Dilma nomeia Pedro Dallari para a Comissão Nacional da Verdade

O professor da Universidade de São Paulo, jurista Pedro Dallari, foi nomeado nesta terça-feira, pela presidente Dilma Rousseff, membro da Comissão Nacional da Verdade. A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) da terça-feira (3).
Bacharel em Direito pela USP em 1981, dallari também é mestre (1992) e doutorpedrodallari (1999) pela universidade.
Desde 2002, é professor associado do Departamento de Direito Internacional e Comparado da USP, e vice-diretor do Instituto de Relações Internacionais e coordenador do Centro Ibero-americano.

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SC: Assembleia Legislativa participa de Semana Paulo Stuart Wright

Nesta semana completam-se 40 anos do desaparecimento do deputado estadual catarinense Paulo Stuart Wright, ocorrido durante a ditadura militar. Para lembrar a data, o Coletivo Catarinense Memória, Verdade e Justiça organizou uma série de eventos, com o apoio da Assembleia Legislativa e da Comissão Nacional da Verdade. Entre os destaques estão uma audiência pública para coleta de informações sobre o desaparecimento de Paulo

Paulo Wright,deputado estadual catarinense Paulo Stuart Wright, desaparecido em 1973.

Paulo Wright,deputado estadual catarinense, desaparecido em 1973.

Stuart Wright e uma sessão especial em memória da vida do deputado catarinense. Ambos os eventos serão realizados na quarta-feira (4) na Assembleia Legislativa.
Participa da audiência e da sessão solene o coordenador da Comissão Nacional da Verdade, José Carlos Dias, que advogou para presos polít

icos durante os anos 60 e 70 e defendeu Paulo Stuart Wright. Outra presença importante é a do membro da Comissão da Verdade de Pernambuco, Manoel Moraes, que apresentará informações a respeito do possível elo entre o desaparecimento de Wright e as mortes de outros militantes políticos.

Na quinta-feira (5) será realizada uma audiência especial da Comissão Estadual da Verdade com Mulheres Catarinenses Presas Políticas. Ne

ssa audiência as participantes responderão um questionário sobre as experiências pelas quais passaram durante o regime militar, que será encaminhado para as Organizações das Nações Unidas.

Na programação da semana também fazem parte uma palestra e um debate sobre Memória, Verdade e Justiça, marcados para a terça-feira (3), na Federação dos Trabalhadores no Comércio no Estado de Santa Catarina, além de uma exposição no Hall da Assembleia Legislativa e da exibição de um programa especial sobre Wright pela TV Floripa.

Quem foi Paulo Stuart Wright
Paulo Stuart Wright nasceu em Herval d’Oeste, no dia 2 de junho de 1933. Irmão do pastor Jaime Wright, filho de Lathan Ephrahim Wright e de Maggie Belle Müller Wright, ambos norte-americanos, Stuart era diplomado em engenharia pela Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Foi deputado estadual de Santa Catarina na 5ª legislatura (1963 — 1967), eleito pelo Partido Social Progressista (PSP). Cassado pelo Ato Institucional Número Cinco (AI-5), exilou-se no México e retornou clandestinamente ao Brasil. Preso em São Paulo na 1ª semana de setembro de 1973, não se teve mais conhecimento sobre seu destino desde então.

 
Programação

EXPOSIÇÃO DIREITO À MEMÓRIA, DIREITO À VERDADE

Poderá ser visitada de 2 a 6 de setembro na ALESC.
Terça-feira – 03/09

19h – Palestra e debate: Memória, Verdade e

Justiça

Palestrante: Prof. Fernando Ponte

Local: FECESC – Rua Mauro Ramos, 1624, Florianópolis, SC

Quarta-feira – 04/09

17h – Audiência Pública para Coleta de Informações sobre o desaparecimento de Paulo Stuart Wright, em setembro de 1973

Plenarinho da Assembleia Legislativa

19h – Sessão Solene em memória da vida de Paulo
Plenário Osni Regis – Assembleia Legislativa

Quinta-feira – 05/09

14h – Audiência Especial da Comissão Estadual da Verdade de Santa Catarina com Mulheres Catarinenses Presas Políticas durante a ditadura militar

Local: Plenarinho da Alesc
Sexta-feira – 06/09

13h – Exibição do Programa Especial sobre Paulo Stuart Wright no programa Floripa em Foco, da TV Floripa.

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Graves Violações de Direitos Humanos contra os Povos Indígenas no Período 1946-1988 – Encontro com Especialistas

Contribuições ao PL CEV

 

O Ministério Público do Estado do Paraná, por meio do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção aos Direitos Humanos – CAOPJDH e do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional – CEAF, promove no dia 02 de setembro de 2013, das 9h às 17h, a reunião “Povos Indígenas: Verdade, Memória e Justiça – Período 1946 a 1988”.

A reunião será realizada no Auditório Ary Florêncio do Edifício Sede do MPPR – Rua Marechal Hermes, 751 – Centro Cívico, Curitiba – PR e promoverá o encontro de especialistas colaboradores na questão indígena, da Comissão Estadual da Verdade – Graves violações contra povos indígenas no Paraná no período 1946-1988.

O encontro pretende colaborar no levantamento de graves violações contra povos indígenas no Paraná durante o período 1946-1988, bem como construir uma rede de especialistas para assessorar o CAOPJDH sobre o tema Violações contra povos indígenas no período 1946-1988. Além disso, busca-se formar um grupo de apoio que colaborará na redação final de relatório a ser enviado pelo CAOPJDH a Comissão Estadual da Verdade sobre o tem

 

Serviço:

Quando:  02 de setembro de 2013

Que horas: 09 às 17 horas

Onde: Edifício Sede do Ministério Público do Estado do Paraná, situado à rua Marechal Hermes, 751 – Centro Cívico, Curitiba-PR

 

Informações adicionais:
Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Proteção aos Direitos Humanos
Área de Direitos Constitucionais
Fone/Fax: (41) 3250-4897
Ministério Público do Estado do Paraná
www.direito.caop.mp.pr.gov.br/

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Em ato na Câmara, anistiados políticos e parlamentares criticam Lei de Anistia

Anistiados políticos, parlamentares e pessoas que ainda aguardam o reconhecimento dos direitos cerceados no período da ditadura militar reforçaram  na quarta-feira (28) as críticas à atual Lei de Anistia e a lentidão das autoridades em identificar e ressarcir as vítimas do regime. Um evento na Câmara dos Deputados para celebrar os 34 aatoanistiaagostonos da legislação, acabou sendo marcado por gritos pedindo justiça e a revisão das regras que já passaram por várias atualizações nas últimas três décadas.

Apesar do rol de reclamações incluir vários tipos de brechas na lei, hoje, a principal é contra uma decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal em 2010. Militantes que sofreram com o regime não aceitam a decisão da Corte que considerou improcedente uma ação contra a Lei da Anistia e a interpretação de que o perdão se estende aos que tenham cometido crimes comuns como sequestro, tortura, estupro e homicídio contra presos políticos da época da ditadura militar.

“O STF afirmou que os torturadores têm o direito a anistia. Algumas sequelas da ditadura ainda persistem hoje, mas podem ser corrigidas”, avaliou Gilney Viana, coordenador do projeto Direito à Memória e à Verdade, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

Viana, que é anistiado político, explicou que respeita a decisão do Supremo, mas apelou para que a sociedade não a aceite sem reagir. Segundo ele, os brasileiros precisam se mobilizar para que a legislação seja revista. “Concordar jamais. Acho que seria digno [o Supremo] rever sua própria decisão”, completou.

Na época, os ministros do Supremo destacaram que caberia ao Congresso Nacional a iniciativa de revogar a Lei da Anistia.

Na Câmara, uma proposta (PL 573/11), de autoria da deputada Luiza Erundina (PSB-SP), exclui do rol de crimes anistiados, depois da ditadura militar, os cometidos por agentes públicos militares ou civis contra pessoas que efetiva ou supostamente praticaram crimes políticos.

“Não sossegaremos até as últimas consequências, até corrigir o grave erro que o Estado brasileiro cometeu ao aprovar uma lei com o caráter de anistia total e plena às vítimas e criminosos”, disse Erundina. Segundo ela, o evento sobre os 34 anos da lei “não é uma celebração. [A Lei de Anistia brasileira] é uma lei manca que anistia torturadores, estupradores e assassinos”, completou.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) defende a aprovação de uma proposta, no Senado, com o mesmo teor, mas os dois textos estão parados.

Há poucas semanas, integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que apresentou a ação no STF, anunciaram que iram pedir o julgamento dos embargos feitos pela Corte à ação.

Anistiados e perseguidos que ainda aguardam o reconhecimento de seus direitos relatam que a legislação ainda é alvo de vários questionamentos. “Durante quase 35 anos, vejo várias pessoas criando leis e seminários, mas a anistia no Brasil é tão complicada que passa pelo TCU [Tribunal de Contas da União]. Quantas famílias seguem precisando dessa indenização? Isso é uma questão política, mas também é dinheiro”, criticou o deputado Chico Lopes, presidente da Comissão Especial Leis de Anistia da Câmara dos Deputados.

A Lei de Anistia, criada em 1979, para reconhecer direitos de brasileiros que sofreram punições entre os anos de 1961 e 1979, por terem sido considerados criminosos políticos pelo regime militar, garantiu o retorno dos exilados ao país, o restabelecimento de direitos políticos e a volta de alguns funcionários da administração pública às suas atividades. Em 2002, uma nova lei estendeu a anistia aos cidadãos que sofreram perseguição política entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988.

Pelas regras, as vítimas do regime devem receber indenizações que, hoje, são avaliadas individualmente por uma comissão específica, e passem a contar o tempo em que foram forçados a se manter afastados de suas atividades profissionais para calcular direitos trabalhistas.

Fonte -Agência Brasil

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Militarem negam documentos por causa de fungos

Vejam só: O Superior Tribunal Militar se negou a fornecer documentos à Comissão Estadual da Verdade com a justificativa de que os papeis estariam contaminados com fungos. A resposta foi encaminhada pelo general Raymundo Nonato Cerqueira Filho.Negativa

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Militares ordenaram por escrito silêncio sobre tortura

A Comissão da Verdade revelou na segunda-feira,26, que o governo militar determinou a todos os agentes públicos no Brasil e no exterior, a partir de 1972, que não atendessem a nenhum pedido de esclarecimento de organizações nacionais e internacionais sobre mortos e desaparecidas em consequência da repressão.

A determinação foi feita por escrito: soperacao_condoraiu do gabinete do presidente da República, general Emílio Garrastazu Médici, e foi assinado pelo secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional, o também general João Baptista de Oliveira Figueiredo, que viria a ser o último presidente do regime anos depois. O ato foi uma reação específica às ações da Anistia Internacional, que vinha denunciando e cobrando esclarecimentos sobre violações de direitos humanos, como torturas, desaparecimentos e assassinatos de opositores.

O documento se tornou uma espécie de orientação geral que vigorou ainda no governo posterior, do general Ernesto Geisel.

A ditadura, segundo o coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Cláudio Fontele, temia as repercussões que denúncias sobre violações de direitos humanos pudessem causar entre militares e policiais civis envolvidos diretamente com a repressão. “Para manter a coesão de sua estrutura repressiva”, escreveu o coordenador da comissão, “o Estado ditatorial militar fecha-se, aniquila as liberdades públicas e, incontrolado sobrepõe-se a todos e a tudo”.

‘Desmoralização’. Em 1976, a Informação Confidencial n.º 22/16/AC, da Agência Central do Serviço Nacional de Informações, tinha como foco principal a “campanha internacional de desmoralização” de membros das unidades de repressão.

Incluía entre os organizadores dessas campanhas a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Anistia Internacional e, com maior destaque, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

No fundo, segundo a ditadura, todas essas entidades eram manipuladas pelo que chamava de Movimento Comunista Internacional. Seu objetivo era “colocar no banco dos réus os elementos responsáveis pelo quase total desbaratamento das organizações subversivas que atuam no Brasil.”

O informe do SNI cita uma lista, que circulava no Brasil e no exterior, com nomes de supostos torturadores. Identifica-os como oficiais e praças das Forças Armadas, a maioria do Exército, e assinala que sempre atuaram sob ordens de seus chefes. Na parte final destaca que essas denúncias acabam provocando o “surgimento de um clima de desestímulo e de certa apreensão entre os componentes dos órgãos de segurança”. E mais: “Parece-lhes que as autoridades superiores os estão colocando, indiscriminadamente, sob suspeição e que estão dando crédito às denúncias recebidas.”

O ataque particular à OAB devia-se principalmente a um pedido de esclarecimentos sobre a situação dos presos políticos, feita em novembro de 1975. A principal providência tomada pelas autoridades na época foi um pedido de exame grafotécnico das assinaturas do documento e a identificação de seus autores.

Fonte- O Estado de S. Paulo

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‘O documento final merece composição a muitas mãos’, diz Rosa Cardoso

Nos três meses em que atuou como coordenadora da Comissão da Verdade, a advogada Rosa Maria Cardoso alterou o ritmo e o rumo dos trabalhos. Ela deu mais voz para os grupos de ex-presos políticos e familiares de mortos e desaparecidos, reduziu o número de sessões fechadas e nomeou um novo secretário executivo. Paralelamente, apoiou manifestações favoráveis à reinterpretação da Lei da Anistia, oferecendo combustível a uma campanha cujo objetivo é abrir caminho para que agentes públicos que cometeram violações na ditadura sejam julgados. As posições da advogada acirraram as divergências no grupo. Nunca o mal-estar interno foi tão intenso. Às vésperas de entregar o cargo, ela falou ao Estado.

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A comissão é a chance que eles têm de ver sua história contada. Sem participação efetiva dos interessados, o relatório final será diferente do que eles querem.

E o que eles querem?

Não querem o relatório de um historiador. Querem a história contada por eles. No mundo inteiro tem sido assim: os relatórios retratam graves violações de direitos humanos. Foi por isso que ampliei o número de pessoas que sentam à mesa, que abri novas possibilidades de vítimas e familiares participarem das investigações.

Vítimas e familiares devem participar do relatório final?

As pessoas estão cobrando que seja dessa forma e eu acho que o caminho não tem retorno. As vítimas, os familiares, os militantes de direitos humanos, os estudantes, comissões estaduais, grupos de apoio, todos têm condições de participar.

A visão era mais acadêmica antes de sua coordenação?

Tendia a ser. O relatório final merece uma composição a muitas mãos, com gente da academia, jornalistas, militantes.

A comissão tem 7 membros, mas atua com cinco. Atrapalha?

É muito ruim. Se estivesse com mais gente, a comissão poderia ter viajado mais. Ainda demos pouca atenção aos Estados do Norte e Nordeste.

A senhora conhece o motivo da demora nas nomeações pela presidente Dilma Rousseff?

Não. Penso que ela ficou muito envolvida com as manifestações de junho e, depois, com a visita do papa. Agora imagino que ela está dando um tempo para ver como a comissão resolve seus problemas.

Seu sucessor na coordenação, José Carlos Dias, não defende a reinterpretação da Anistia. Isso causa alguma resistência a ele?

Nenhuma. Os outros membros se dão bem com ele. Não há confronto. Ele é polido, equilibrado. Não é um destemperado.

A relação com as Forças Armadas ainda é delicada?

Completamente. Na verdade eles jamais acreditaram que a comissão fosse uma forma de estancar o debate (sobre a Anistia). Nas Forças Armadas também há muita gente capaz de compreender que, no caso de alguém que agrediu seu filho, arrancou um pedaço dele, é justo que seja submetido a Justiça.

A senhora já deixou claro que é favorável à judicialização.

Fonte- O Estado de S. Paulo

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Após exumação, população quer restos mortais de Jango de volta a São Borja

A missão preparatória para a exumação do ex-presidente João Goulart esteve nesta quarta-feira, na cidade de São Borja a cerca de 600 quilômetros de Porto Alegre (RS), para apresentar à população e às autoridades locais os detalhes técnicos da investigação que será feita para apurar se Goulart foi assassinado no exílio. Foi acordado que a comunidade participará do processo, e foi garantido que os restos mortais retornam à cidade após a perícia em Brasília.

REunião com autoridades locais e representantes da missão de exumação Foto: CNV

REunião com autoridades locais e representantes da missão de exumação Foto: CNV

Os integrantes da missão foram recebidos pelo prefeito de São Borja, Farelo Almeida, vereadores e comunidade, e esclareceram dúvidas sobre como será feito o trabalho de exumação. Os moradores apoiaram a investigação, mas pediram que os restos mortais voltassem para a cidade natal do ex-presidente.

Ficou esclarecido que após a análise em Brasília, os restos mortais de Goulart voltam para a cidade, além disso uma comissão municipal participará do processo, inclusive durante a reunião pericial em Brasília, no dia 17 de setembro.

Será realizada ainda uma audiência pública na cidade para esclarecimentos sobre as circunstâncias da morte de Goulart, e será assinado um termo de compromisso para o retorno dos restos mortais.

Durante a tarde, peritos da Polícia Federal farão trabalhos preparatórios para a exumação no cemitério Jardim da Paz. A verificação é necessária para resolver questões de logística e segurança do jazigo até a exumação. A prefeitura já havia solicitado apoio do Exército para guardar o túmulo.

A missão que visitou a cidade é composta por integrantes da Comissão Nacional da Verdade, da Presidência da República, da Polícia Federal e da família do ex-presidente. As suspeitas são de que Goulart tenha sido monitorado e morto pela Operação Condor, da qual faziam parte as diferentes ditaduras latinas, para eliminar adversários dos regimes.

São Borja é conhecida como a terra dos presidentes, pois foi onde nasceram os ex-presidentes da República Getúlio Vargas e João Goulart. Na cidade, além de Vargas e Goulart, também está sepultado Leonel Brizola, ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, líder da campanha da legalidade, que permitiu que Jango assumisse o poder em 1961, após a renúncia de Jânio Quadros. Na cidade funciona o museu Casa João Goulart. A prefeitura chama-se Palácio Presidente João Goulart.

Fonte- Terra

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Assembleia devolve simbolicamente mandato do deputado Vieira Netto

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A antropóloga Cecília Helm, filha de Vieira Netto, disse que estava bastante comovida e agradeceu a homenagem. Foto-Alep

A Assembleia Legislativa promoveu na terça-feira (20), durante a sessão plenária, o ato solene de restauração simbólica do mandato do deputado estadual José Rodrigues Vieira Netto (1912-1973). O parlamentar teve seu mandato extinto em 13 de janeiro de 1948, em função da cassação do registro do Partido Comunista do Brasil, ao qual era filiado.

Em discurso de agradecimento na tribuna, a antropóloga Cecília Maria Vieira Helm, filha de Vieira Netto, disse que estava bastante comovida e agradeceu a homenagem. “Muito mais que simbólico é como se estivesse entregando a Vieira Netto o mandato que ele tanto prestigiou”, afirmou Cecília. Ela fez um breve relato da atuação do parlamentar, falou sobre a vida em família, de seu trabalho como advogado e professor. Cecília afirmou ainda que seu pai foi cassado duas vezes. Uma quando perdeu o mandato político e outra, na década de 60, quando foi proibido de lecionar na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

O presidente da Assembleia, deputado Valdir Rossoni (PSDB), afirmou que a exemplo do Senado Federal, que devolveu simbolicamente o mandato ao senador Luiz Carlos Prestes, cassado sob as mesmas circunstâncias, o Paraná realiza o devido reconhecimento e faz justiça histórica com o deputado Vieira Netto. “Estamos resgatando a importância de Vieira Netto junto à sociedade”, frisou. Para o presidente da OAB Paraná, Juliano Breda, que formalizou junto Rossoni o pedido de restauração do mandato, essa sessão é uma lição para todos, especialmente para a jovem democracia do Brasil.

Breda lembrou que numa ditadura sempre é o Poder Legislativo sua primeira vítima, e fez críticas ao Judiciário da época que não prestou socorro aos parlamentares que foram cassados. “Restaurar o mandato de Vieira Netto é uma vez mais orgulhar-se do Poder Legislativo, reafirmando a importância dessa instância dos Poderes”, assinalou. Segundo ele, esse ato simbólico é uma forma de reconhecer o imenso legado do deputado e de sua postura sempre intransigente em defesa dos direitos humanos e das liberdades públicas.

Para o deputado Tercílio Turini (PPS), que foi um dos primeiros parlamentares a defender a realização da homenagem, a iniciativa resgata a história e repara atos de exceção que resultaram em perseguições, prisões e retirada de mandatos e direitos políticos de inúmeros cidadãos brasileiros. Ele recordou ainda que Vieira Netto, se estivesse vivo, teria completado 100 anos. Durante a solenidade, que foi prestigiada por familiares e amigos, a Comissão Executiva da Assembleia assinou o ato nº 1.563/13, restaurando simbolicamente o mandato do líder político.

Livro – Na semana passada, durante uma programação de debates sobre a verdade histórica e a justiça restaurativa no Brasil, promovida pela OAB Paraná, Cecilia Helm lançou o livro “José Rodrigues Vieira Netto – A vida e o trabalho de um grande mestre”. A publicação traz depoimentos de advogados, desembargadores e professores universitários. A obra narra a infância, adolescência e a carreira do advogado, além de incluir trechos nos quais a autora relata as injustiças cometidas contra Vieira Netto durante a década de 60, quando teve seus direitos cassados pela ditadura militar, e destaca as lições de vida transmitidas pelo humanista. “Com a publicação desta obra, penso estar cumprindo o dever de tornar pública a vida e o trabalho do grande mestre, meu pai, Vieira Netto”, diz Cecília, em trecho do livro. A obra tem patrocínio da Itaipu Binacional e apoio da OAB Paraná. . No prefácio do livro o jurista René Ariel Dotti afirma que “A memória de Vieira Netto tem me acompanhado há muito anos, nos momentos de sombra e de luz da vida profissional. Nas várias matizes de sua existência terrena, encontram-se o político, o intelectual, o parlamentar, o jurista, o professor e o advogado”.

O advogado e professor Vieira Netto foi presidente da seccional paranaense da OAB, de 1957 a 1961. No ano de 2000 a OAB Paraná instituiu, inclusive, em sua homenagem, a Medalha Vieira Netto, conferida a cada três anos a um advogado paranaense que tenha se destacado no exercício profissional pela ética, integridade e notório saber jurídico.

Veja mais fotos da solenidade

 

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Moção de solidariedade à Antonio Carlos Fon

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Antônio Carlos Fon está sendo processado  por dizer que Bóris Casoy integrou o Comando de Caça aos Comunistas (CCC) durante a ditadura.

Assim como o companheiro Antonio Losada, que após seis anos de prisão denunciou, nominalmente, seus torturadores e foi condenado em duas instâncias nos autos da ação movida pelo torturador Pedro Seelig, que acabou vencido em terceiro grau, agora o companheiro Antônio Carlos Fon está sofrendo um processo por dizer o que é público, notório e sabido: Bóris Casoy integrou o Comando de Caça aos Comunistas (CCC) durante a ditadura.

Historicamente, aqueles que lutam pela inverdade e desmemória encontram no Poder Judiciário um forte aliado.

Historicamente, a esquerda sofre, através da cultura da judicialização, a pena endógena de responder a processos como este.

Segue a nota de solidariedade ao A.C.Fon elaborada na reunião dos Comitês Populares de Memória, Verdade e Justiça da região sul:

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MOÇÃO DE SOLIDARIEDADE AO ANTONIO CARLOS FON

No dia 17 de agosto de 2013, reunidos Curitiba, os Comitês Memória, Verdade e Justiça, da Região Sul , aprovaram por unanimidade Moção de Solidariedade ao jornalista Antonio Carlos Fon, membro do Comitê Paulista pela Memória, Verdade e Justiça.

Antonio Carlos Fon está sendo ameaçado pelo notório agente provocador Boris Casoy que, como é de conhecimento público, teria participado do grupo “Comando de Caça aos Comunistas” (CCC), agrupamento que promoveu vários atentados terroristas nos anos 1960/1970, inclusive contra os artistas do Teatro Roda Vida e contra os estudantes da USP.

As ameaças de Casoy ao companheiro Fon, estão inseridas nas investidas da direita rançosa á todos aqueles que lutam pelos esclarecimentos dos crimes da ditadura e punição aos responsáveis pelas torturas, assassinatos e desaparecimentos de presos políticos.

Curitiba, 17 de agosto de 2013

Forum Paranaense Memoria, Verdade e Justica

Comitê Carlos de Ré – Porto Alegre
Comitê Popular M-V-J – Porto Alegre
Comitê Carlos de Ré – Porto Alegre
Comitê Popular M-V-J – Porto Alegre
Comitê de P elotas da MVJ
Coletivo Verdade, Memória e Justiça João Batista Rita – Criciúma
Forum Paranaense pelo Resgate da Memoria, Verdade e Justica
Centro de Direitos Humanos e Memória Popular – Foz do Iguaçu
Comitê Pro-Memoria Catari nense – Blumenau
Coletivo Catarinense Memória, Verdade e Justiça – Florianópolis.
ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DO MEMORIAL DA ANISTIA POLÍTICA DO BRASIL

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