Exposição mostra mulheres que lutaram pela democracia no Brasil

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UNICAMP homenageará os membros da comunidade acadêmica que foram punidos pela ditadura.

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Reivindicada pela Comissão da Verdade e Memória “Otávio Ianni”, a Reitoria da UNICAMP inaugurará no próximo dia 17 de março de 2016, às 11h30, uma PLACA-TOTEM  em homenagem aos membros da comunidade acadêmica que foram punidos pela ditadura civil-militar. Todas e todos estão convidados para o evento.

 

[gview file=”https://forumverdade.ufpr.br/wp-content/uploads/FOLHETO_RECONHECIMENTO_CVMU_160307.pdf”]

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Ditadura militar e anistia política são temas de filmes e livros disponíveis gratuitamente para download – Conheça os filmes e publicações disponíveis nos canais da Comissão de Anistia

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Fonte: Comissão de Anistia – Ministério da Justiça

 
 
Brasília 29/02/2016 – A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça disponibiliza um acervo online de filmes, documentários e curtas sobre violações realizadas durante a ditadura militar nas plataformas online e gratuitas Videocamp e Youtube. Os filmes disponíveis para download são produzidos ou apoiados pelo Projeto Marcas da Memória da Comissão.
O objetivo do projeto é promover sessões públicas e gratuitas de filmes, dedicados à memória e à reflexão crítica sobre os regimes de exceção vividos na América do Sul, em especial no Brasil, e seus reflexos no presente.
Entre os filmes disponíveis na plataforma Videocamp estão o documentário “500: os bebês roubados pela ditadura Argentina”, que tem início na em 1976 e se liga à história do Grupo Clamor, sediado no Brasil; “Os Advogados contra a Ditadura”, que relembra, através de depoimentos e registros de arquivos, a ativa participação dos advogados contra as imposições do autoritarismo e na luta pela liberdade; e “Eu me lembro”, sobre os cinco anos das Caravanas da Anistia que reconstrói a luta dos perseguidos por reparação, memória, verdade e justiça, com imagens de arquivo e de entrevistas. Basta escolher o filme e clicar na opção “onde assistir” para ter acesso à obra.
No Youtube, ainda podem ser vistos, por exemplo, os filmes “Lua Nova do Penar”; “Vou contar para os meus filhos”; “Nossas Histórias”; “Damas da Liberdade”; “30 anos de anistia” e “Ainda hoje existe perseguidos políticos”.
“Cada vez mais alargamos o alcance social do exercício do direito à memória por meio de produções culturais produzidas e distribuídas gratuitamente. Essa é a vocação pedagogica das ações da Comissão de Anistia visando a afirmação democrática e a não repetição dos erros do passado”, afirmou o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão.

 
 

Publicações

 
 

O espaço virtual da Comissão conta com acervo especializado em anistia política e justiça de transição. O propósito é divulgar a coleção de livros de memórias dos perseguidos políticos; dissertações de teses sobre o período da ditadura e a anistia no Brasil, e de reimprimir ou republicar outras obras e textos históricos e relevantes. Além de ficarem disponíveis sem fins comerciais ou lucrativos, as publicações ainda podem ser distribuídas gratuitamente, durante os eventos como as Caravanas da Anistia.
A central de conteúdo reúne publicações, cartilhas, revistas e legislação para acesso online, produzidos ou apoiados pela Comissão de Anistia e pelas entidades vinculadas. As publicações em texto estão organizadas por assunto e podem ser pesquisadas na ferramenta de busca.

 

 


Filmes, documentários e curtas.

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Acesse aqui:
http://www.videocamp.com/pt/filmmakers/comissao-de-anistia-do-ministerio-da-justica
https://www.youtube.com/watch?list=PL7UwKVJ6n_6W1OktaXgHtD2xx1W-Cb1c8&v=LMlAg6tNGAg


 

 

Publicações disponíveis.

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Acesse aqui:
http://www.justica.gov.br/central-de-conteudo/anistia/anistia-politica-2

 


 

 

Ministério da Justiça
facebook.com/ComissaodeAnistia
flickr.com/JusticaGovbr
www.justica.gov.br
divulgacaoanistia@mj.gov.br
(61) 2025-9400/ 9402/ 9471

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Os Sacerdotes do Povo – Dom Waldyr Calheiros Novaes

Dom Waldyr nasceu em Murici, em Alagoas. (Foto: Reprodução/TV Rio Sul)

Dom Waldyr nasceu em Murici, em Alagoas. Ficou conhecido por seu engajamento nas lutas sociais em favor dos menos favorecidos, como o movimento dos posseiros e o movimento sindical, Dom Waldyr jamais negou abrigo e apoio a todos os perseguidos políticos que buscaram sua ajuda. Lutou desde sempre pelos direitos dos trabalhadores e de todos os segmentos oprimidos da população brasileira, estendendo o seu apoio também às lutas de outros povos pela liberdade e pelo fim da exploração econômica da força de trabalho. (Wikipedia)
(Foto: Reprodução/TV Rio Sul)

[…] As angústias e esperanças do Povo devem ser compartilhadas pela Igreja.  
Dom Paulo Evaristo Arns

 

Devemos trabalhar de forma a que a memória coletiva sirva para a libertação e não para a servidão dos homens.
Jacques Le Goff

 

“O documentário “Sacerdote do Povo” foi elaborado e produzido pelo professor, pesquisador e documentarista Erasmo José da Silva, militante e amigo pessoal de Dom Waldyr Calheiros Novaes, bispo emérito da Diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda, que desempenhou importante papel na redemocratização do Brasil durante a ditadura militar. Ele retrata somente uma pequena fatia do importante trabalho do bispo, que ficou conhecido como o “Bispo Vermelho” ou “Sacerdote do Povo”, porque sempre lutou pelos direitos dos trabalhadores e de todos os segmentos oprimidos da população brasileira, estendendo o seu apoio também às lutas de outros povos pela liberdade e pelo fim da exploração econômica da força de trabalho. Este trabalho foi patrocinado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense e pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Sul Fluminense.”

 

https://youtu.be/lw1sMZDBECI

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Oficina: como ler e interpretar o Relatório da CNV, dia 23 de setembro de 2015.

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A Comissão da Memória e da Verdade da Prefeitura de São Paulo realizará no próximo dia 23 de setembro oficina com 100 vagas, com o tema “como ler e interpretar o Relatório da CNV”, com apresentação de André Saboia e Carolina Melo. Participarão também Pedro Dallari e outros membros da CNV.

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Documentos revelados atinge 1 milhão de acessos !!!

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O site Documentos Revelados completou na madrugada dessa segunda-feira (31-08-2015) um milhão de acessos!

Sem sobra de dúvidas é um feito extraordinário para uma mídia digital tão especializada, acessada principalmente por um público específico composto por professores, alunos, jornalistas e militantes em direitos humanos. São principalmente pesquisadores de diversas áreas que buscam no site informações e documentos históricos sobre o período da ditadura civil-militar.
Segundo Aluízio Palmar, idealizador e criador do site: “Quando eu criei o site Documentos Revelados os arquivos da ditadura estavam ainda fechados (com exceção de alguns arquivos estaduais) e havia uma grande dificuldade de acesso aos poucos arquivos que estavam abertos. As dificuldades persistem, pois nem todos os documentos estão acessíveis e a maioria não foram digitalizados. Daí a importância desse site nesse esforço de reconstituição da memória nacional.”

Aluízio Palmar Centro de Direitos Humanos de Foz do Iguaçu

Aluízio Palmar – Site Documentos Revelados
Centro de Direitos Humanos de Foz do Iguaçu

 

Sobre a trajetória de lutas na construção do site, comenta Aluízio: “Consegui, ainda bem, chegar até até aqui com meus 73 anos e sem apoio governamental. E olha que isso é uma luta, pois enquanto os coautores dos crimes praticados pela ditadura e seus milhares de cúmplices fazem de tudo para esconder o passado, nós vítimas, pesquisadores e pessoas esclarecidas trabalhamos para que venha à luz esse período vergonhoso de nossa história.”

 

O imenso acervo de documentos da ditadura civil-militar brasileira constituído por Aluízio Palmar, um dos mais extensos do país,  construído de maneira independente e disponibilizado na internet em plataforma aberta e pública tem se constituído em uma importante ferramenta de pesquisa para diversas comissões da verdade, entre elas a Comissão Estadual da Verdade do Paraná – Teresa Urban.

 

O Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça vem aqui, de maneira pública, parabenizar Aluízio Palmar pela marca alcançada de 1 milhão de acessos no site Documentos Revelados e agradecer pela imensa contribuição que o mesmo  representa para o resgate da verdade, da memória e da justiça.

Para que não se esqueça,

Para que nunca mais aconteça!

 

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A “INTELIGÊNCIA” era TERRORISMO de ESTADO

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Fonte:  CPM – Comisión Provincial por la Memória

INFORME ESPECIAL – DOSSIER DIPPBA

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O Terrorismo de Estado não teria sido possível sem os serviços de inteligência que perseguiram, espiaram, em locais reservados e localizados o “branco para remover”. As leis, decretos e documentos da antiga DIPPBA permitem entender como eles agiram durante a ditadura civil-militar. A CPM fez fez a apresentação pública da denúncia no caso investigando as ações da Direcção de Inteligência da Província de Buenos Aires (DIPPBA) no planejamento e implementação de terrorismo de Estado. Eles estavam presentes no ato, o fiscal por crimes contra a humanidade de La Plata, Hernán Schapiro, o vice-presidente da CPM, Victor Mendibil, e perseguido pela DIPPBA.

 

A intervenção judicial resulta da decisão no caso conhecido como “Camps Circuit”, no qual foi recomendada “para investigar a alegada responsabilidade dos membros do DIPPBA”. Na sequência do parecer, e, a pedido do Tribunal Federal No. 1 de La Plata, a CPM apresentou um relatório técnico de 60 páginas expondo as leis orgânicas e decretos que regulamentam o funcionamento interno e dão conta da hierarquização durante a ditadura e a condição secreta dos serviços de inteligência.

 

“Desde a anulação das leis de Obediência e Ponto Final, a CPM vem tendo uma grande participação no aporte de documentos probatórios da DIPPBA sobre os crimes perpetrados durante o terrorismo de Estado; Participamos em mais de 2.500 casos e agora enfrentamos o desafio de apresentar-nos como “querelantes”, disse ele durante a apresentação Sandra Raggio, diretora geral de áreas da Organização.

 

A partir dessa pesquisa, apoiada por anos pelo programa Justiça por crimes contra a humanidade a Organização, decidiu avançar a causa para determinar a responsabilidade criminal dos membros do DIPPBA no terrorismo de Estado.

 

Nesse sentido, Hernán Schapiro, procurador para crimes contra a humanidade de La Plata, disse que “assumindo o papel de querelante, há uma melhora qualitativa da intervenção CPM no processo de memória, verdade e justiça” e lembrou que, embora haja um pouco de história no julgamento de atividades de inteligência do batalhão (601) “na jurisdição da Polícia Provincial Buenos Aires, a participação da ação de inteligência nos crimes contra a humanidade a ser investigado de forma independente.” Assim, a capacidade de julgar estas ações como parte integrante do terrorismo de Estado é parte da aplicação efetiva do direito à memória, verdade e justiça.

 

Como disse Margarita Jarque, Diretora do Programa do litígio estratégico da CPM, a representação como querelante no caso, decorre do imperativo da lei que cria essa Organização, cujo objetivo declarado é o apoio e promoção da justiça para os crimes contra a humanidade .

 

A militarização da força policial, as ações específicas, a implantação territorial e as ligações com outras agências de inteligência (a chamada comunidade informativa) para a perseguição política e ideológica eram necessárias para o desempenho e condição, como afirmado pelo mesmo Chefe de polícia de Buenos Aires, Ramon Camps, a “eficiência” do sistema repressivo.

 

 

Contexto repressivo na Argentina

 

A repressão sistemática durante a ditadura civil-militar foi possível a partir da criação de uma entidade reguladora que iria apoiar as atrocidades. Este quadro jurídico e burocrático foi formada pelo Decreto 261/75, pelo qual o Poder Executivo ordenou o Comando Geral do Exército a execução de operações militares para “neutralizar e / ou aniquilar a subversão.”

 

Entre as diretivas e decretos que foram emitidos depois de regular e coordenar a luta, a 404/75 diretiva que, em seus “princípios orientadores”, argumenta que “não deve agir em reação, mas assumir a liderança na ação, inicialmente com atividades de inteligência sem a qual não pode executar operações e através de operações psicológicas “. Em um de seus anexos, a ação da inteligência é enfatizada: se destaca a ação de inteligencia: “conduzirá com responsabilidade primária, o esforço da comunidade de inteligência informativa contra a subversão”.

 

Esta legislação, que visava legitimar as ações repressivas e fazer o andaime com que foi realizado o terrorismo de Estado, demonstra o interesse da liderança militar para os serviços de inteligência perfeitos. Que ficará explicitamente mencionado na diretiva n.º 405/76, delimitando o conceito de operação, “a que não só deve se intensificada de forma gradual e acelerada, devendo intensificar os trabalhos de inteligência.” Tarefa que não apenas deve ficar confinada ao território: as regras de Inteligência Tática RC 16-1 afirma que “o capturado é uma fonte de informação a ser utilizada pelo nível de inteligência.”

 

A informação que permitia sequestrar um “subversivo” gerava mais informação, mesmo que obtida por meio de tortura e serviu novamente ao território, constituindo uma metodologia cíclica, constante e perversa. Este planejado e ilegítimo circuito de informação, foi possível graças a um quadro territorial complexo de perseguição política e ideológica de futuras vítimas do terrorismo: a comunidade de informações.

 

No regulamento RC-8-2 é afirmado que “a comunidade de inteligência é formada com base em acordos de reciprocidade em matéria de cooperação mútua.” Isto é evidente em um arquivo digitado do DIPPBA de 24 de março de 1982, no momento da chegada no país de Maria Isabel Chorobik Mariani: a “causante” tem um filho, sua nora e um neto desaparecidos”, é importante esclarecer que tem perfeitamente localizado seu neto, ele estaria em poder de um tenente. Col. (Médico) “. Sobre o caso há um escrito à mão, pelo Comissário Geral Velázquez acrescenta: “1.Verifique com DIPBA (Capital); 2. Independentemente dar conhecimento ao coronel Rospide solicitando colaboração para que esteja ciente o Ministério do Interior. ”

 

SIDE (Secretaria Estadual de Inteligência), o Batalhão de Inteligência 601, o SIE (Serviço de Inteligência do Exército), o SIN (Naval Intelligence Service), o sinal (Serviço de Inteligência Nacional Gendarmerie), o SIPNE (Service Prefeitura de Inteligência Naval Argentina), SIA (Aeronautical Intelligence Service), o SF (FSB) eo DIPPBA: todos os serviços de inteligência das forças de segurança e as forças armadas se uniram na constituição de uma comunidade estatal, que se encarregou do seguimento político e ideológico e isso foi essencial para o acúmulo de informações ea identificação das vítimas do terrorismo de Estado.

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Seguimiento a Chicha Mariani

 

 

DIPPBA: Militarização e Hierarquização

 

Na arquitetura informativa, a Polícia Buenos Aires foi essencial para garantir a implantação territorial da província. Durante o período 1976-1983, o DIPPBA tinha 16 agências e 1.200 agentes convocados para a perseguição ideológica, que consistia em ações diretas de seguimento ocultos sobre a vítima, a investigação junto aos seus vizinhos e suas famílias e locais de trabalho.

 

Após o golpe de 24 de Março de 1976, a ser promulgada a Lei Organica Policial nº 8.686, estabeleceu que os cargos de Chefe e Sub-chefe de polícia seria ocupado pelos militares. Esta decisão significou, de fato, a militarização das forças de segurança; Diretiva do Comandante-em-Chefe do Exército No. 504/77, “O meios policiais ficarão sob o controle direto da autoridade militar e para o desenvolvimento das suas missões específicas, em ações contra a subversão”.

 

A lei entrou em vigor a partir de 1 Janeiro de 1977, reestruturou a organização da polícia e da Direção-Geral de Informação que foi criada. A partir da Ordem No. 24408 passou a denominar-se – Diretoria de Inteligência “por considerar necessário adaptar as funções com as de outras agências nacionais e provinciais específicas no domínio, porque a informação é uma parte integrante da inteligência e não pode ser considerados independentemente. O nome da informação operacionalmente limitado. ” Uma estrutura organizacional com base na hierarquia do funcionamento e da situação dos serviços de informações secretas são consolidadas. O esquema orgânico derivado do Decreto Regulamentar n.º 9102 de 1974, artigo 220 estável que “as funções específicas são secretas e deve regulá-los ao chefe”, ou seja, ser regulamentado, o tempo, o coronel Ramon Camps.

 

Tanto a regulamentação da Lei Orgânica e os regulamentos internos de caráter -reconstruida “segredo” de extenso material doutrinário para identificar a Direção de Informação (Inteligência posterior) é composto de três divisões principais: reuniões, delegações e inteligência. Entre suas funções era “produzir informações relacionadas com a subversão, espionagem e sabotagem” nos campos: a) estudante político, b) união, religioso, c) económica e financeira, d) psicológico (refere-se à imprensa) e) “extremista e subversiva”, o Partido Comunista e os seus grupos secundários “.

 

O regulamento secreto também menciona o envolvimento de agentes em DIPPBA operacional “realizar e / ou coordenar operações próprias especiais, conjuntos ou combinados”, deixando a interação entre serviços de inteligência e participação nos processos de grupos tarefas.

 

 

O Arquivo

 

Durante a apresentação pública da denúncia, a diretora do programa de Justiça por crimes contra a humanidade, Claudia Bellingeri, disse que o DIPPBA elaborou durante o terrorismo de Estado 270 000 registros; sua missão era gravar as ações como espionagem, monitoramento, registro e análise de informações para a perseguição política e ideológica. Para essas funções teve que ser um quadro territorial sofisticado que tinha 16 filiais em toda a província (Moron, Lanus, San Martin, Mar del Plata, Bahia Blanca, La Plata, San Nicolas, Junín, Chascomús, Pehuajó Azul Quilmes, La Matanza Vicente Lopez, Tigre, Mercedes e Capital Federal), e uma Divisão sistematicamente integrada com outras agências comunitárias em matéria de informação, a fim de produzir inteligência e intercâmbio de critérios aplicados no território.

 

A Agência estatal bonaerense constituiu assim uma base de informações que se tornou essencial para atuar sobre as vítimas que foram identificadas como o “Branco a eliminar”. Esta ação foi o resultado de ações ambientais de vigilancia, seguimento e infiltração. Essas ações eram niciadas a partir de um fato, uma suspeita, um procedimento. A partir desse momento, a Direção dava inicio a uma “ordem de busca” ou ” ordem de reunião de informação” . Seu objetivo era o de “informar”, que envolvia a produção de um conhecimento não possuíam; para alcançar este objetivo deve reunir diferentes dados ou informações relacionadas com o caso em si. Os procedimentos utilizados foram escutas, investigações, vigilância, fiscalização, entrevistas, visitas domiciliares clandestinas, penetração clandestina ou ilegal, interrogatórios, de infiltração, de espionagem, exploração da imprensa, prisões, descoberta e despistes.

 

Uma ordem de pesquisa datada de 02 de junho de 1976 diz que “deve produzir uma ampla informação ambiental” que visa estabelecer, entre outras coisas, a “conveniência de procedimentos, Brancos Operativos”. Ele acrescentou no final: “Os inquéritos realizados para completar o presente deve ser feita de forma encoberta, de modo a não despertar suspeitas das pessoas sob investigação”.

 

Para finalizar o trabalho de investigação, se confecionava um relatório que subia para sede central. Se a ordem era afirmativa, “a lista de alvos a serem considerados durante a próxima semana”. Em alguns casos, também mostra um croquis, no qual o domicilio do “causante”, está assinalado com um rótulo “BRANCO”.

 

Assim, a documentação detalhada que vem dos arquivos da DIPPBA pode provar que, no âmbito do terrorismo de Estado, ações de inteligência precederam em quase todos os casos os crimes que hoje são julgados como crimes contra a a humanidade.

 

A demonstração caso a caso envolve um trabalho técnico difícil e fundamental para a constatação desses casos e a viabilidade de representação judicial. Como expressou Hernán Schapiro no ato de terça-feira: “a construção de responsabilidade não é complexa, a dificuldade é a acreditação judicial, ou seja, identificar os casos concretos em que a informação do DIPPBA foi necessária para a concretização dos delitos e provar, ao mesmo tempo, a responsabilidade e a atuação dos agentes de investigações. “.

 

 

Perseguição no caso dos movimentos operários

 

Os Sindicatos dos trabalhadores, foi uma das áreas mais bem vigiadas pelos serviços de inteligência. Tanto é assim que houve um levantamento das fábricas para fazer um pacote legenda: “Grandes estabelecimentos fabris na província de Buenos Aires, onde tenham acontecido conflitos e declarações de possível infiltração subversiva”.

 

Neste contexto, durante 1976, se produziram operações de sequestro focadas em ativistas sindicais que trabalharam em diferentes fábricas localizadas na cidade de La Plata e Grande La Plata. Alguns seqüestros eram feitos em massa. A informação contida nos arquivos pessoais ou os arquivos das vítimas de inteligência nos permite inferir que suas prisões não foram isoladas, mas foram projetadas para atender um objetivo específico: a conversão do aparato produtivo nacional que implicou no desmantelamento da indústria nacional e, com isso o estado de bem-estar social.

Hilandería Olmos

Hilandería Olmos

 

O vasto patrimonio documental reflete as ações da polícia na província de Buenos Aires sobre o movimento operário em geral; a existência de 11.300 feixes situados no ficheiro DIPPBA e mais de 432 000 folhas, indica a magnitude do controle. Esse monitoramento ou a perseguição, que muitas vezes ocorreu dentro da fábrica, dão a ideia de uma conivência necessária de alguns setores econômicos concentrados com as forças armadas e de segurança.

 

“A inteligência esteve a serviço de um projeto repressivo cuja missão era disciplinar o movimento operário e avançar sobre a organização de base para impedir a distribuição da riqueza”, disse Victor Mendibil, vice-presidente da CPM, durante a apresentação da querela. Astillero Rio Santiago, Kaiser, Swift, Rigoleau, FIFA, Textil Olmos são apenas algumas das fábricas que realizaram ações de inteligência com a previsão de “tensões entre trabalhadores e administração”, para “levar a um conflito como uma ocupação da empresa com a redução da produção, suspensão ou demissão dos operários. ”

 

Os registros e arquivos descrevem dados pessoais, atividades políticas e sindicais; Há ainda relatórios que mostram que o monitoramento continuava fora da atividade e do local de trabalho. Às vezes, as informações e antecedentes feitos pelos serviços de inteligência eram fornecidos aos diretores das fábricas; pode presumir-se que, mesmo as ordens de buscas partiam da mesma direção das fábrica. Isto é afirmado nas páginas do arquivo da Textil Olmos, datada de 11 de abril de 1977 e cujo material, uma vez entregue ao Comissário mais velho é enviado para o gerente geral da fábrica. Nas folhas do relatório diz: “Ano 1974 foi realizado um ambiental […] sendo classificado como” Peronista Revolucionário ‘”; e sobre outro trabalhador: “Ano 1972 está contido em uma lista de pessoas pertencentes à Olmos Sul Petroquímico, relacionados ao PRT (Partido Revolucionário dos Trabalhadores). ”

 

PRT Peronista Revolucionário, Montoneros, FAP. Nos arquivos nota-se as impressões sobre as organizações consideradas “subversivas” e as marcas de uma perseguição sistemática. Nesse sentido, o caso é emblemático do movimento operário, porque a repressão aos trabalhadores foi indispensável para o estabelecimento de um novo modelo econômico. No entanto, como relatado em muitos guias de arquivo DIPPBA, esta perseguição foi realizada como já mencionado sobre atores de diversas áreas: religioso, direitos humanos e estudantes, entre outros.

 

Os documentos expostos, permitem mostrar, que durante a última ditadura militar (1976-1983), os serviços secretos aprofundadaram e aperfeiçoaram as ações de inteligência na busca de disciplina política e ideológica, que forneceram informação imprescindível para a concretização dos crimes de lesa humanidade.

 

Portanto, sem a inteligência não teria sido possível o terrorismo de Estado.

 

Por isso o efetivo cumprimento do direito à memória, verdade e justiça, é que norteia a demanda que busca julgar estas ações como parte constitutiva do terrorismo de Estado.

 


 

Acesse o texto original clicando aqui

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Convite: Roda de Conversa com Adolfo Pérez Equivel

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Convidamos a todas e a todos a participar de uma Roda de Conversa sobre ditaduras na América Latina e os governos atuais, com Adolfo Pérez Esquivel e a Comissão Estadual da Verdade do Paraná.

O encontro será realizado no próximo dia 29 de agosto de 2015, das 18 às 21 horas,  na ABAI – Associação Brasileira de Amparo a Infância, em Mandirituda – PR.

Como chegar lá: o evento será no espaço do restaurante da ABAI, em Mandirituba. Para chegar lá pode-se ir pela BR 116 (sentido Curitiba – Rio Negro), entrar no primeiro retorno à esquerda e em seguida pegar a via lateral à BR 116. Logo adiante, pegar a primeira rua à direita, onde se vê placas indicativas do Restaurante da ABAI. O telefone do restaurante é  3626-1892.

 


 

Informações:        forumverdade@ufpr.br ,
            com Ivete Caribé da Rocha, telefone (41) 9972-0307;
            Marianne, telefone (41) 8814-7456, ou
            Norton Nohama, telefone (41) 8884-0252.

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O anel, o estudante, o operário e a menina que brincava com o anel – Dirceu Messias achava que iria morrer. O anel seria sua testemunha

No domingo, 9 de agosto de 2015, Xenya Bucchioni devolveu a Dirceu Messias o anel do qual o pai a fizera portadora. Ele o segurou por um largo tempo, em silêncio. Muitas lembranças lhe brotaram. Depois, o repôs no dedo anular.

No domingo, 9 de agosto de 2015, Xenya Bucchioni devolveu a Dirceu Messias o anel do qual o pai a fizera portadora.

 

Por Paulo de Tarso Riccordi

 
“Tenho uma história para contar. A história de um anel de latão com uma pedra azulada, comprado de um artesão em uma calçada qualquer no final dos anos 60, e que viajou de Porto Alegre para o Chile, do Chile para a França, da França para Portugal, de Portugal para São Paulo, de São Paulo para Diadema, de Diadema para Presidente Venceslau, de Presidente Venceslau para Presidente Prudente e de lá retornou a São Paulo. E então, 42 anos depois, pelo mais absoluto acaso, voltou para as mãos do dono, em Porto Alegre.

 
Quem o repatriou, em menina o tirava dos dedos do pai, para brincar, misturado a um monte de bijuterias da mãe, que lhes escorregavam dos dedinhos. Um objeto familiar, cujo único significado parecia exata e exclusivamente algo com um valor afetivo especial de que o pai raramente se desligava e que, ao longo da vida, evocava isso mesmo: o pai e seu quase inseparável e estranho anel, evidentemente “feminino”. Revirando fotos antigas de um quarto de século, ela encontra imagens do pai no trabalho, com o anel comunzinho no dedo anular. Se procurar mais, se verá, bebê ainda, ao colo do pai, e o anel lá, com eles. Coisa mais familiar esse objeto, muito mais antigo que a menina, no dedo do pai desde sempre, eventualmente no da mãe. Até ela descobrir que o anel não era do pai e que por ele seria encarregada de devolvê-lo ao verdadeiro dono.

 
Quase por acaso o dono do anel emergiu do passado.

 
Em 2013, a menina já era jornalista, mestra em Comunicação aprovada para o Doutorado e estava escrevendo o projeto de um documentário sobre o exílio político do pai, Enio Bucchioni, nos anos 60 e 70. Xenya, chama-se ela, entrevistava o pai e chamou-lhe a atenção o fato de que ele só falava de amigos e companheiros de classe média, estudantes, intelectuais.

 
– Mas não havia operários no exílio?

– Raros. Um dos poucos que estavam lá era um gaúcho, Dirceu Messias. Mas não sei dele.

 
E ficaria nisso, se ela não abrisse um novo veio para o garimpo da história. Ao pesquisar na internet em busca daquele nome, coincidentemente chegou à única referência que havia a ele na rede: a postagem do blog do Comitê Carlos De Ré da Verdade e Justiça [http://migre.me/racwj] noticiando que em 7 de setembro de 2013 ele fora barrado no aeroporto de Santiago e devolvido ao Brasil, quando pretendia visitar o Chile, acompanhando a delegação brasileira, para os eventos de descomemoração dos 40 anos do golpe militar que derrubou o presidente constitucional Salvador Allende. Messias deveria prestar seu depoimento ao Museo Nacional de La Memória sobre os assassinatos e demais violações aos direitos humanos que presenciou de 13 de setembro a 24 de dezembro de 1973, quando esteve preso no Ginásio do Chile e no Estádio Nacional – o mais importante campo de futebol do Chile –, transformados nos piores campos de concentração do continente, após o golpe.

 

No Ginásio a maioria dos presos ficava no centro, na quadra polivalente. E alguns outros, considerados dirigentes comunistas ou socialistas, ficavam na arquibancada superior, um mezanino, como Víctor Jara, que lá seria assassinado. Messias ficou com “os perigosos”.

 
Numa manhã desesperadora de setembro de 1973, ele foi levado ao mictório do Ginásio. Então, se cruzam os dois jovens que, depois disso, não voltaram a se encontrar. Um, de 25 anos, estudante de Matemática na Universidade do Chile, no Brasil trocara a engenharia, na Faculdade de Engenharia Industrial-FEI, onde fora diretor do Centro Acadêmico, pela combinação de Matemática e Ciências Sociais, na USP, já então, militando na Ação Popular. Fugindo com a namorada da temível Operação Bandeirantes (Oban), exilaram-se em Santiago, onde participara da fundação do agrupamento trotskista Ponto de Partida.

 
O outro, o magrinho ensanguentado, voz mansa e o nariz adunco que lhe valeu o apelido de Turco, operário na metalúrgica (maestranza) Jemo, tinha 32 anos. Em comum, o fato de serem brasileiros fugidos dos militares de seu país, sequestrados pelos chilenos, que nas horas seguintes ao golpe de Estado passavam pente fino de fábrica em fábrica, faculdade por faculdade, comunidades populares, apresando suspeitos aos milhares, arrastando-os para o Ginásio do Chile, para o Estádio Nacional, para delegacias de polícia e quartéis. Muitos desses foram mortos nas primeiras horas e dias do golpe, sob tortura ou fuzilamento sumário, tão logo fossem identificados como líderes de qualquer coisa associada, ainda que remotamente, a organizações de esquerda.

 
O magrinho chegara ao banheiro do Ginásio arrastado, seria mais exato dizer. Sangrava como um atropelado, por fora e por dentro, no corpo e na alma, abandonado ao próprio azar em meio ao golpe militar. Há dias levava muita pancada de vários homens vestidos com o mesmo uniforme dos que agora o acompanhavam ao mictório, depois de ter sido identificado por um policial brasileiro em colaboração com os chilenos: esse Messias era militante do Partido Operário Comunista (POC), fugido do Brasil. Começaram então as sessões de tortura com pancadas e choques elétricos.
De Messias queriam arrancar informações sobre a localização das armas que poderiam ser usadas contra os vencedores de então, comandados pelo general Augusto Pinochet. Dirceu Messias fora preso por militares na invasão da metalúrgica Jemo, no bairro de Conchalí, onde trabalhava. Em Porto Alegre era militante operário (primeiro, do Partido Comunista Brasileiro, depois, do POC) e trabalhava na Companhia Estadual de Energia Elétrica. De lá, fugiu para o Espírito Santo, onde teve um bar em Vitória, até ser identificado pela polícia e novamente ter de fugir, via Uruguai e Argentina, para o Chile, onde o socialista Salvador Allende fora eleito presidente da República.

 
Do paulista Enio Bucchioni a polícia não tinha muitas informações. Dizia estar no Chile apenas para estudar, apresentava documentos de aluno da Faculdade de Matemática da Universidade Nacional, o que, depois, seria confirmado pelo reitor.

 
Enio olhou para o recém chegado, o rosto transformado numa pasta de hematomas e sangue.

 
– Acho que vão me matar”, disse o outro.

 

Ao encontrar no blog do Comitê Carlos De Ré a única referência a Dirceu Messias na internet, Xenya surpreendeu-se novamente. Ao pé da notícia de que ele não fora autorizado a entrar no Chile 40 anos depois de sua expulsão, estava também postado um comentário de seu pai, que pedia ajuda para comunicar-se com Messias e relatava aquele último encontro que tiveram, no banheiro do Ginásio do Chile:

 
“Dirceu estava muito mal fisicamente. Eu tive mais sorte, pois ‘apenas’ um soldado que me prendeu cortou levemente minha perna com a ponta de sua baioneta. Foi um corte superficial, com o tempo, cicatrizou. Ao ver Dirceu naquele estado crítico, com vários soldados perto de nós, apenas apertei sua mão e lhe disse: ‘Aguente firme, amigo!’
Vi que Dirceu se emocionou e ele me passou um anel que ele usava em seu dedo e me disse: ‘Fica com ele, amigo’. Entendi que Dirceu pensava na possibilidade de ser morto. Ao me dar seu anel, entendi que deveria levar esse anel para sua família, caso ele morresse.

 
Nunca mais nos vimos. Fui expulso para a França e Dirceu para a Suécia. Tenho, entretanto, o anel de Dirceu até hoje comigo. Eu o usei durante muitos e muitos anos.”

 
Xenya teve uma intuição: “O anel! Só pode ser o anel!”, o anel com que brincava na primeira infância. Era. O pai o confirmou.

 
Sem jamais terem se cruzado novamente, nem no ginásio, nem no estádio, “era muita gente”, foram expulsos para países diferentes, tiveram vários endereços, retornaram ao Brasil em momentos diversos e a vida voltou a mantê-los distantes, mas com essa pendência que acabou por reatá-los agora – havia o anel entre eles. Um anel tão frágil, uma pequena tira de latão acobreado, já com sucessivas marcas de amassamentos e desamassamentos, com uma grande pedra azulada, passado furtivamente da mão de um para a do outro num encontro de brevíssimos minutos, muito pouco, diante da eternidade do trimestre de dor física, sofrimento psicológico, medo, insegurança, e do testemunho forçado das centenas de mortes diante deles.

 
Entretanto, esse pedaço de lata enfeitada, a história pessoal de homens vizinhos dos 70 anos e a memória afetiva de uma menina feita pesquisadora mantiveram “no ar” esse vínculo, à espera de sua resignificação – a própria troca de dedos, a volta do anel a quem o comprara, em Porto Alegre, há quase meio século.

 

 

Dirceu Messias com Xenya Bucchioni, filha de Enio.

Dirceu Messias com Xenya Bucchioni, filha de Enio.

 

 

No domingo, 9 de agosto de 2015, Xenya Bucchioni devolveu a Dirceu Messias o anel do qual o pai a fizera portadora. Ele o segurou por um largo tempo, em silêncio. Muitas lembranças lhe brotaram. Depois, o repôs no dedo anular.

 
Há 42 anos deveria ter sido entregue à sua família, como indicação de que fora morto. Não morreu; o anel retornou a ele. Mas como teria sido um testemunho dos horrores daqueles anos pesados, Messias decidiu que irá doá-lo ao Museo Nacional de La Memória, em Santiago, como outros objetos que lá estão para não nos esqueçamos e para que não se repita.

 
Paulo de Tarso Riccordi

13/08/2015

 


 

50 Histórias do Golpe – Dirceu Messias (história 17)

 


Leia também: Comitê Carlos de Ré: 

VAMOS AO CHILE?

 


Dirceu Messias barrado no aeroporto de Santiago do Chile

 


 

Víctor Jara

Víctor Jara

Víctor Jara, músico, cantor, compositor, poeta, professor de Jornalismo, diretor de teatro. Antes de seu assassinato, a 16 de setembro, os torturadores lhe esmagaram as mãos, provocando-o: “agora cante puerto mono, Puerto Mont” (música em homenagem aos mineiros massacrados naquela cidade). Contam que ele respondeu aos torturadores: “Idiotas, pensam que eu faço música com as mãos”. Após a redemocratização, o ginásio foi batizado de Ginário Víctor Jara.

 

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Comissão de Anistia promove debate com Baltasar Garzón na sexta-feira (14-08-2015)

Baltasar Garzón - jurista espanhol

Baltasar Garzón – jurista espanhol

 

Comissão de Anistia promove debate com Baltasar Garzón na sexta-feira (14)

Com palestra e debate sobre jurisdição universal, evento marcará o lançamento de Laboratório de Tecnologia em Memória e Direitos Humanos – LAB-MDHCA

Brasília 11/08/2015 – O jurista espanhol Baltasar Garzón Real estará em Brasília na sexta-feira (14), quando participará da 19ª Anistia Cultural, promovida pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. O evento será no Auditório Tancredo Neves do Palácio da Justiça, no Bloco T da Esplanada dos Ministérios, a partir das 14h30.

Antes da palestra, a Comissão de Anistia também lançará o Laboratório de Tecnologia em Memória e Direitos Humanos da Comissão de Anistia (LAB-MDHCA). Equipado com softwares para a coleta, tratamento, armazenamento e análise de dados, o LAB-MDHCA terá os objetivos de apoiar pesquisas, constituir um banco de dados público e incentivar a produção e a divulgação de conhecimento sobre memória e direitos humanos.

Jurisdição Universal – Internacionalmente conhecido desde 1998, quando emitiu um mandado de prisão contra o ex-ditador chileno Augusto Pinochet, Baltasar Garzón dará a partir das 15h30 uma palestra sobre “Democracia e Jurisdição Universal”. Provinda do direito internacional, a expressão se refere ao princípio de que, em crimes contra a humanidade, Estados podem exigir jurisdição penal para violações ocorridas fora de suas fronteiras.
A palestra será seguida por um debate com o professor Paulo Abrão, presidente da Comissão de Anistia; o jornalista Paulo Vannuchi, integrante da Comissão Interamericana de Direitos Humanos; e o jurista brasileiro Roberto Caldas, integrante da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Para Paulo Abrão, o evento reforça o compromisso da Comissão de Anistia e do Brasil com a consolidação do Estado Democrático de Direito. “A jurisdição universal é fundamental como tema porque demonstra como as consequências jurídicas de atos de exceção se estendem no tempo e no espaço”, explica o professor: “Violar direitos humanos é fácil. Reparar essas violações demora décadas.”


Programação – Confira abaixo a programação completa do evento:

14h30 – Abertura e Apresentação do Laboratório de Tecnologia em Memória e Direitos Humanos da Comissão de Anistia (LAB-MDHCA).

14h50 – Apresentação da primeira pesquisa do LAB-MDHCA, que trata de legados autoritários.

15h05 – Abertura da Palestra, com vídeo sobre a trajetória de Baltasar Garzón

15h15 – Palestra de Baltasar Garzón

16h00 – Debate com Baltasar Garzón, o professor Paulo Abrão, presidente da Comissão de Anistia; o jornalista Paulo Vannuchi, integrante da Comissão Interamericana de Direitos Humanos; e o jurista brasileiro Roberto Caldas, integrante da Corte Interamericana de Direitos Humanos.

17h00 – Encerramento e entrevistas.

 


Comissão – Criada em 2001 para reparar violações de direitos humanos cometidas entre 1946 e 1988, a Comissão de Anistia é vinculada ao Ministério da Justiça e composta por 25 conselheiros, a maioria agentes da sociedade civil ou professores universitários. Até janeiro de 2015, a Comissão havia recebido mais de 74 mil pedidos de anistia, declarando mais de 43 mil pessoas anistiadas políticas, com ou sem reparação econômica.

Serviço: Palestra de Baltasar Garzón e lançamento de Laboratório de Tecnologia em Memória e Direitos Humanos – LAB-MDHCA

Quando: Sexta-feira, 14 de agosto, a partir das 14h30

Onde: Auditório Tancredo Neves
Palácio da Justiça, Bloco T
Brasília – DF – 70064-900

Comissão de Anistia do Ministério da Justiça
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