Ruas de Foz do Iguaçu farão tributo à liberdade, aos direitos humanos e valores democráticos

Pedra Unila Foto Marcos Labanca 20

Memorial em homenagem aos mortos pela ditadura na América Latina – Pedra Unila Foto Marcos Labanca 20

 

 

Foi apresentado na sessão da Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu, nesta terça-feira (2 de junho), projeto que permite a substituição de nomes de logradouros públicos da cidade que façam referência aos regimes ditatoriais instalados no Brasil. O Projeto, de iniciativa do vereador , José Carlos Neres, conta com o apoio do Centro de Direitos Humanos e Memória Popular (CDHMP) de Foz, que tem na presidência o jornalista e escritor Aluízio Palmar, um dos exiladas políticos da ditadura.

Aluízio Palmar Centro de Direitos Humanos e Memória Popular de Foz do Iguaçu

Aluízio Palmar
Centro de Direitos Humanos de Foz do Iguaçu

 

A capital gaúcha (Porto Alegre), em 2014 mudou o nome da Avenida Castelo Branco para Avenida da Legalidade e da Democracia; também aqui no Estado, em Curitiba, este ano discute o Projeto que tramita na Câmara, o qual revoga todos os atos, decretos ou leis municipais que tenham conferido a ruas, avenidas e edifícios públicos, nomes relacionados ao Golpe de 1964, aos governos ou às autoridades que lideraram o governo durante o período ditatorial – que se estendeu até 1985”, destaca o parlamentar.

Conforme pesquisa dos Correios, o Brasil tem 727 logradouros que homenageiam presidentes militares. Em Foz do Iguaçu, a pesquisa do autor do Projeto, aponta para dois logradouros e um prédio público. São eles: Rua Castelo Branco ¹; Avenida Costa e Silva ² e Escola municipal Ademar Marques Curvo ³ (localizada na Vila São Sebastião; criada pela Lei Municipal nº 593 de 30 de julho de 1970).

Marechal Castelo Branco em discurso durante a inauguração da Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu, em 27 de março de 1965.  Enquanto o evento ocorria, o exército caçava com com extrema violência grupo de resistentes ao golpe em ficou conhecido como Guerrilha de Três Passos. Os militares receavam que ocorresse alguma ação deste grupo de resistentes durante o evento.

Marechal Castelo Branco em discurso durante a inauguração da Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu, em 27 de março de 1965. Enquanto o evento ocorria, o exército caçava com com extrema violência grupo de resistentes ao golpe em ficou conhecido como Guerrilha de Três Passos. Os militares receavam que ocorresse alguma ação deste grupo de resistentes durante o evento.

 

 

Homenageados da ditadura

Humberto de Alencar Castello Branco (1897-1967) – Marechal de Exército, foi o primeiro presidente da República após o golpe militar, entre 15 de abril de 1964 e 15 de março de 1967. Criou o Serviço Nacional de Informações (SNI). Credita-se a ele o fechamento do Congresso Nacional. Ele também editou o AI-2, pela extinção partidos políticos, que tiveram seus registros cassados. Sancionou a Lei de Imprensa, recentemente julgada inconstitucional pelo STF, e a Lei de Segurança Nacional, que permitia que civis fossem julgados por militares. Castelo Branco cassou políticos com mandato, perseguiu opositores, eliminou eleições diretas para presidente, governadores e prefeitos de capital, extinguiu partidos e estabeleceu o bipartidarismo. Castelo Banco consta na lista de violadores dos direitos humanos da CNBV.

Arthur da Costa e Silva (1899-1969) – Marechal de Exército e presidente da República entre 15 de março de 1967 e 31 de agosto de 1969. Editou o ato institucional número 5 (AI-5), considerado o mais duro decreto do período militar. O AI-5 foi o decreto federal que dava fim a todos os direitos civis, permitia a cassação dos mandatos parlamentares e o fechamento do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais sob a ordem direta do presidente. Ao mesmo tempo, limitava os poderes do Judiciário ao suspender o direito de habeas corpus em crimes que iam contra a “segurança nacional”. Costa e Silva consta na relação de violadores da CNV.

Ademar Marques Curvo – Em 31 de Março de 1964, Ademar Marques Curvo já era Tenente Coronel e estava lotado no gabinete do ministro do Exército, no Palácio Duque de Caxias, Rio de Janeiro. O ministro do Exército, general Costa e Silva, o convidou para assumir o comando do 1º Batalhão de Fronteira, em Foz do Iguaçu. Segundo informações da CNV e do site Documentos Revelados (www.documentosrevelados.com.br), Coronel Curvo torturou pessoalmente um grupo de agricultores, que seguiam a liderança de Leonel Brizola, em abril de 1965. CURVO também está relacionado na lista de opressores (site Desaparecidos.org). No dia 22 de Janeiro de 1966, Curvo estava na sala do comando do Batalhão quando seu motorista disparou cinco tiros à queima roupa, matando-o.

 

Presos políticos no Batalhão de Fronteiras, Foz do Iguaçu,PR

Presos políticos no Batalhão de Fronteiras, Foz do Iguaçu,PR

 

Fonte: Rádio Cultura de Foz do Iguaçu

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Ato Públicos “Militares perseguidos e torturados e a Justiça de Transição”, dia 03 de junho, no Rio de Janeiro

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Será realizado no próximo dia 03 de junho, na OAB-RJ, Ato Público “militares perseguidos e torturados e a justiça de transição”. Ainda nas décadas de 40 e 50 e sobretudo a partir do golpe de 1964, diversos militares que se posicionaram contra o golpe foram perseguidos, presos, torturados, expulsos das forças armadas e muitos mortos pelo regime de exceção. O filme-documentário “Militares da Democracia: os militares que disseram não”, de Silvio Tendler retrata de maneira impar as histórias destes brasileiros, como Carlos Lamarca, Rui Moreira Lima, Onofre Pinto e tantos outros. O relatório da Comissão Nacional da Verdade apresenta relato substantivo sobre este grupo, incluindo um texto temático inteiro no segundo volume, intitulado: “Violações de direitos humanos no meio militar”.

 

O evento contará com a presença de Rosa Cardoso, membro da extinta Comissão Nacional da Verdade e que assume a partir de agora a coordenação dois trabalhos da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, substituindo o advogado Wadih Damous que se afastou para exercicio de mandato parlamentar na Câmara Federal.

 

Leia o relatório da CNV clicando aqui.

Assista abaixo o filme-documentário “Militares da Democracia: os militares que disseram não”, de Silvio Tendler

 

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“O GOLPE DA REFORMA AGRÁRIA” – Lançamento do livro e sessão de autógrafos com Gert Schinke

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EVENTO DE APRESENTAÇÃO E LANÇAMENTO DO LIVRO ‘O GOLPE DA REFORMA AGRÁRIA’ e sessão de autógrafos com  Gert Schinke.

 

DATA: 2 DE JUNHO – TERÇA-FEIRA, ÀS 19h

LOCAL: AUDITÓRIO DO CFH DA UFSC

 

Durante o evento haverá palestra com JOÃO VICENTE GOULART, filho de JOÃO GOULART, sobre a conjuntura do pré-golpe de 1964 e a reforma agrária de Jango.

 

PROMOÇÃO:

Editora Insular e CFH-UFSC

 

APOIO:

Comissão de Direitos Humanos da ALESC

Escola do Legislativo da ALESC

Coletivo Catarinense Memória, Verdade, Justiça

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Yami no Ichinichi – O crime que abalou a Colônia Japonesa no Brasil

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No mês da comemoração dos 107 anos do início da imigração japonesa no Brasil, o Sábado Resistente apresentará o filme “Yami no Ichinichi – O crime que abalou a Colônia Japonesa no Brasil” (Mario Jun Okuhara, 2012, 1h22min.), que relata um episódio dramático cujas consequências marcaram profundamente a colônia japonesa no Brasil.

O documentário, fruto de intensa pesquisa, retrata a brutal repressão contra os estrangeiros que, iniciada no Estado Novo (1937 – 1945), prosseguiu no ano de 1946 sobre a população japonesa. As restrições impostas pela ditadura impediram qualquer forma de comunicação em língua japonesa, impedindo que os imigrantes tivessem conhecimento da situação do Japão durante a Segunda Guerra Mundial. Desta forma, uma violenta discórdia foi desencadeada dentro da comunidade japonesa no Estado de São Paulo, provocando mortes e ferimentos.

“Yami no Ichinichi” traz a saga de Tokuichi Hidaka que, em 1946, aos 19 anos de idade, foi um dos autores do assassinato do coronel Jinsaku Wakiyama, em crime atribuído à entidade Shindo Renmei (Liga dos Caminhos dos Súditos). Hidaka, que vive hoje na cidade de Marília, entregou-se à polícia com o restante do grupo e cumpriu 18 anos de prisão. Em liberdade, sofreu a punição da colônia japonesa: foi discriminado, condenado ao ostracismo, sem oportunidade para contar a sua versão.

Décadas mais tarde, Hidaka retorna ao presídio da Ilha de Anchieta para reconstruir a memória da época e encontrar o sentido da sua vida no Brasil.

Nesta oportunidade, também contaremos com a presença de Maurício Moromizato, prefeito de Ubatuba, SP, que no debate relatará propostas de preservação da Ilha de Anchieta para sua transformação em lugar de memória e consciência.

 

O evento é gratuito e não é necessário se inscrever.

 

PROGRAMAÇÃO

14h – Boas vindas / Coordenação

Kátia Felipini Neves (Memorial da Resistência de São Paulo)

Maurice Politi (Núcleo de Preservação da Memória Política)

 

14h15 – Projeção do filme

15h30 – Debate com convidados

Mario Okuhara (Diretor do filme, produtor e idealizador do “Projeto Abrangências” para a busca da justiça histórica dos imigrantes japoneses no Brasil, e sócio-diretor da Imagens do Japão TV e Jornalismo)

Masayuki Fukasawa (Sociólogo e jornalista japonês, redator chefe do jornal Nikkey-Shimbum desde o ano de 2004.  Autor dos livros “Um Mundo Paralelo – a vida da comunidade brasileira de Oizumi”, que recebeu o prêmio de melhor livro de não-ficção em Concurso Literário, em junho de 1999, e “Se o grão de arroz não morre – centenário da colonização japonesa no Vale do Ribeira”, em outubro de 2014).

Maurício Humberto Fornari Moromizato (Prefeito de Ubatuba. Foi presidente da ACDU (Associação de Cirurgiões Dentistas de Ubatuba), do COMUS (Conselho Municipal de Saúde de Ubatuba) e do PT (Partido dos Trabalhadores) de Ubatuba. Eleito vice-presidente da FNP – Frente Nacional de Prefeitos para cidades de 50.000 e 100.000 habitantes. Atualmente é vice-presidente da FNP para Economia Solidária e presidente reeleito do CBH-LN – Comitê de Bacias Hidrográficas do Litoral Norte).

Sandra Akeni Kishi (Procuradora Regional da República – PRG. Graduada em Direito pela USP em 1991 e mestre em Direito Ambiental pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP) em 2003. Tem publicado artigos e participado como palestrante, debatedora e coordenadora de seminários na PGR).

Acesse o site do Memorial da Resistência de São Paulo.

 

Serviço:

SÁBADO RESISTENTE 

Dia 06 de junho, das 14h às 17h30

 Projeção do filme “Yami no Ichinichi”

Promoção:

 

NM

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Mulheres na resistência por Memória, Verdade e Justiça: uma homenagem a Inês Etienne e Estrella Bohadana

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Na próxima segunda, dia 01/06, às 18 horas, o Coletivo RJ Memória, Verdade e Justiça, em parceria c=om o ISER e o Museu da República, promoverão o VII CINENCONTRO com o tema: “Mulheres na resistência por Memória, Verdade e Justiça: uma homenagem a Inês Etienne e Estrella Bohadana”. Neste dia, será celebrada a luta de mulheres que resistiram e insistiram num mundo melhor, ontem e hoje.


Participe!


Presenças confirmadas de:
– Sérgio Ferreira, amigo de Inês Etienne;
– Luiz Zorraquino, viúvo de Estrela Bohadana;
– Maria de Fátima Silva, mãe do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, morto durante uma ação de policiais da UPP Pavão-Pavãozinho, em abril de 2014;
-Ana Miranda, ex presa política e militante do Coletivo RJ MVJ.

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Revista Catarinense de História trás Dossiê 1964-2014: memórias, testemunho e Estado

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Está no ar a edição nº 24 da Revista Catarinense de História. Com o tema “Dossiê 1964-2014: memórias, testemunho e Estado”, trás artigos de diversos autores que tratam de assuntos como: “Igreja Católica em tempo de ditadura militar: do diálogo à subversão em páginas impressas”, de Caroline Jacques Cubas, “Novembrada: as mulheres, o cárcere e as solidariedades”, de Marlene de Fáveri e  Histórias & Militâncias: trajetória de Derlei Catarina de Luca”, de Heloísia Nunes dos Santos.

A revista, voltada para a veiculação da produção atual de caráter histórico, é aberta às contribuições de profissionais de diferentes perfis e distintas perspectivas teóricas e metodológicas.

Vale a pena ler, acesse o site da revista clicando aqui.

 

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São Paulo realiza Ato Público por Memória, Justiça e Reparação, dia 11 de junho de 2015

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O Fórum de Trabalhadores por Verdade, Justiça e Reparação de São Paulo organiza Ato Público por Memória, Justiça e Reparação que será realizado no dia 11 de junho de 2015, às 09h00, no Arquivo Histórico de São Paulo, em parceria com a Comissão de Memória e Verdade da Prefeitura de São Paulo e com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos.

O evento reunirá movimentos sociais, entidades, comitês, sindicatos, centrais sindicais e comissões de memória e verdade de todo o país, para debater o balanço do trabalho das comissões institucionais já extintas, especialmente a Comissão Nacional da Verdade; a perspectiva que se têm em comum sobre a continuidade dos trabalhados impulsionados; e as próximas etapas da luta por justiça e reparação – destacadamente a responsabilização dos civis colaboradores do golpe e da manutenção do regime militar.

O Ato Público ocorrerá pela manhã e, no período da tarde, será realizada reunião com representantes de órgãos públicos, entidades, movimentos sociais, juristas e especialistas sobre dos trabalhos de memória e reparação para os próximos anos.

 

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História: dissertação de mestrado estuda o MR8 – Movimento Revolucionário Oito de Outubro

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FORMAÇÃO E TRAJETÓRIA DO PRIMEIRO MR-8: POSSIBILIDADES E LIMITES DE CONSTRUÇÃO DE UMA VANGUARDA REVOLUCIONÁRIA POLÍTICO-MILITAR . 1964-1969

Este é o título da Dissertação de Mestrado que será defendida na próxima 4ª feira, dia 27, às 09 horas, no Programa de Pós-graduação da UNIOESTE – Campus de Marechal Cândido Rondon-Panaá, por Thomaz Herler​. A banca será composta por Carlos Zacarias Sena Junior (UFBA)​, Gilberto Calil (UNIOESTE)​ e  Carla Luciana Silva​ (UNIOESTE-orientadora).

O trabalho estuda a militância de Aluízio Ferreira Palmar​ e outros companheiros na resistência à ditadura civil-militar instaurada em 1964.

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Seminário Internacional “Contra a impunidade e o esquecimento: justiça e arquivos”, ocorrerá no dia 1º de junho de 2015, em Brasília

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A Comissão de Anistia, em parceria com a Rede Latino-Americana de Justiça de Transição (RLAJT) e com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) , realizará no dia 1º de junho de 2015, em Brasília, o Seminário Internacional “Contra a impunidade e o esquecimento: justiça e arquivos”

A atividade será realizada na Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos – FINATEC, no Campus Universitário Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília, e abordará dois eixos temáticos:

1) a judicialização da justiça de transição; e

2) princípios e obrigações internacionais no tratamento de arquivos de direitos humanos.

O Seminário visa a incentivar o florescimento e fortalecimento de mecanismos de justiça de transição nos diferentes países, por intermédio do intercâmbio de perspectivas e experiências no tema. Para tanto, serão organizados painéis e workshops com especialistas e representantes de organizações de diferentes países da América Latina membros da RLAJT.

As inscrições são gratuitas e devem ser feitas antecipadamente pelo enlace: https://goo.gl/c7Bi1F.

 

Comissão de Anistia
http://www.justica.gov.br/seus-direitos/anistia
http://www.facebook.com/ComissaodeAnistia

 

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Está no ar o site do projeto “Memória, Verdade e Justiça no Tocantins”, do Centro de Direitos Humanos de Palmas

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O dia 21 de maio de 2015 foi escolhido para o lançamento do site do projeto “Memória, Verdade e Justiça no Tocantins”, do Centro de Direitos Humanos de Palmas.
Não foi uma data escolhida por acaso.
Segundo documentos oficiais, no dia 21 de maio de 1972, o lavrador Lourival de Moura Paulino teria cometido suicídio na cadeia de Xambioá – TO, usando para isso as cordas de uma rede que seu filho levou até ele.
Seria essa a história contada ao longo dos anos, envelhecida nas caixas-arquivos do fórum e perpetuada para algum futuro desconhecido, não fosse a revelação de alguns fatos importantes:

– Esse “suicídio” ocorreu durante a ditadura-civil militar, enquanto acontecia no norte de Goiás o episódio conhecido como “Guerrilha do Araguaia”
– Lourival de Moura Paulino era amigo do Guerrilheiro Osvaldão, e foi preso por suspeita de subversão, dia 18 de maio de 1972;
– O processo que relata seu suposto suicídio tem pouco menos que 10 páginas, e foi aberto dia 26 de maio de 1972, 5 dias após sua morte, e oito dias após sua prisão.
– Até hoje o corpo de Lourival de Moura Paulino nunca foi encontrado.

Lourival foi um camponês do Araguaia. São assim popularmente chamados todos aqueles e aquelas que sofreram as piores atrocidades nas mãos do exército brasileiro, durante a Guerrilha.
Ele foi o primeiro camponês a ser assassinado devido à Guerrilha do Araguaia, massacre violento que o Exército brasileiro cometeu a mando do Governo no bico do papagaio.

“Segundo depoimento de Júlio, que na época, aos 17 anos, foi contratado como mateiro pelo Exército, Lourival foi torturado por duas noites seguidas pelo delegado Carlos Marra e por soldados do Exército. Júlio conta que, ao chegar à delegacia, no dia 21/05 pela manhã, “(…) A imagem era assustadora. O corpo de Lourival estava suspenso, a meio metro do chão, amarrado pelo pescoço a uma viga de madeira do teto e vestido apenas com a cueca. Os olhos esbugalhados, pareciam pintados de vermelho. Do lado esquerdo do rosto, o barqueiro tinha um inchaço roxo, do tamanho de uma laranja. A barriga apresentava marcas avermelhadas e longas, que Júlio adivinhou ter sido feitas por pauladas com o cabo de vassoura que viu jogado no canto da cela. (…) As mãos do morto estavam amarradas para trás.(…)”.*

Para muitas pessoas, o estado do Tocantins não vivenciou os absurdos da ditadura. Ou, quando muito fatos relacionadas à guerrilha do Araguaia.

Mas em nosso estado, assim como em todo o país, vivenciamos variadas situações envolvendo militantes, camponeses, militares e policiais civis, durante a ditadura.

O site do projeto “Memória, Verdade e Justiça no Tocantins” tenta trazer à tona parte dessa história, pois só conhecendo a fundo tais barbaridades, podemos nos conscientizar para que elas não aconteçam.

Ditadura civil-militar. Repressão e Resistência que também fazem parte da nossa história.
Divulguem, compartilhem, ajudem a complementar esse espaço de memória e democracia!
Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça.

*Fonte: O nome da morte, livro do jornalista Klester Cavalcanti.

http://www.mvjtocantins.com.br/

 

 Centro de Direitos Humanos de Palmas CDHP

 

www.cdhdepalmas.org.br

 

Você conhece a história dos Direitos Humanos? Clique aqui e conheça.

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