A família de Vladimir Herzog receberá nesta sexta-feira (15), em ato público, o novo atestado de óbito do jornalista, assassinado pela ditadura militar em 1975, numa dependência do Doi-Codi, órgão do Exército. A entrega oficial será realizada na sede do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP), pelo coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Paulo Sérgio Pinheiro. No novo documento, passará a constar como causa da morte “lesões e maus tratos sofridos durante o interrogatório em dependência do 2.º Exército (DOI-Codi)”, substituindo oficialmente a falsa versão de “asfixia mecânica por enforcamento”, divulgada após a morte do jornalista em São Paulo.
“Trata-se de uma conquista que abre caminho para outras famílias conseguirem um novo atestado de óbito de familiares que foram torturados. É a confirmação de que o Estado civil brasileiro reconhece suas falhas históricas”, disse nesta quarta Ivo Herzog, filho de Vladimir Herzog.
O evento faz parte de uma série de homenagens que lembrará também os 40 anos da morte do estudante de Geologia da USP, Alexandre Vannuchi Leme, vítima da repressão e que também foi morto nas dependências do 2º Exército (DOI-Codi).
A solenidade integra o ato público que será realizado pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, em São Paulo, para reconhecer a condição de anistiado político do estudante Vannuchi Leme. Na ocasião, será feito um julgamento simbólico do caso do estudante, seguido de um pedido oficial de desculpa. Alexandre foi morto no dia 17 de março de 1973, aos 22 anos.
Fonte- Agência O Globo
Siga-nos!