortura trabalhando para Fleury e Ustra, nada impede uma investigação por parte da Corregedoria de Polícia e um ato administrativo para expulsá-los”, afirma Anthony Pereira.

Procurada pela Folha, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, responsável pela Polícia Civil, não se manifestou.

“A Justiça precisa resolver essas questões”, diz Gravina, por telefone, de Presidente Prudente, onde também trabalha com professor de direito da Unioeste. “São acusações. E esse não é o momento oportuno de falar.”

Em 2008, após a revista “CartaCapital” publicar reportagem sobre os crimes atribuídos a Gravina, a Procuradoria de São Paulo o denunciou em ação civil pública e pediu sua suspensão da polícia, mas o pedido foi rejeitado pela Justiça.

“O que eles [a esquerda] dizem é outra história. Sou funcionário público, tenho que trabalhar no que o Estado manda, entendeu? Se tivesse cometido crime, não poderia estar arrependido”, afirma Gravina. Ele não quis fazer comentários sobre as comissões da verdade.

“Num país de mentira, você acredita em Comissão da Verdade?”, indaga Carlos Alberto Augusto. Ele diz que, mesmo assim, vai depor. Afirma que poderá expor o que sabe sem medo de sofrer represálias de seus chefes na polícia -algo que, segundo ele, acontece atualmente.

Os dois eram amigos, mas estão rompidos faz alguns anos. Gravina não toca no assunto.

Augusto, já de saída do prédio da avenida Ipiranga, com a pochete a tiracolo, diz que não fala com o amigo porque ele não defende publicamente o seu passado na repressão. “A questão, filho, é que ele não põe a cara para bater, entendeu?”

Augusto atuou no Dops de 1970 e 1977, período em que foi subordinado a Sérgio Paranhos Fleury. Ele venera o ex-chefe a ponto de organizar encontros e missas em sua memória

“Só cumpri com meu dever funcional, não participei de nenhum crime”, diz Augusto. “Contra a pátria não há direitos. O único crime que não prescreve é o terrorismo.”

“JC me prendeu em 1973. Já chegou batendo”, diz o deputado estadual Adriano Diogo (PT-SP), cuja participação na Comissão da Verdade paulista é criticada por ex-militares.

Fonte-Folha de S.Paulo

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Presos políticos do PR serão homenageados por Caravana da Anistia

O secretário Nacional de Justiça da Presidência da República, Paulo Abrão, se reuniu na quinta-feira,24,com a secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Paraná, Maria Tereza Uille Gomes e membros do Fórumn Paranaense pelo Resgate da Verdade, Memória e Justiça,para apresentação e discussão das diretrizes da ações da Comissão Nacional da Verdade em âmbito estadual.

A Comissão Nacional que foi instalada no último dia 16, em Brasília, pela presidenta da República Dilma Roussef e é composta por sete integrantes, terá prazo de dois anos para apurar violações aos direitos humanos ocorridas no período entre 1946 e 1988, que inclui a ditadura militar (1964-1985).

Durante a reunião Paulo Abrão anunciou que a Comissão já está desenvolvendo a Caravana da Anistia que estará em Curitiba nos dias 25 e 26 de outubro, quando fará homenagens e irá rever processos indenizatórios de presos políticos e pessoas que foram mortas ou estão desaparecidas no Estado. Também serão mapeados locais de memória com nomes de pessoas presas.

A secretária ressaltou que o Paraná foi o primeiro Estado a abrir os arquivos públicos e a criar uma lei para indenizar ex-presos políticos e respectivas famílias, de autoria do governador do Paraná, Beto Richa , durante o período em que esteve na Assembleia Legislativa. A Lei 11.255, de 21 de dezembro de 1995, que está em vigor até hoje, serviu de exemplo em vários estados brasileiros.

Paulo Abrão disse ser fundamental que as instituições do Estado, da Academia Brasileira e da sociedade civil possam unir forças para o enfrentamento desse legado de violência que por mais de 21 anos asseverou o país em torno de graves violações aos direitos humanos. “Essa ideia de resgatar, a partir do exercício da memória, a dignidade daqueles que foram perseguidos e apontar para o futuro a não repetição desses erros, está no campo de aprofundamento da nossa democracia”, ressaltou o secretário.

Participaram da reunião representantes do Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça, criado em abril e composto por 43 representantes de várias entidades civis e governamentais, entre elas a Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, UFPR, Ministério Público, OAB, APP-Sindicato, entre outras.

COMISSÃO ESTADUAL – Durante a reunião foi discutida e apresentada a ideia da criação no Paraná, de uma Comissão Estadual da Verdade, que servirá como apoio para a Comissão Nacional e que irá atuar em conjunto com o Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça. O Fórum irá indicar alguns dos membros da Comissão Estadual.

Segundo o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, que integra o Fórum, o trabalho junto com a Comissão Estadual deverá ser complementar e de integração com membros representantes. “Trabalhando juntos teremos resultados bastante positivos fazendo com que a nova geração compreenda de modo adequado o que aconteceu para que não se repita um movimento de ditadura como o país já vivenciou”.

Fonte-Fórum com informações da Seju

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Governo quer incluir 370 camponeses na lista de vítimas da ditadura

O governo quer incluir pelo menos 370 camponeses, assassinados entre 1961 e 1988, na lista oficial de mortos e desaparecidos da ditadura militar. São, principalmente, sindicalistas e lideranças de lutas coletivas que tombaram em decorrência da política repressora dos militares. Segundo o coordenador do Projeto Memória e Verdade da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), Gilney Viana, a invisibilidade dos trabalhadores rurais é tão grande que eles foram alijados, até mesmo, das leis da Anistia, de 1979, e da Comissão de Mortos e Desaparecidos, de 1995, criadas para reparar a violência cometida pelos agentes de estado, durante o regime. “Esses camponeses são os desaparecidos dos desaparecidos”, afirma.

Autor do estudo que levantou nomes e biografias dos trabalhadores rurais mortos e desaparecidos, Gilney atesta que, de 1961, o chamado período pré-ditadura, até 1988, o da redemocratização, 858 camponeses foram, comprovadamente, assassinados no campo brasileiro. Além dos já 370 já catalogados pela pesquisa como vítimas do regime, há outros 488 casos em que não há informações suficientes para que seja feita a caracterização como tal.

O curioso, segundo ele, é que apenas 15% deles foram assassinados diretamente pelos agentes de estado. A maioria foi morta por jagunços e milícias a serviço dos latifundiários. “Mesmo no auge da ditadura, a repressão no campo foi praticamente majoritariamente pelos agentes privados. Os militares terceirizaram a repressão aos camponeses. Por isso, é tão difícil para os familiares dessas vítimas comprovarem a responsabilidade do Estado sobre os assassinatos”, acrescentou.

Nas palavras da deputada Erika Kokay (PT-DF), que presidiu a sessão convocada pela Comissão Parlamentar da Verdade para discutir o tema, “o estado alimentava a mão armada do latifúndio para substituí-lo na execução dos crimes”. Segundo ela, esses crimes precisam ser reconhecidos e punidos, para que a cultura da violência não perpetue no país. “A democratização não significou o arrefecimento da repressão no campo. A terra e seus trabalhadores continuam sendo tratados como pertences de uma pequena elite”, denunciou.

Giley Viana atestou que, de fato, o número de camponeses assassinados após a Lei da Anistia e no chamado período de redemocratização foi maior do que o registrado durante a ditadura. Entre 1964 e 1979, o período mais duro do regime, há registros de 246 mortos e desaparecidos. Entre 1979 e 1885, ou seja, da edição da Lei da Anistia à redemocratização, de 379. “Os militares, primeiro, acabaram com a resistência ao regime nas cidades para depois se dedicarem ao campo”.

O coordenador do Projeto Memória e Verdade ressaltou, ainda, que a
Comissão de Mortos e Desaparecidos, desde que foi criada, apreciou mais de 800 requerimentos de familiares de vítimas, reconhecendo um total de 457 vítimas da ditadura. Destas, apenas 17 eram camponeses. “Especialmente aqueles que tinham uma militância partidária pública. Os camponeses comuns, que não pertenciam à partidos políticos ou escondiam sua militância, não foram beneficiados pela lei”, contabiliza. Ele estima que a Lei da Anistia também não beneficiou os camponeses na proporção necessária. Dos 70 mil pedidos recebidos pela Comissão, menos de mil se referem ao seguimento.

O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador do livro “Retrato da repressão política no campo – Brasil 1962-1985: camponeses torturados, mortos e desaparecidos”, Moacir Gracindo Soares Palmeira reiterou que, quando se fala em ditadura, se pensa quase que automaticamente em repressão a estudantes, jornalistas e militantes de esquerda. “Apesar da chamada agitação no campo ter sido apontada como uma das causas do golpe militar, muito pouco se falava sobre a repressão no campo, principalmente em função da censura”, observou.

Símbolo da resistência camponesa ao regime, o eterno militante maranhense, Manoel da Conceição, concorda que os trabalhadores rurais merecem o reconhecimento da história. Ele mesmo, que foi preso nove meses, sofreu toda sorte de torturas, perdeu uma perna e testemunhou execuções e chacinas, não sabe contabilizar o número de companheiros perdidos durante a luta pela terra e contra a repressão. E é exemplo vivo da inoperância do Estado em reparar as famílias dos camponeses vítimas do regime. Há seis anos processa o estado brasileiro, sem sucesso.
Fonte-Carta Maior

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Comissão da Anistia nega indenização ao Cabo Anselmo, agente duplo na ditadura

A Comissão da Anistia do Ministério da Justiça negou na noite da terça-feira,22, o pedido de reparação e ao ex-marinheiro José Anselmo dos Santos, de 70 anos, mais conhecido como Cabo Anselmo. Dos 60 mil casos analisados, este foi o primeiro que tratou de um agente duplo, que atuou tanto como colaborador do regime militar quanto na resistência à ditadura.

O assunto aguardava uma decisão desde 2004, quando Cabo Anselmo protocolou o pedido de anistia, alegando que, antes de colaborar com o regime, na década de 1970, foi perseguido, preso e exilado, na década de 1960. Ele pediu à Comissão de Anistia uma reparação de R$ 100 mil.

Segundo as alegações do Cabo Anselmo, ele fez parte da oposição do início do golpe militar, que depôs o governo legalmente constituído de João Goulart, em 1964. Mudou de lado, afirma, no início da década de 1970, após ter sido preso em São Paulo pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury – um dos agentes mais ativos e emblemáticos do período da ditadura.

O relator do caso, o ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos e atual presidente da Fundação Perseu Abramo, Nilmário Miranda, votou, no entanto, pelo indeferimento do pedido, avaliando que, além das dúvidas de que Anselmo era agente infiltrado desde o início do regime militar, “não cabe ao Estado, em nenhuma hipótese, reconhecer anistia a pessoa que participou em atos de repressão ilícita e, portanto, não cabe discutir sobre eventuais reparações”.

De acordo com o Ministério da Justiça, há registros de que informações fornecidas por ele contribuíram para a morte de mais de 200 opositores ao regime, incluindo militares e a mulher dele, a paraguaia Soledad Viedma, que, na época, estava grávida de sete meses.

Segundo informações da assessoria do ministério, para esclarecer os fatos envolvendo a atuação do Cabo Anselmo, foram feitas pesquisas em diferentes arquivos. O relator do caso, Nilmário Miranda, teria analisado cerca de quatro mil documentos, alguns ainda inéditos.

Como esse julgamento foi de turma, composta por 12 conselheiros, Cabo Anselmo ainda pode recorrer ao plenário da comissão, com um total de 24 conselheiros. Seu procurador, no entanto, o advogado Luciano Blandy, disse que não tem contato com o cliente desde novembro de 2011 e que se comunica com ele por meio de amigos próximos. Por isso, ainda não sabe se vai recorrer da decisão. O prazo para recurso é de um mês.

Além do caso envolvendo Cabo Anselmo, a Comissão de Anistia julgou nesta terça-feira os pedidos de Ana Lúcia Valença de Santa Cruz Oliveira e Anivaldo Pereira Padilha, pai do ministro da Saúde , Alexandre Padilha. Ambos, no entanto, foram considerados anistiados políticos e terão direito à indenização.

Fonte-Agência Brasil

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