Fragmentos da ditadura: “… seus corpos, com perfurações no ouvido, na testa e na face, teriam sido expostos no DOI-CODI/SP como “troféus”.

Sônia Maria de Moraes Angel Jones e  Antônio Carlos Bicalho Lana

Sônia Maria de Moraes Angel Jones e Antônio Carlos Bicalho Lana mortos em novembro de 1973.

 

“Em depoimento à CNV de 21 de novembro de 2012, Marival reafirmou a existência do centro de tortura onde Antônio e Sônia teriam sido mortos. Trata-se de um sítio na região da Serra do Mar, propriedade de um empresário paulistano do ramo de transportes.

 

Em depoimento anterior, de 30 de outubro de 2012, também à CNV, Marival declarou que os dois militantes haviam sido assassinados por uma prática que chamou de “tiro ao alvo”. Depois, seus corpos, com perfurações no ouvido, na testa e na face, teriam sido expostos no DOI-CODI/SP como “troféus”.
Nesse depoimento, o ex-agente declara:

Eu vi o cadáver [de Sônia], parecia uma moça […]. Vi, o cadáver, foi exposto à visitação do pessoal do DOI. Eles colocaram lá. Primeiro que o Bruno era um troféu, que é o Antônio Carlos Bicalho Lana, ele era um troféu para o DOI.

[…] Dentro do DOI, o [cadáver] de Sônia e do companheiro dela, Antônio Carlos Bicalho Lana, foi exposto à visitação do pessoal do DOI. […] O que foi sintomático e muito nítido, as perfurações no ouvido, na testa, na face dos dois. […] A ideia do tiro ao alvo.”

ANTONIO+CARLOS+BICALHO+LANA.I

 Trecho extraído do Volume I do Relatório Final da CNV, página 466

 

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