Comissão da Verdade terá acesso a dados militares, diz ministro da Defesa

Em depoimento à Comissão da Verdade, o ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou na segunda-feira (3) que as Forças Armadas estarão à disposição do órgão para fornecer informações.

“Vamos facilitar o acesso todas as informações que forem pedidas”, disse o ministro aos sete membros da comissão. “Estamos agora falando em termos gerais, mas tudo estará aberto”.

Nos bastidores, os militares resistem aos esclarecimentos porque temem perseguição. Muitos acusam o governo Dilma Rousseff de revanchismo, já que ela própria foi torturada quando atuava contra a ditadura.
Os dados que mais interessam à comissão são os do Centro de Informações do Exército (CIE), da Aeronáutica (Cisa) e da Marinha (Cenimar). Amorim não garantiu que as informações a serem entregues ao grupo virão desses órgãos, mas disse já ter incumbido funcionários do Ministério da Defesa de manter contato permanente com a comissão

A reunião de hoje foi a segunda da comissão, que terá dois anos para investigar possíveis violações de direitos humanos praticadas entre 1946 e 1988. O principal foco do órgão, contudo, deverá ser o período do regime militar (1964-1985). O órgão não tem poder para punir eventuais excessos, como torturas e execuções sumárias.
Mais cedo, o advogado José Paulo Cavalcanti Filho informou que recusará os R$ 11,1 mil aos quais tem direito de receber como membro da comissão. Ele encaminhou um ofício à Casa Civil da Presidência da República para abrir mão da quantia. Ele manteve apenas o recebimento de passagens áreas de Recife para Brasília.

Fonte-Folha de S. Paulo

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