Subcomissão Memória, Verdade e Justiça passa a integrar a CCJ

A Subcomissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça foi constituída, nesta quarta-feira (20), no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. A aprovação do Requerimento nº 119/13 foi considerada grande vitória pela sua autora, deputada Luiza Erundina (PSB-SP), defensora veemente do processo de redemocratização do País. “Seguiremos ainda mais fortes nessa luta para alcançar a verdade factual sobre as graves violações cometidas contra cidadãos brasileiros.”

Tida como o ambiente mais apropriado para o debate e discussões acerca dos crimes da ditadura militar, a Subcomissão terá de fiscalizar, avaliar, organizar e encaminhar informações de relevância à Comissão Nacional da Verdade. “A CNV terá dois anos para concluir seus trabalhos, devendo apresentar, ao final de apenas um ano que ainda temos pela frente, relatório contendo suas atividades, fatos examinados, conclusões obtidas e recomendações a serem propostas”, explicou Erundina.

 Erundina discursa durante o lançamento da Frente Parlamentar


Erundina discursa durante o lançamento da Frente Parlamentar

Em 2012, esta mesma subcomissão devolveu simbolicamente o mandato de deputados cassados pela ditadura, homenageou advogados de presos políticos e reativou comissões da verdade em todo Brasil. “Eu trago hoje às companheiras e companheiros essa boa nova. Esse processo da redemocratização só estará completo quando colocarmos a limpo toda essa triste história. Não vamos desanimar e seguiremos firmes para que a justiça se cumpra de forma plena” concluiu Erundina.

Frente Parlamentar – Com intuito de buscar alternativas e assegurar espaço para discutir os direitos humanos na perspectiva das minorias, a Câmara lançou nesta quarta-feira (20) a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos. A reunião acon

teceu no auditório Nereu Ramos, com a presença maciça dos representantes de movimentos sociais.

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Comissão da Verdade confirma investigação sobre 17 brasileiros desaparecidos no exterior

A Comissão Nacional da Verdade (CNV) divulgou na terça-feira,19, uma lista de brasileiros sequestrados no exterior durante ações repressivas em países do Cone Sul cujos casos serão investigados pelo grupo de trabalho da Operação Condor. Inicialmente, a Comissão vai investigar o sumiço de 17 brasileiros na Argentina, Chile e Bolívia entre 1971 e 1980. A Operação Condor iniciou oficialmente a partir de uma reunião secreta entre forças repressivas do continente em novembro de 1975, em Santiago do Chile.
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Os casos serão investigados devido aos “fortes indícios de coordenação repressiva clandestina” entre os serviços de informação das ditaduras do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai. Na semana passada, O GLOBO informou que a CNV irá pedir informações sobre o desaparecimento de 15 brasileiros na Argentina durante ações da Operação Condor.

A coordenadora do grupo sobre a Operação Condor, Rosa Cardoso, disse que nem todos os casos estão comprovadamente ligados à cooperação entre as forças repressivas dos vários países integrantes da Operação, mas que a investigação deverá se deter nas circunstâncias de cada desaparecimento e na responsabilidade sobre o sequestro e sumiço dos corpos.

— O esclarecimento sobre o destino final dos brasileiros, incluindo nomes e órgãos responsáveis por suas mortes, e a busca de informações sobre o paradeiro dos restos mortais é um compromisso que a Comissão tem para com o país e os familiares dos desaparecidos — disse a coordenadora.

O Brasil, por meio da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, já reconheceu a responsabilidade do Estado em alguns casos investigados. A Argentina também definiu a participação de agentes locais em muitos dos casos de sequestro e sumiço de brasileiros.

O Chile, por meio do relatório Retting (1992), assumiu a responsabilidade pelo desaparecimento de cinco cidadãos brasileiros em seu território entre 1973 e 1974, estabelecendo também formas de indenização para as famílias. Na Bolívia, houve reconhecimento de um cidadão brasileiro desaparecido por razões políticas.

A lista não exclui o reconhecimento de novos casos a partir das investigações da CNV.

Os casos que serão investigados

Argentina

1) Edmur Péricles Camargo (1914-1971).

(Processo CONADEP nº 6.009). Data do desaparecimento: 16 de junho de 1971.

2) Joaquim Pires Cerveira (1923-1973).

(Processo CONADEP nº 7.691). Data do desaparecimento: 6 de dezembro de 1973.

3) João Batista Rita Pereda (1948-1973).

(Processo CONADEP nº 7.833). Data do desaparecimento: 6 de dezembro de 1973.

4) Sidney Fix Marques dos Santos (1940-1976).

(Processo CONADEP nº 3.129). Data do desaparecimento: 15 de fevereiro de 1976.

5) Francisco Tenório Cerqueira Junior (1940-1976).

(Processo CONADEP nº 1.061). Data do desaparecimento: 18 de março de 1976.

6) Maria Regina Marcondes Pinto (1946-1976).

(Processo CONADEP nº 3.089). Data do desaparecimento: 8 de abril de 1976.

7) Jorge Alberto Basso (1951-1976).

(Processo CONADEP nº 1.956). Data do desaparecimento: 15 de abril de 1976.

8) Sérgio Fernando Tula Silberbeg (1955-76)

(Processo CONADEP nº 3.008). Data do desaparecimento: 8 de abril de 1976.

9) Walter Kenneth Nelson Fleury

(Processo CONADEP nº 5.325). Data do desaparecimento: 9 de agosto de 1976.

10) Roberto Rascado Rodriguez (1956-1977)

(Processo CONADEP nº 2.212). Data do desaparecimento: 17 de fevereiro de 1977.

11) Luiz Renato do Lago Faria

(Processo CONADEP nº 1.565). Data do desaparecimento: 7 de fevereiro de 1980.

Bolívia

12) Luiz Renato Pires de Almeida

Nasceu em 1944, no município gaúcho de São Sepé. Nos primeiros dias de outubro de 1970, nas regiões de Masapar e Haicura, a 300 km de La Paz, Luiz Renato foi morto por tropas do Exército da Bolívia. Está desaparecido até hoje.

Chile

13) Jane Vanini (1945-1974)

Data do desaparecimento: 6 de dezembro de 1974.

14) Luis Carlos de Almeida

Data do desaparecimento: 14 de setembro de 1973

15) Nelson de Souza Kohl (1940-1973)

Data do desaparecimento: 15 de setembro de 1973

16) Túlio Roberto Cardoso Quintiliano (1944-1973)

Data do desaparecimento: 13 de setembro de 1973

17) Wânio José de Matos (1926-1973)

Data do desaparecimento: outubro de 1973.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/comissao-da-verdade-confirma-investigacao-sobre-17-brasileiros-desaparecidos-no-exterior-7886139#ixzz2OH6vYoI0
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Ato: Sábado Resistente em São Paulo

SÁBADO RESISTENTE

CONVOCAÇÃO PARA O RECONHECIMENTO NO BRASIL DO DIA INTERNACIONAL PELO DIREITO À VERDADE

Dia 23 de março, das 14h às 17h30

No dia 21 de dezembro de 2010, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o dia 24 de março como o “Dia Internacional pelo Direito à Verdade em relação às Graves Violações dos Diretos Humanos e para a Dignidade das Vítimas”.
A data foi escolhida por marcar dois gravíssimos fatos ocorridos na América Latina: o primeiro, o assassinato a sangue frio do Monsenhor Oscar Arnulfo Romero, bispo de El Salvador no ano de 1980, e o segundo, o Golpe de Estado na Argentina, em 1976, que vitimou mais de 30.000 pessoas naquele país.

A resolução aprovada pela Assembleia Geral tem como objetivo instigar os Estados Membros, as Organizações Internacionais e as entidades da sociedade civil de cada país a rememorar esse dia. Em alguns países da América Latina, é proclamado feriado; em outros, um dia especial de estudos em escolas e universidades.
No Brasil, até o momento, a data ainda não é rememorada.

Por isso, neste Sábado Resistente lançamos o desafio à sociedade brasileira para a discussão e o comprometimento para que o dia 24 de março seja rememorado em todo o país, por meio da reflexão sobre nosso legado histórico e as graves violações aos Direitos Humanos tanto no passado como do presente.

PROGRAMAÇÃO

14:00: Boas vindas – Ivo Mesquita (Diretor Técnico da Pinacoteca do Estado e do Memorial da Resistência de São Paulo)

Coordenação – Maurice Politi (Diretor do Núcleo de Preservação da Memória Política)

 

14:30 – 15:30:  Breve Pronunciamento dos convidados:

Marcelo Mattos Araujo (Secretário de Estado da Cultura)

Elza Lobo (Diretora do Núcleo de Preservação da Memória Política)

Rafael Martinelli (Presidente do Fórum de ex Presos e Perseguidos Políticos de São Paulo)

Idibal Pivetta (Representante da Comissão da Verdade da OAB São Paulo)

José Henrique Torres (Presidente da Comissão da Verdade da Associação de Juízes para a Democracia)

Ivan Seixas (Presidente da Comissão Estadual de Defesa da Pessoa Humana de São Paulo)

Deputado Adriano Diogo (Presidente da Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva da Assembleia Legislativa de São Paulo]

Rogério Sottili (Secretário Municipal de Direitos Humanos e Representante da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República)

 

15:30 – 16:30: Palestra Maria Rita Kehl (Comissão Nacional da Verdade)

17:00:  Debate com o público

 

Os Sábados Resistentes, promovidos pelo Memorial da Resistência de São Paulo e pelo Núcleo de Preservação da Memória Política, são um espaço de discussão entre militantes das causas libertárias, de ontem e de hoje, pesquisadores, estudantes e todos os interessados no debate sobre as lutas contra a repressão, em especial à resistência ao regime civil-militar implantado com o golpe de Estado de 1964. Os Sábados Resistentes têm como objetivo maior o aprofundamento dos conceitos de Liberdade, Igualdade e Democracia, fundamentais ao Ser Humano.

Promovido por Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo e Memorial da Resistência de São Paulo.

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Ministra crê que Jango tenha sido morto

A ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) disse ontem ser muito clara a possibilidade de que o presidente João Goulart (1961-1964) tenha sido assassinado em seu exílio na Argentina, em 1976.

Rosário fez a declaração em audiência da Comissão Nacional da Verdade em Porto Alegre e defendeu que o caso seja apurado “a fundo”.

Oficialmente, Goulart, deposto no golpe de 1964, morreu de ataque cardíaco. A família diz acreditar que ele tenha sido envenenado.

“Há indícios que não podem ser desconhecidos da responsabilidade da Operação Condor [aliança entre ditaduras da América do Sul] com aquilo que não podemos fechar os olhos, que é a possibilidade muito clara de que o presidente João Goulart tenha sido assassinado”, disse.

Em entrevista à Folha em 2008, o ex-agente do serviço de inteligência uruguaio Mario Barreiro disse ter espionado Jango por quatro anos no exílio e afirmou que participou de operação que teria como objetivo matá-lo. Ele não apresentou provas disso.

Maria do Rosário disse que a necessidade de exumação dos restos mortais de João Goulart deve ser analisada.

A integrante da Comissão da VerJoão Goulart mortodade Rosa Cardoso também afirmou que há “um conjunto de indícios muito concludentes” favoráveis à tese do crime.

Cardoso disse ainda que pretende encerrar os trabalhos do grupo, criado pelo governo federal para apurar crimes do regime militar, com uma conclusão sobre o caso.

A família de Jango encaminhou à comissão uma série de pedidos de providências, como tomar depoimentos de autoridades estrangeiras.

Os familiares, como o filho João Vicente, reclamaram da demora de uma investigação instaurada em 2007 sobre a morte de Jango. O Ministério Público diz que procuradores vão hoje a São Borja ouvir o médico Odil Pereira. Amigo da família, teve acesso ao corpo de Jango antes do enterro.

A procuradora Suzete Bragagnolo disse que há provas que são “muito difíceis de se produzir” e que busca documentos sigilosos. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) lembrou que, após a morte, a realização de uma autópsia não foi autorizada.

Fonte- Folha de S. Paulo/ (FELIPE BÄCHTOLD)

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Comissão vai revelar Cadeias de Comando, de general a torturador

Instalada em maio de 2012 para investigar as violações de direitos humanos no Brasil entre 1946 e 1988, a Comissão Nacional da VerPaulo Sérgio Pinheiro-2dade fechou um calendário de 250 depoimentos a serem colhidos nos próximos três meses, dois dos quais sob comando do sociólogo e pesquisador Paulo Sérgio Pinheiro. Estão na lista vítimas, testemunhas e autores de assassinatos e torturas durante o regime militar (1964-1985). Nesta entrevista ao Estado, o coordenador da comissão – cujo mandato vai até 16 de maio – diz que o trabalho não se limitará a apurar a autoria material dos crimes. “Vamos levantar toda a cadeia de comando, desde o general presidente ao torturador que utilizava o pau de arara.”

Pinheiro afirma, porém, que não pretende dar, no momento, publicidade a eventuais descobertas. “Isso é perturbar o trabalho dos investigadores”, diz ele, numa clara contraposição a seu antecessor na comissão, o ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles. “Não podemos fazer teatrinho, fazer de conta que estamos colocando os acusados no banco dos réus”, diz Pinheiro, segundo quem as informações a partir de agora só serão tornadas públicas após a entrega do relatório final da comissão à presidente Dilma Rousseff, em maio de 2014.

Limitada pela Lei de Anistia, a comissão não pode punir, processar agentes da ditadura envolvidos em crimes. Para que serve a comissão, então?

Nenhuma das comissões da verdade que existiram no mundo depois da primeira – em Uganda (1974) – teve caráter de tribunal, nem de órgão do Ministério Público. Elas surgiram no nosso continente depois do processo de transição das ditaduras militares. O que se vê na Argentina hoje (antigos mandatários do governo no banco dos réus) aconteceu depois da Comissão Nacional de Desaparecidos, que foi a mãe das comissões da verdade na América do Sul, dirigida por (Ernesto) Sabato entre 1983 e 84. Nenhuma comissão pune nem emite sentença. Não somos um tribunal. A nossa comissão, inclusive, tem mais poderes do que várias no mundo e no Cone Sul.

Quais são esses poderes?

Temos acesso a todos os arquivos, sem limitação de sigilo. Podemos convocar qualquer cidadão brasileiro, civil ou militar. Se os convocados não comparecem, caem num tipo penal que cabe ao Ministério Público investigar. Nós não vamos punir porque nenhuma comissão da verdade puniu. A lei é muito precisa nos tipos de crime que podemos investigar: detenção arbitrária, desaparecimento, tortura e assassinatos, sem os constrangimentos que a Lei da Anistia impõe à jurisdição penal dos tribunais.

A Lei da Anistia não é limitadora?

Não ajuda nem atrapalha. O que importa é que a compreensão dos fatos desse período no Brasil vai ser diferente após a comissão. Será dividida em antes e depois do nosso relatório final.

Qual o foco agora dos trabalhos?

As comissões da verdade têm uma centralidade nas vítimas e suas famílias. Conhecer a verdade é fundamental primeiro para as famílias das vítimas; segundo para ir além de uma visão ideologizada, não compatível com a realidade do período ditatorial. Como até hoje quase nenhum responsável pelos crimes foi sequer nomeado, então a comissão terá um trabalho extraordinário.

Se o objetivo básico é revelar a verdade, por que tomar depoimentos em sigilo, proteger os autores?

Tudo vai estar no relatório final. Tenho certeza de que a comissão vai revelar as cadeias de comando, algo que jamais foi explicitado na história brasileira. Cadeias de comando que iam desde o general presidente até o torturador que usava o pau de arara.

Por que não divulgar os nomes assim que eles são descobertos?

Não podemos fazer teatrinho, fazer de conta que estamos colocando os acusados no banco dos réus. Nós não temos esse banquinho, não temos essa encenação do tribunal. E não dá para fazer isso a conta-gotas. Isso é perturbar nosso trabalho.

Mas a opinião pública não tem o direito de acompanhar?

Não estamos trabalhando em segredo. Não tem segredo nenhum. Temos um site razoável, com transparência e temos atividades públicas a todo momento. Agora, revelar a todo instante, não. Agora mesmo estamos investigando o caso de três torturadores, mas tem os outros da cadeia de comando. Eles têm que revelar os nomes. E não vamos ficar revelando a cada momento o que vamos fazer.

Os órgãos militares de inteligência entregaram o que foi pedido ou boicotam a comissão?

Hoje há no Arquivo Nacional 16 milhões de páginas. Por volta de 40% estão digitalizadas. Sem digitalização a gente não tem como ler. É preciso o robozinho que lê 20 mil páginas por minuto para os cruzamentos. No que diz respeito aos órgãos de informação temos uma parte importante, mas há materiais faltando. Se ficarmos nesse debate – se queimou ou não queimou (arquivos militares) -, a gente não vai a lugar nenhum. Na hora que julgarmos adequada, se nossas demandas forem satisfeitas ou não, revelaremos. Mas agora o que temos é o apoio total do Ministério da Defesa e um diálogo construtivo com os comandantes militares.

A comissão tem sofrido pressões do governo ou de militares?

Só encontrei a presidente (Dilma) três vezes. A indicação dela é a seguinte: nenhum funcionário do governo tem que se intrometer na comissão. Vamos fazer um ano (de trabalho) e não vi nenhum funcionário dar palpite na comissão. Ao contrário – ela disse – todos têm de ajudar e para ela isso é prioridade. O ano de 2013 é o ano da Comissão da Verdade.

Fonte- O Estado de S. Paulo

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Caso Herzog: Maria do Rosário defende apuração contra presidente da CBF

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, defendeu nesta sexta-feira que seja apurado o eventual envolvimento do atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, na morte do jornalista Vladimir Herzog, assassinado quando estava preso, em 1975.

A família de Herzog lançou na internet umaria-rosario-sao-paulo-20110322-size-598m abaixo-assinado pedindo a saída do dirigente por entender que ele teria contribuído com a prisão e morte do jornalista quando defendeu, na condição de deputado da Assembleia Legislativa de São Paulo, a repressão à presença de comunistas na TV Cultura. Poucos dias depois Herzog foi preso e morto. Marin admite ter feito o discurso, mas nega a relação deste fato com a morte do jornalista.

— Eu penso que todas as pessoas que comprovadamente estiveram envolvidas em situação de morte, tortura e desaparecimentos forçados não devem ocupar funções públicas no país. Porque o que cometeram – e se o cometeram comprovadamente estes atos – eles traíram qualquer princípio ético de dignidade humana e não devem ocupar funções de representação — disse a ministra.

Nesta sexta-feira, Maria do Rosário participou, ao lado do coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Paulo Sérgio Pinheiro, da cerimônia de entrega do novo atestado de óbito de Herzog, ocorrida no campus da USP, em São Paulo. No novo documento, consta como causa da morte “lesões e maus tratos sofridos durante o interrogatório nas dependências do 2º Exército (Doi-Dodi), substituindo formalmente a versão de “asfixia mecânica por enforcamento”, divulgada pela ditadura em 1975 e considerada falsa.

Na tarde de quinta-feira, o deputado federal Romário (PSB-RJ) propôs que Marin explique seu envolvimento com o governo militar por meio de uma audiência pública no Congresso.

— As suspeitas sobre o presidente da CBF são graves e constrangedoras. Nós, atletas e ex-atletas, ficamos muito desconfortáveis com esse tipo de situação, principalmente num momento em que o Brasil se expõe ao mundo, ao se preparar para receber megaeventos esportivos. Será que merecemos ter à frente do nosso esporte mais querido, mais popular, uma pessoa suspeita de envolvimento, ainda que indireto, com tortura, assassinato e a supressão da democracia?”, discursou o deputado.

Nesta semana, a CBF divulgou em seu site nota que contesta as acusações contra o dirigente da entidade. No início do mês, durante a coletiva de imprensa do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014, Marin se irritou com pergunta feita ao secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, sobre o prejuízo das suspeitas para a organização da Copa das Confederações e da Copa do Mundo.

— Existe um ligeiro aparte a um discurso feito na Assembleia de São Paulo quando eu era deputado. Um aparte em 1975 e que foge totalmente ao assunto citado pelo jornalista. Nenhuma relação com o nome citado (Vladimir Herzog) e com o assunto citado. Isso faz parte de uma calúnia, infâmia e de uma mentira – disse o dirigente, durante a entrevista.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/caso-herzog-maria-do-rosario-defende-apuracao-contra-presidente-da-cbf-7850815#ixzz2NdXCA4qa
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Fonte – O Globo

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Família de Vladimir Herzog recebe novo atestado de óbito

Causa da morte: maus tratos durante interrogatório.

Causa da morte: maus tratos durante interrogatório. (Tatiana Santiago/G1)

Os familiares do jornalista Vladimir Herzog, morto durante a ditadura militar, receberam na tarde desta sexta-feira (15) um novo atestado de óbito no Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP). O documento traz como causa da morte “lesões e maus-tratos sofridos durante o interrogatório nas dependências do segundo Exército DOI-Codi”. No atestado anterior, a versão para o óbito era de “enforcamento por asfixia mecânica”.

A determinação para um novo atestado de óbito foi do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), em setembro do ano passado. O juiz Márcio Martins Bonilha Filho, da 2ª Vara de Registros Públicos do TJ-SP, atendeu a um expediente de iniciativa da Comissão Nacional da Verdade, criada para esclarecer as violações de direitos humanos no período da ditadura militar.

De acordo com Ivo Herzog, filho da vítima, o atestado tem dupla importância. “Isso significa enterrar um documento mentiroso que humilhava a família tendo que aceitar uma farsa para a morte do meu pai e por abrir precedentes para outras famílias fazerem o mesmo”, justificou.
Segundo Ivo, a luta

não termina com a emissão do documento. “A nossa luta continua porque a gente quer ainda que sejam investigadas quais as circunstâncias da morte do meu pai”, afirmou ele.

Para a ministra Maria do Rosário, que participou da cerimônia, a democracia é um processo constante e n

unca está concluído. “Ela vai avançando quando o governo representando o Estado assume uma visão democrática e diz publicamente que renuncia toda a forma de violência e terrorismo de Estado como ocorreu no período da ditadura”, disse.

Para Clarice Herzog, viúva da vítima, o novo atestado é motivo de felicidade. “Fiquei muito feliz. Não é uma conquista só da família, mas da sociedade. Várias famílias agora vão ter esse direito, também como nós tivemos. A grande

conquista foi de anos atrás quando houve a sentença do juiz”, declarou.
Ivo Herzog e Paulo Pinheiro participam de entrega de documento nesta sexta (Foto: Tatiana Santiago/G1)Ivo Herzog e Paulo Pinheiro participam da entrega
do novo atestado de óbito de Vladimir Herzog

Anistia
O estudante de geologia da Universidade de São Paulo (USP) Alexandre Vannuchi Leme, morto em 1973 aos 22 anos, foi reconhecido como anistiado político pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.

Desde 2001, foram feitos mais de 70 mil pedidos de anistia ao governo. Desse montante, um terço foi deferido com pagamento de indenização, outro um terço foi deferido sem indenização e o restante indeferido por falta de provas, informou o secretário da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, Paulo Abrão.

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São Paulo: Tribunal vira museu da Ditadura

O prédio amarelo e marrom de arquitetura eclética, que por 72 anos abrigou o Tribunal da Justiça Militar, na Avenida Brigadeiprediomilitarro Luís Antônio, zona sul de São Paulo, vai receber o Memorial dos Advogados de Presos Políticos e contra a Censura, além de funcionar como sede das Comissões Nacional e Estadual da Verdade.

Durante a Ditadura Militar, no local foram julgados o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a atual, Dilma Rousseff, além de ser palco de inúmeros episódios da história política brasileira. Há dois anos, o imóvel, que pertence à União, aguardava a definição de seu destino. Os moradores da Bela Vista pediam para que ele fosse transformado em uma Companhia da Polícia Militar. A Superintendência do Patrimônio da União chegou a oferecê-lo para a Guarda Civil Metropolitana.

No fim de fevereiro, o prédio chegou a ser invadido por movimentos sociais que cobravam uma definição sobre o destino do edifício. “Tivemos na sexta-feira uma reunião com o prefeito Fernando Haddad, que liberou o imóvel para ser cedido à Comissão da Verdade”, disse a superintendente do Patrimônio da União em São Paulo, Ana Lucia dos Anjos.

O deputado Adriano Diogo (PT), presidente da Comissão Estadual da Verdade, comemorou a decisão. “Agora só falta o prédio do DOI-Codi”, disse, em referência aos fundos do 36.° Distrito Policial, no Paraíso, zona sul, um dos centros da tortura durante a ditadura militar. A Comissão da Verdade também quer transformar o prédio em um museu, como já aconteceu com a antiga sede do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), próximo da Estação da Luz, no centro.

Absurdo. Quem não gostou da decisão foram os moradores da região que brigavam para ter uma base da Polícia Militar atuando na área. Eles afirmam que há muitos furtos e roubos na região, por causa da grande quantidade de universidades nos arredores. Os estudantes são muito visados. “A comunidade queria a base da PM para aumentar a segurança do bairro”, afirma o vice-presidente do Conseg, Flávio Guarniero.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), Marcos da Costa, afirma que o memorial será fundamental para contar a história da luta pelos direitos. “Ainda estamos discutindo como montaremos o memorial, mas mostraremos fatos que ajudam a saber mais sobre a cidadania no Brasil.”

Fonte- O Estado de S. Paulo

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Família de Herzog receberá novo atestado de óbito

A família de Vladimir Herzog receberá nesta sexta-feira (15), em ato público, o novo atestado de óbito do jornalista, assassinado pela ditadura militar em 1975, numa dependência do Doi-Codi, órgão do Exército. herzogA entrega oficial será realizada na sede do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP), pelo coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Paulo Sérgio Pinheiro. No novo documento, passará a constar como causa da morte “lesões e maus tratos sofridos durante o interrogatório em dependência do 2.º Exército (DOI-Codi)”, substituindo oficialmente a falsa versão de “asfixia mecânica por enforcamento”, divulgada após a morte do jornalista em São Paulo.

“Trata-se de uma conquista que abre caminho para outras famílias conseguirem um novo atestado de óbito de familiares que foram torturados. É a confirmação de que o Estado civil brasileiro reconhece suas falhas históricas”, disse nesta quarta Ivo Herzog, filho de Vladimir Herzog.

O evento faz parte de uma série de homenagens que lembrará também os 40 anos da morte do estudante de Geologia da USP, Alexandre Vannuchi Leme, vítima da repressão e que também foi morto nas dependências do 2º Exército (DOI-Codi).

A solenidade integra o ato público que será realizado pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, em São Paulo, para reconhecer a condição de anistiado político do estudante Vannuchi Leme. Na ocasião, será feito um julgamento simbólico do caso do estudante, seguido de um pedido oficial de desculpa. Alexandre foi morto no dia 17 de março de 1973, aos 22 anos.

Fonte- Agência O Globo

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Estão à disposição dos participantes ao evento de instalação do Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça as respectivas declarações de presença

CIRCULO

Reiteramos que as declarações de presença no evento de instalação do Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça, ocorrido no dia 12 de abril de 2012, estão à disposição dos participantes na secretaria da Reitoria da UFPR (tel. 3360-5001 ou 3360-5090), rua XV de Novembro, 1299, 1° andar, no horário comercial.

Aproveitamos também para agradecer a vossa presença no evento.

Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça

 

1299 - Centro, Curitiba - PR, 80060-000, República Federativa do Brasil

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