ONU pede que Espanha modifique lei de anistia e crie comissão da verdade

15 de novembro de 2014. Esta é a data máxima dada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para que a Espanha modifi que a Lei de Anistia de 1977, que dá imunidade aos agentes do Estado que cometeram crimes durante a guerra civil (1936 – 1939) e a ditadura de Francisco Franco (1939-1975).

Ditador Francisco Franco

Ditador Francisco Franco

A modificação é uma das várias recomendações que o Comitê contra os Desaparecimentos Forçados, em sua sigla em inglês (CED) incluiu em seu relatório final, em 15 de novembro deste ano. Nele, o CED admite que no país ibérico existem 114.226 pessoas desaparecidas e que 30.960 bebês foram roubados no período entre 1936 e 1975.

O relatório é o documento final que exprime a visão da organização em relação às obrigações internacionais não cumpridas pela Espanha e observadas por um grupo de trabalho que percorreu o país entre os dias 23 e 30 de setembro. “Nós, o que dizemos é que para cumprir com as obrigações dos tratados internacionais, o país deve seguir certas coisas. Nossas recomendações, neste sentido, têm a mesma obrigatoriedade que os tratados assinados voluntariamente pela Espanha”, explica Ariel Dulitzky, professor de direito da Universidade do Texas, nos Estados Unidos e um dos enviados da ONU à Espanha.

Segundo Dulitzky, o desaparecimento forçado se defi ne como qualquer tipo de privação da liberdade de uma pessoa por agentes estatais ou por particulares que atuam com a tolerância ou cooperação do Estado. Além disso, o conceito também abrange o fato de o Estado se negar a reconhecer a detenção ou o lugar onde a pessoa se encontra detida e, por isso, esta pessoa fi ca fora da proteção da lei.

Entre os principais tratados internacionais que regulam este tipo de crime estão a Declaração sobre a Proteção de Todas as Pessoas contra os Desaparecimentos Forçados, de 1992, e a convenção internacional de mesmo nome adotada em 2006. Como país signatário, a Espanha é obrigada a cumprir as normas dos tratados. Para o CED, os principais problemas encontrados na Espanha são o tempo transcorrido desde que os desaparecimentos ocorreram, a falta de um procedimento claro, detalhado e específico em relação às exumações e identificações e a inexistência de uma base de dados genéticos de familiares das pessoas desaparecidas. Além destes fatores, Dulitzky destaca a eliminação completa dos fundos estatais para exumações.

No último governo socialista, o Estado destinou 6,5 milhões de euros em subvenções para o trabalho de identifi cação dos restos mortais encontrados nas mais de 2,3 mil valas comuns identifi cadas em território espanhol. Deste total, segundo as associações de vítimas, menos de 400 foram abertas. O governo de Mariano Rajoy (PP) cortou os subsídios que estavam amparados pela Lei da Memória Histórica.

Revogação da lei de anistia

“O que aprendemos é que as anistias não servem para garantir a justiça, não servem para garantir a verdade e muitas vezes também não são sinônimos de garantia da paz e da estabilidade democrática”, diz Dulitsky. No relatório fi nal, os integrantes do comitê admitiram certa surpresa com a sentença fi nal do Tribunal Supremo espanhol sobre a possibilidade de julgar os crimes do franquismo. Nesta sentença, o tribunal afi rmava: “a argumentação sobre a permanência do delito não deixa de ser uma fi cção contrária à lógica jurídica. Não é razoável argumentar que um detido ilegalmente em 1936, cujos restos não foram achados em 2006, possa racionalmente pensar-se que seguiu detido além do prazo de prescrição de 20 anos”.

Os tratados assinados pela Espanha consideram que, para iniciar a conta para a prescrição dos delitos de desaparecimento forçado, é preciso que a pessoa ou os restos mortais dela apareçam. Ou seja, enquanto a pessoa segue desaparecida, o crime não prescreve. “Esta decisão do Tribunal Supremo pode ser discutível. Muitos setores jurídicos aqui na Espanha não estão de acordo”, conta o juiz Joaquim Bosch. “De acordo com a evolução do direito internacional, as anistias completas que impedem a investigação, o julgamento e  sanção dos crimes internacionais, como os que ocorreram na Espanha, são  consideradas ilegais”, explica Dulitzky.

Comissão da verdade

Além da modifi cação da lei de anistia, o comitê também convida a Espanha a criar uma Comissão da Verdade, com “especialistas independentes encarregados de determinar a verdade sobre as violações aos direitos humanos ocorridas no passado”. Sobre as comissões da verdade, Dulitzky

explica que “uma de suas características é que não estudam casos isolados, mas sim padrões gerais. E, segundo, são comissões de ofi ciais do Estado, é o reconhecimento estatal da verdade. Esta é a verdade de acordo ao Estado. Como este tipo de crimes são necessariamente cometidos pelo Estado, é o Estado que diz: tudo isso é o que fizemos”.

Apesar de apontar as falhas do Estado, o comitê da ONU não tem poder de aplicar nenhuma sanção em caso de nãocumprimento das recomendações. Dulitzky assume que o mais importante para eles é “o que vai suceder na sociedade espanhola, o debate que será gerado na Espanha e a responsabilidade que as autoridades espanholas irão assumir”. Já o juiz Joaquim Bosch acredita que algumas recomendações serão cumpridas.

“Algumas [questões do relatório] eu acredito que têm muita viabilidade porque não tem sentido que a Espanha tenha assinado o convênio internacional sobre desaparecimentos forçados e que siga tendo mais de 100 mil desaparecidos em seu território”. Entretanto, Bosch não é tão otimista em relação às mudanças de maior importância: “as outras questões propostas, que se derrogue a lei de anistia, por exemplo, dependerá das forças políticas e do poder legislativo”.
Fonte-Brasil de Fato

Link permanente para este artigo: https://forumverdade.ufpr.br/blog/2014/01/06/onu-pede-que-espanha-modifique-lei-de-anistia-e-crie-comissao-da-verdade/

Ex-presos políticos relatam horrores do Doi-Codi

Ex-presos políticos relatam horrores do Doi-Codi

 

Antonio Carlos Fon, Clóves de Castro e Rose Nogueira.

Companheiras/os,

Turbilhões de lembranças que por décadas ficaram sepultadas. Não sei se o concreto do esquecimento foi ato de defesa para não enlouquecer, ou, para amenizar um pouco os traumas que resultaram para toda nossa vida. Interessante ou trágico não sei, mas mesmo pessoas próximas, amigos queridos, sequer imaginavam o que eu havia vivido ou morrido. Não verbalizava. Verbalizar é lembrar e há lembranças que são tão traumáticas que realmente ficaram sepultadas por todas essas décadas.

Antonio Carlos Fon- Companheiro de escolhas e convicções, Companheiras/os que cumpriram o sagrado direito e dever de lutar contra uma ditadura que rasgou nossa Constituição, que pisoteou todas as liberdades democráticas. Como entendo quando você, Antonio Carlos, fala do “filme que se desenrola”, repassando toda nossa vida, são como relâmpagos que se redesenham naquelas semanas e meses trágicos. Naquele momento em que lhe contava que, nos poucos minutos em que não estava sendo torturada, ouvia os gritos de dor do Hélcio Pereira Fortes, naquele instante, também surgiram na minha memória, falas dos torturadores, dizendo que estavam empalando o Hélcio. O sentir é terrível. Depois fiquei esperando o momento em que eu também seria empalada.

E depois de décadas fiquei sabendo que no dia 28 de janeiro de 1972, foi divulgada, pela mídia falada e escrita, a morte do Companheiro Hélcio Pereira Fortes (Nelson, Fradinho) A verdade é que nesse dia, tanto Hélcio quanto eu fomos trazidos do DOI/CODI da Guanabara para o DOI/CODI de São Paulo, e, em algum documento meu, encontrei o dia e a hora de chegada à Oban: dia 28 de janeiro de 1972, às 16,00 horas. O lembrar é reviver, é tornar o sofrimento mais vívido, é abrir uma cicatriz e remexer na carne e no sangue. E quando você fica sabendo que um irmão do Helcio veio, de Minas para São Paulo em busca do seu corpo, e foi notificado de que o corpo já estava sepultado, e volta ele para Minas sem os restos mortais de seu irmão, o meu sentimento já não é nem mais de revolta, é algo que não consigo definir. E a verdade era que, ali, a poucos metros, o nosso Companheiro estava vivo ou quase vivo sendo barbaramente torturado. Revolta, realmente, é pouco para descrever o sentimento que se sente com o escárnio e a onipotência desses esbirros da ditadura. Revolta é o sentimento que te toma ao ver o total desprezo e desumanidade com que tratavam nossos pais, irmãos e familiares.

Ontem, enquanto passávamos pelo pátio do DOI/CODI, senti o sentimento de quando ouvíamos os festejos, o regozijo dos torturadores que prenderam a Ana Maria Nacinovic, o Iuri Xavier Pereira e o Marcos Nonato. Ali eles foram torturados. Não sei se os três estavam vivos, mas o Iuri com certeza caiu vivo. E, lá mesmo, a alguns metros das nossas celas, foram eles torturados e depois sumariamente executados.

E como não lembrar do Frederico Eduardo Mayr, a quem encontrei na Oban, ferido e ensanguentado, no banco do corredor, em frente ao escritório em que ficava o Vanderlei Boschilla. Depois ouvir os  gritos do Companheiro Mayr, gritos que partiam lá das entranhas, porque os nossos gritos não saiam da garganta, saiam realmente das nossas entranhas, lá do fundo, não sei de onde.

Como não lembrar do Lauriberto Reyes, do Alexander Ibsen Voerões, do Napoleão Felipe Biscaldi. Sim, nos quase sete meses em que estive sequestrada no DOI/CODI, esses Companheiros foram levados para lá, alguns chegaram mortos, mas outros foram torturados antes da execução sumária.

E o Edgar de Aquino de pé, segurando as grades da cela, com aquele olhar meigo e um leve sorriso nos lábios, os cabelos compridos, e pensar que ele estava ali aguardando a hora em que seria morto ou “desaparecido”.

Sim, é toda nossa vida e a vida de tantos e tantos Companheiros, e isso tudo, querendo ou não aflora à nossa mente, flui como um filme de nossas vidas.

Como não lembrar do Luis José da Cunha, assassinado bem no dia do meu aniversário, como não lembrar das minhas lágrimas engolidas enquanto esses assassinos zombando, diziam que haviam pegado: “o filho da puta do seu amante”. E isso aconteceu em plena auditoria militar, onde estávamos convocados para uma audiência.

Terrível solidão, dor que sabíamos que poderíamos viver, mas inimaginável era o grau daquelas torturas realmente científicas. Como em sã consciência poderia se imaginar tal barbárie e sádicos rituais.  Sós com a responsabilidade de mentir com fundamentos. Algumas derrotas, mas muitas vitórias. E depois disso tudo como podem falar, como se atrevem a falar em crimes conexos?

Darci Miyaki 

Fonte:

– Vídeo CNV

– Texto Darci Myaki, a quem agradecemos a cessão do texto.

Link permanente para este artigo: https://forumverdade.ufpr.br/blog/2014/01/04/ex-presos-politicos-relatam-horrores-do-doi-codi/

Exumação de Arnaldo Cardoso Rocha, militante da ALN, comprova tortura e execução.

Arnaldo

 

A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos – CEMDP, atendendo a solicitação dos familiares e do procurador federal Sérgio Gardenghi Suiama, realizou a exumação de Arnaldo Cardoso Rocha em 12/08/2013. Seus restos mortais foram submetidos à análise e estudos periciais segundo as técnicas da antropologia forense, concluindo fora capturado vivo, submetido a torturas e finalmente executado; desmentindo assim, a versão dos órgãos de repressão de “morte em tiroteio”.

 

Após quatro meses de analise os restos mortais de Arnaldo Cardoso Rocha serão sepultados no dia 27 de dezembro de 2013, às 09 horas no Cemitério Parque da Colina, localizado na Rua Santarém, Nova Cintra, Belo Horizonte, MG. Sepultura – Jazigo 22-18, Jardim das Paineiras XXX.

 

Conclusões mais importantes dos três laudos periciais:

 

O Relatório de Exame de Antropologia Forense, do Dr. Marco Aurelio Guimarães:

Causa primária da morte :  “Traumatismo crânio-encefálico por ação de instrumentos pérfuro-contudentes”.

 

Causas concorrentes: “Traumatismos múltiplos por instrumento/ação contundente seguidos de múltiplos traumatismos por projéteis de arma de fogo atingindo membros superiores, inferiores, tórax e pelve”.

Comentários adicionais: O padrão de distribuição de simetria e bilateralidade das lesões indica intencionalidade na sua origem e é altamente sugestiva da ocorrência de tortura.

Causa jurídica da morte: Homicídio doloso

 

O Laudo de Pericia Criminal Federal elaborado pelos Peritos Criminais Federais Júlio César Kern, André Ricardo Meinicke e Alexandre Pavan Garieri, concluiu que:

As lesões verificadas na ossada exumada permitem concluir que Arnaldo Cardoso Rocha foi executado de forma cruel, por meio de disparos de arma de fogo contra sua cabeça, após ele ter sido vitima do emprego de força excessiva, com supressão de sua capacidade de agredir outrem, de se defender ou de fugir. A morte de Arnaldo Cardoso Rocha decorreu de traumatismo crânio-encefálico causado por projéteis de arma de fogo. Considerando-se as lesões verificadas na ossada exumada em conjunto com as informações contidas no laudo de exame necroscópico de 15/03/1973, Arnaldo teria sido alvejado ao menos por quinze projéteis de armas de fogo.”

 

Complementando foi realizado o Laudo Pericial pelos peritos criminais Celso Nenevê, Mauro José Oliveira Yared e Pedro Luiz Lemos Cunha, da Policia Civil do Distrito Federal, com conclusão semelhante.

 

Os laudos serão encaminhados pelos familiares para o Ministério Publico Federal para serem anexados ao processo de investigação criminal já em andamento.

Nós familiares de Arnaldo em 25/07/2012 demandamos à CNV a investigação do seu assassinato com o esclarecimento das circunstâncias, identificação das instituições e agentes do Estado responsáveis pelo seu assassinato.

 

Arnaldo nasceu em Belo Horizonte, MG, filho de Annette Cardoso Rocha e João de Deus Rocha, este antigo militante do militante do PCB. Arnaldo estudou na Escola Técnica Federal de Minas Gerais, atual Centro Federal de Educação Tecnológica – CEFET, no Bairro Gameleira, em Belo Horizonte. Iniciou sua militância no PCB, participou da Corrente Revolucionária de Minas Gerais que depois se integrou a Ação Libertadora Nacional – ALN.

 

Arnaldo Cardoso Rocha era membro da Coordenação Nacional da Ação Libertadora Nacional – ALN, quando foi capturado e assassinado em São Paulo no dia 15 de março de 1973 em uma emboscada do DOI-CODI-II Exército. Arnaldo estava com 23 anos, completaria 24 no dia 28 de março. Há poucos dias tinha recebido a noticia de que seria pai, Arnaldo nunca conheceu seu filho.

 

Iara Xavier Pereira

O Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça se solidariza com os familiares de Arnaldo Cardoso Rocha  e com as suas lutas por verdade, memória e justiça. A esses bravos brasileiros nossas mais sinceras homenagens:

“que nenhum corpo permaneça insepulto,

que cada lágrima derramada celebre todas as lutas por liberdade e  democracia

e que cada saudade reverencie com orgulho a memória de tantos heróis brasileiros que deram o melhor de si, senão a própria vida, para que o Brasil pudesse se libertar do julgo da tirania”

Link permanente para este artigo: https://forumverdade.ufpr.br/blog/2013/12/26/exumacao-de-arnaldo-cardoso-rocha-militante-da-aln-comprova-tortura-e-execucao/

Mandato da CNV é prorrogado até dezembro de 2014

Quinta, 26 de Dezembro de 2013 às 14:20

Mandato da CNV é prorrogado até dezembro de 2014

 4(Pag)

Foi publicada hoje (26/12), pela Presidência da República, no Diário Oficial da União, a medida provisória 632, que, em seu artigo 25, prorroga o mandato da Comissão Nacional da Verdade até dezembro de 2014.

A medida provisória altera o artigo 11 da Lei nº12.528.

Com a medida, a Comissão Nacional da Verdade terá até o dia 16 de dezembro de 2014 para entregar o relatório circunstanciado sobre as graves violações de direitos humanos ocorridas no país entre 1946 e 1988. O prazo anterior era 16 de maio.

Leia a íntegra do texto:

Art. 25. A Lei nº12.528, de 18 de novembro de 2011, passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 11. A Comissão Nacional da Verdade terá prazo até 16 de dezembro de 2014, para a conclusão dos trabalhos, e deverá apresentar, ao final, relatório circunstanciado contendo as atividades realizadas, os fatos examinados, as conclusões e recomendações”.

Se preferir, confira o texto diretamente no Diário Oficial: http://bit.ly/JtH2xl

Com isto, ficam automaticamente prorrogados os prazos da Comissão Estadual da Verdade do Paraná e da Comissão da Verdade da UFPR.

Fonte:

Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de Comunicação

Mais informações à imprensa: Marcelo Oliveira e Thiago Vilela
(61) 3313-7355 | comunicacao@cnv.presidencia.gov.br

Acompanhe a CNV nas redes sociais:
www.facebook.com/comissaonacionaldaverdade
www.twitter.com/CNV_Brasil
www.youtube.com/comissaodaverdade

Link permanente para este artigo: https://forumverdade.ufpr.br/blog/2013/12/26/mandato-da-cnv-e-prorrogado-ate-dezembro-de-2014/

Testemunhas acusam Ustra por sequestro de desaparecido

Testemunhas acusam Ustra por sequestro de desaparecido

O delegado Carlos Alberto Silva disse que fez de Cabo Anselmo agente infiltrado O Globo / Michel Filho Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/testemunhas-acusam-ustra-por-sequestro-de-desaparecido-11020786#ixzz2oK2wAHZB  © 1996 - 2013. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

O delegado Carlos Alberto Silva disse que fez de Cabo Anselmo agente infiltrado O Globo / Michel Filho

 

TATIANA FARAH

Publicado:
Atualizado:

SÃO PAULO — Na primeira audiência da Justiça Federal que confrontou testemunhas com acusados de crimes da ditadura no Brasil, três ex-presos políticos acusaram o coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra de saber da prisão ilegal do corretor de valores Edgar Aquino Duarte, desaparecido após ser preso pelo DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna) e pelo Deops (Departamento de Ordem Política e Social) em 1971, em São Paulo. O Ministério Público Federal (MPF) acusa Ustra e dois delegados, Carlos Alberto Augusto e Alcides Singillo (aposentado), pelo sequestro de Edgar, um fuzileiro naval que foi militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).

As testemunhas afirmaram que Ustra … leia mais, clique aqui..

Fonte: O Globo

Link permanente para este artigo: https://forumverdade.ufpr.br/blog/2013/12/23/4205/

Comissão da Verdade de SP investiga trabalho de general francês que ensinou tortura no Brasil

Comissão da Verdade de SP investiga trabalho de general francês que ensinou tortura no Brasil

17/12/2013 – 14h55

Fernanda Cruz
Repórter da Agência Brasil

 

a7342da3-2fe6-4c3d-94d1-343350c3c653

São Paulo – A Comissão da Verdade da Assembleia Legislativa de São Paulo ouviu hoje (17) especialistas na história do general francês Paul Aussaresses, militar que entre 1973 e 1975 esteve no Brasil ensinando técnicas de tortura e combate a guerrilhas aos oficiais brasileiros e de países da América Latina. Aussaresses morreu no dia 4 deste mês.

Os debatedores que participaram da audiência pública concordam que a participação francesa nas ditaduras militares na América Latina é pouco conhecida, sobretudo no Brasil. “Achei bastante material na imprensa argentina sobre a atuação dessa escola do terror que se implantou em toda a América Latina, mas não acho quase nada na imprensa brasileira”, disse o pesquisador e ex-ouvidor da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Fermino Fechio.

Aussaresses veio ao país como adido militar. “É um eufemismo para colaboração estrita de informações e controle dos exilados”, explicou Leneide Duarte-Plon, jornalista e escritora. O general deu aulas no Centro de Instrução de Guerra (CIG), que ainda existe em Manaus. Fermino explica que a escola, hoje, é famosa por oferecer bons cursos de sobrevivência da selva. O centro surgiu para proteger as fronteiras brasileiras, porém, a partir de 1973, passou a ser uma “escola do terror”.

Fermino defendeu que os documentos referentes às atividades da escola naquela época sejam divulgados. “Não sabemos quantos oficiais foram formados. No site da escola de Manaus se diz que foram 400 estrangeiros treinados, mas eu acho que foram até mais. Só o Chile mandava de um a 12 oficiais por mês”.

O pesquisador questiona a falta de informações sobre o trabalho do CIG durante a ditadura. “O que a escola tem a esconder? Já se passou tanto tempo e o Brasil precisa saber da sua história. Quem é que fez curso lá? Quais foram os instrutores? Por que essa escola foi direcionadas para ser uma escola do terror?” Fermino contou que já foram solicitadas cópias dos documentos à Comissão Nacional da Verdade, mas acredita que nenhum desses dados tenha sido divulgado.

Segundo Leneide Duarte-Plo, que está escrevendo um livro sobre Aussaresses, a polêmica em torno dele teve início em 2000, quando o jornal francês Le Monde publicou uma entrevista chocante com uma ex-torturada por soldados franceses durante o conflito da Argélia, responsabilizando o general. No final daquele mesmo ano, Aussaresses reapareceu na imprensa reconhecendo as torturas praticadas e dizendo não se arrepender delas. “Ele diz que a tortura pode ser necessária”, conta ela.

Posteriormente, explica Leneide Duarte-Plo, Aussaresses escreve mais três livros em que admite e detalha execuções sumárias que praticou. Nas publicações, ele faz revelações como o envolvimento de militares brasileiros, que teriam colaborado ativamente no golpe militar chileno. O general francês chegou a ser processado por apologia à guerra, mas recebeu anistia.

Aussaresses fala que era bom amigo do falecido general João Baptista Fiqueiredo, que presidiu o país de 1979 a 1985, durante o regime militar, e foi chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), e de Sérgio Paranhos Fleury, o delegado que comandou o Departamento de Ordem Política e Social (Dops) de São Paulo, um dos centros de tortura da ditadura militar. Fleury, que morreu em 1979, dirigia pessoalmente as sessões de tortura, sendo responsável por vários homicídios decorrentes da ação ilegal.

Edição: Davi Oliveira

 

FONTE: EBC – Agência Brasil

“Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias, é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil”

Link permanente para este artigo: https://forumverdade.ufpr.br/blog/2013/12/23/comissao-da-verdade-de-sp-investiga-trabalho-de-general-frances-que-ensinou-tortura-no-brasil/

CNV e comissões de universidades realizam encontro em SP

CNV e comissões de universidades realizam encontro em SP

Foto: Marcelo Oliveira

Foto: Marcelo Oliveira

Encontro nacional entre a CNV e comissões de universidades foi marcado para fevereiro

 

A Comissão Nacional da Verdade e a Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva (SP), realizaram hoje na capital paulista uma reunião de trabalho com 13 representantes de oito comissões da verdade instaladas em universidades.

Na reunião, as comissões das universidades apresentaram seus principais trabalhos realizados e projetos em andamento, pediram apoio e deram sugestões à CNV, que pretende realizar em fevereiro um encontro nacional com todas as comissões da verdade universitárias. O planejamento do evento também foi debatido.

O objetivo do encontro nacional é entrosar mais os trabalhos das comissões das universidades aos da Comissão Nacional e o planejamento de atividades e ações conjuntas.

As comissões das universidades, entre outras atividades, têm trabalhado em diversas ações de memória e verdade, tais como:

– Identificação das vítimas da repressão em cada instituição de ensino superior (IES) a que estão vinculadas;
– Iniciativas para demarcar e preservar locais de memória nos campi;
– Identificação de locais e estruturas de repressão nas universidades, como, por exemplo, as Assessorias Especiais de Segurança Institucional (Aesi ou ASI), que eram braços do Serviço Nacional de Informações;
– Estudo de mecanismos de repressão no meio acadêmico, como o decreto-lei 477, que resultou na demissão de professores e expulsou alunos opositores do regime;
– Ações de incentivo à pesquisa sobre o período da ditadura;
– Reparação acadêmica, com medidas como a restituição de cargos de professor e a rematrícula de alunos expulsos.

Participaram do encontro representantes das Comissões da Verdade da Federal do Espírito Santo (UFES), Federal do Paraná (UFPR), Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade de São Paulo (USP) e Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP).

Pela CNV, participou da reunião de hoje o coordenador da Comissão Rubens Paiva, Ivan Seixas, também assessor da CNV, e pela Comissão Rubens Paiva, seu presidente, Adriano Diogo.

 

FONTE:

Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de Comunicação

Mais informações à imprensa: Marcelo Oliveira
(61) 3313-7324 | comunicacao@cnv.presidencia.gov.br

Acompanhe a CNV nas redes sociais:
www.facebook.com/comissaonacionaldaverdade
www.twitter.com/CNV_Brasil
www.youtube.com/comissaodaverdade

Link permanente para este artigo: https://forumverdade.ufpr.br/blog/2013/12/23/cnv-e-comissoes-de-universidades-realizam-encontro-em-sp/

Exumação desmente informações oficiais sobre morte de Arnaldo Cardoso Rocha, da ALN

Funcionários do cemitério Parque da Colina retiram tampa da sepultura de Arnaldo Cardoso Rocha. Foto: André Vilaron - CNV

Funcionários do cemitério Parque da Colina retiram tampa da sepultura de Arnaldo Cardoso Rocha. Foto: André Vilaron – CNV

Exumação desmente informações oficiais sobre morte de Arnaldo Cardoso Rocha, da ALN

Peritos concluíram que o corpo não passou por autópsia e que havia mais projéteis na vítima que o indicado no documento de 1973

Foram exumados na manhã de ontem em Belo Horizonte os restos mortais do militante político Arnaldo Cardoso Rocha, morto pouco antes de completar 24 anos de idade, em 15 de março de 1973, por uma equipe do Doi-Codi de São Paulo, um dos principais organismos do aparato de repressão.

Arnaldo foi morto com mais dois companheiros da ALN, Francisco Emanuel Penteado, de 20 anos, e Francisco Seiko Okama, de 26 anos. A versão oficial divulgada pela polícia na época é que eles resistiram à prisão ao serem abordados pela polícia na rua Caquito, na Penha, e que dois deles morreram no local. Entretanto, testemunhos colhidos nos anos 80 apontam que, pelo menos dois deles, Arnaldo e Seiko, feridos a bala, foram colocados num carro e levados para o Doi-Codi, onde foram ainda torturados e morreram.

A exumação foi realizada por peritos do Centro de Medicina Legal da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), coordenados pelo fisiologista Marco Aurélio Guimarães, com a participação de Alexandre Pavan, da Polícia Federal, por ordem da Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos a pedido da viúva de Arnaldo, Iara Xavier Pereira, mãe do filho do militante assassinado.

A diligência, a pedido de Iara, foi acompanhada pela Comissão Nacional da Verdade, que enviou o assessor André Vilaron, e pelo Ministério Público Federal, representado pelo procurador da República Sergio Suiama. Também compareceram a exumação integrantes do Comitê pela Verdade, Memória e Justiça de Minas Gerais e o deputado federal Nilmário Miranda.

OBJETIVO – O objetivo da exumação é obter mais detalhes que possam esclarecer as circunstâncias da morte de Arnaldo. O laudo necroscópico original, assinado pelos médicos Isaac Abramovitc e Orlando Brandão, atesta a versão da repressão e informa que o corpo de Arnaldo tem sete perfurações de bala. Um dos disparos transfixou a mão de Arnaldo, o que caracteriza um gesto de autodefesa muito comum quando os atiradores estão próximos da vítima, o que pode indicar execução.

Na época da morte não houve uma necrópsia independente. No dia seguinte da morte de Arnaldo, logo que soube da morte do filho pelo noticiário, João de Deus Rocha foi a São Paulo e exigiu a entrega do corpo. Este foi entregue em um caixão vincado, lacrado, apenas com uma abertura para ver o rosto (o que de fato se confirmou ontem, na exumação). Agentes do Exército acompanharam o caixão até Belo Horizonte, pois havia determinação expressa de que o caixão fosse enterrado sem ser aberto.

REVELAÇÕES – Ontem, enfim, o caixão de Arnaldo foi aberto. O corpo do militante foi coberto por água, que tomava todo o sepulcro. Esta água escorreu por frestas entre os túmulos de Arnaldo e de sua irmã, sepultada acima dele. A grande quantidade de água beneficiou a preservação do corpo.

A equipe de antropologia forense recolheu ao menos cinco projéteis do corpo de Arnaldo ontem, o que desmonta parte do laudo de exame necroscópico, que fala apenas na existência de um projétil no corpo da vítima, e que este teria sido retirado. Na exumação, ontem, também se constatou que realmente não foi feita a autópsia do corpo, o que coloca em questão os laudos necroscópicos oficiais feitos à época.

A diligência foi concluída à tarde quando técnicos extraíram amostras de DNA do pai e da mãe de Arnaldo, João de Deus Rocha (antigo líder do PCB) e Annette Cardoso Rocha, ambos nonagenários, e de uma de suas irmãs, Maria Letícia Rocha Pimenta.

Os restos mortais de Arnaldo seguiram para os trabalhos de perícia e exames de laboratório, como o exame de DNA, trabalhos que serão coordenados pela equipe da antropologia forense da USP-Ribeirão, vinculada a projeto da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), com apoio da Polícia Federal.

Veja fotos da exumação no Facebook da CNV

 

FONTE:

Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de Comunicação

Mais informações à imprensa: Marcelo Oliveira
(61) 3313-7324 | comunicacao@cnv.presidencia.gov.br
Acompanhe a CNV nas redes sociais: FacebookTwitter e Youtube

Link permanente para este artigo: https://forumverdade.ufpr.br/blog/2013/12/23/exumacao-desmente-informacoes-oficiais-sobre-morte-de-arnaldo-cardoso-rocha-da-aln/

MPF denuncia militar reformado por crime praticado durante a Ditadura Militar

barra-limite-direita

MPF denuncia militar reformado por

crime praticado durante a Ditadura Militar

 ImprimirE-mail

Sex, 20 de Dezembro de 2013 10:55

Para procurador da República, o crime é permanente e, apesar do tempo, a ação penal é viável

Era 17 de maio de 1973. Agentes da Ditadura Militar invadem uma fazenda localizada entre os municípios goianos de Rio Verde e Jataí. Os jovens Maria Augusta Thomaz e Márcio Beck Machado são mortos. Epaminondas Nascimentos, então delegado de polícia em Rio Verde, comparece ao local após o homicídio, e determina a ocultação dos cadáveres na própria fazenda. Pelo crime, após 40 anos do episódio, o Ministério Público Federal em Goiás move denúncia contra o militar reformado.

Entenda 
Maria Augusta e Márcio Beck eram membros do Movimento de Libertação Popular, grupo armado de enfrentamento à Ditadura, inaugurada com o Golpe Militar de 1964. Os jovens haviam sido presos durante o 30º Congresso da União Nacional de Estudantes (UNE), em Ibiúna-SP, em 1968, e realizaram treinamento militar em Cuba no ano seguinte, retornando ao Brasil em 1971. Em 4 de maio de 1973, fugindo da repressão, mudaram-se para a Fazenda Rio Doce, no interior de Goiás. Após a prisão e tortura de dois militantes no DOI-CODI de São Paulo, o casal foi descoberto e assassinado dias depois de sua chegada na região.

Na época, o então delegado de polícia de Rio Verde, Epaminondas Pereira do Nascimento, compareceu ao local, determinando que o proprietário da fazenda e seus trabalhadores enterrassem os corpos dos jovens. Anos depois, em 31 de julho de 1980, quando iniciava a redemocratização do país, agentes da repressão compareceram à fazenda e ocultaram novamente os cadáveres, levando os restos mortais dos jovens para lugar incerto e não sabido.

As investigações iniciadas na Procuradoria da República no município de Rio Verde no início de 2013 buscou identificar a fazenda onde ocorreram os fatos, bem como duas testemunhas oculares dos crimes ocorridos no ano de 1973. Documentos colhidos durante a investigação e testemunhas ouvidas pelo Ministério Público Federal e pela Comissão Nacional da Verdade corroboraram que a ordem para a ocultação dos cadáveres partiu de Epaminondas Nascimento, razão pela qual o capitão reformado da PM goiana é denunciado, agora, em ação do Ministério Público Federal, pelo crime previsto no artigo 211, do Código Penal (ocultação de cadáver). Ouvido pelo Ministério Público Federal, o denunciado negou os fatos imputados na peça acusatória.

Na história 
O caso havia sido arquivado em 1986, por entender que o crime encontrava-se prescrito. Consultados, a 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal e o Grupo de Trabalho Justiça de Transição, vinculado à 2ª CCR, entenderam que o arquivamento ocorrido em 1986 não alcança os atos consumativos posteriores à data do arquivamento, uma vez que o delito de ocultação de cadáver, previsto no artigo 211, do Código Penal, é crime permanente.  Ou seja, considerando que os cadáveres nunca foram localizados, o crime, iniciado na época da Ditadura Militar, está ocorrendo ainda hoje, razão pela qual é possível o oferecimento da denúncia, protocolizada em 19 de dezembro de 2013, perante a Subseção da Justiça Federal em Rio Verde.

De acordo com o procurador da República Wilson Rocha Assis, a denúncia proposta permitirá à sociedade e ao Poder Judiciário aprofundarem na discussão sobre a forma pela qual a sociedade brasileira deve se relacionar com o seu passado ditatorial.

Para o procurador da República, “a responsabilização penal dos agentes que praticaram crimes durante o regime ditatorial é um imperativo de justiça exigido pela Constituição da República de 1988, bem como por tratados internacionais subscritos pelo Brasil. Revisitando seu passado e punindo os agentes responsáveis por graves violações aos direitos humanos, o Brasil cumprirá a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos, seguindo o bom exemplo de outros países do Cone Sul”.

Clique aqui e confira a denúncia

 

FONTE:

Ministério Público Federal em Goiás
Assessoria de Comunicação
Fones: (62) 3243-5454
E-mail: ascom@prgo.mpf.gov.br
Site: www.prgo.mpf.gov.br
Twitter: http://twitter.com/mpf_go
Facebook: https://www.facebook.com/MPFGoias

Link permanente para este artigo: https://forumverdade.ufpr.br/blog/2013/12/23/mpf-denuncia-militar-reformado-por-crime-praticado-durante-a-ditadura-militar/

Ato de criação do Memorial Ico Lisboa (antigo Dopinha) – Comitê Carlos de Ré da Verdade e da Justiça do Rio Grande do Sul

    comitc3aa-carlos-de-rc3a9-no-dopinha                                  

No ato de abertura pública do antigo “Dopinha”, foi estabelecido o acordo para recuperação do imóvel que na década de ’60 abrigou um Centro Clandestino de Tortura e Desaparecimento, o primeiro da América Latina.  Falando no pátio da antiga ‘A casa’ como era chamada pelos agentes repressores, o Governador Tarso Genro do RS  e o Prefeito José Fortunatti de Porto Alegre comprometeram a parcería entre ambos entes do Estado para arcar com os custos.

dopinha1

Nos 45 anos do Ato-V, momento da abertura da garagem do CCTD, após 47 anos de ocultação.

 

No túnel secreto da entrada e nas pequenas peças sem saída, no mistério de cada rincão e no sentimento de medo, lástima e revolta que cada um sentiu, a caminhada temática para a recuperação do espaço da dor para ressignifica-lo como lugar da cultura e da memória, emocionou as mais de 400 pessoas que cantaram e se uniram com a voz dos cantautores Nei Lisboa, Nelson Coelho de Castro, Lourenço Teixeira, Carlos Hahn, Talo Pereyra e Raul Ellwanger. No curso do ato,  foi realizado um painel alusivo gigante pelo artista Latuff. O ápice da emotividade chegou com a intervenção do grupo teatral Ói Nóis Aqui Traveiz, ao entoar com ternura e garra a lista dos nomes dos desaparecidos e assassinados no antigo regime militar.

 

Nei Lisboa, Irmão do homenageado Ico Lisboa, canta junto ao Gov. Tarso e Chris Rondon, do Comitê Carlos de Ré.

Nei Lisboa, Irmão do homenageado Ico Lisboa, canta junto ao Gov. Tarso e Chris Rondon, do Comitê Carlos de Ré.

 

Na casona onde foi seviciado o  “suicidado” Sargento Manoel Raimundo Soares, no célebre caso das ‘mãos amarradas’, onde o criador da moderna boemia porto-alegrense Carlos Heitor Azevedo e a venerada jornalista e cronista social Gilda Marinho sofreram também o peso da brutalidade, reuniram-se os representantes da Assembléia Legislativa Dep.  Adão Villaverde, do Judiciario  sul-riograndense Dr. Roberto Caníbal, da Comissão Estadual da Verdade Dr. Carlos F. Guazzelli, da Secretaria Especial dos DDHH da Presidência da República, de 8 partidos democráticos, da Rede Brasil Memória-Verdade-Justiça e demais Comites Civis, das Comissões de DDHH da Assembleia Legislativa Dep. Jeferson Fernandes e da Camara de Vereadores Ver°. Fernanda Melchiona, da PGE Dr. Carlos Kaiper, do Sindicato de Advogados Dr. Marcus de los Santos, secretários de Estado e do Municipio, deputados e vereadores, agrupações juvenis, de ex-presos, cassados, anistiados e familiares de vitimas.Carlos Minhoca de Ré, presente, presente

"Carlos Minhoca de Ré, presente, presente" gritou a multidão junto ao Prefeito Fortunatti.

“Carlos Minhoca de Ré, presente, presente” gritou a multidão junto ao Prefeito Fortunatti.

 

Num lindo cenário de flores, bananeiras e cinamomos, ao som de canções sob o céu azul, puderam todos iniciar a implantação do “Centro de Memória Ico Lisboa”,  onde nascerá um espetacular Sítio de Memoria do Mercosul, comunitário, educador e interativo para que a dor se mude em nova alegria e nova vida de reconstrução democrática: para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça.

 

 

O nome proposto homenageia o militante político catarinense-gaúcho Luiz Eurico Tejera Lisboa, sequestrado e assassinado em São Paulo em 1972 e sepultado clandestinamente pela ditadura. Seu corpo foi o primeiro no Brasil a ser encontrado e identificado, sete dolorosos anos depois, no Cemitério de Perus em São Paulo, comprovando-se a partir de então a politica oficial de desaparecimento de opositores por parte do Estado brasileiro.

O nome proposto homenageia o militante político catarinense-gaúcho Luiz Eurico Tejera Lisboa, sequestrado e assassinado em São Paulo em 1972 e sepultado clandestinamente pela ditadura. Seu corpo foi o primeiro no Brasil a ser encontrado e identificado, sete dolorosos anos depois, no Cemitério de Perus em São Paulo, comprovando-se a partir de então a politica oficial de desaparecimento de opositores por parte do Estado brasileiro.

 

 

 

Assista também

 

 

 Fonte: Comitê Carlos de Ré da Verdade e da Justiça do Rio Grande do Sul.

 

 

 

Link permanente para este artigo: https://forumverdade.ufpr.br/blog/2013/12/23/ato-de-criacao-do-memorial-ico-lisboa-antigo-dopinha-comite-carlos-de-re-da-verdade-e-da-justica-do-rio-grande-do-sul/

Carregar mais