Fonte: Movimento de Justiça e Direitos Humanos
Porto Alegre/RS: A Polícia Federal prendeu na tarde dessa segunda-feira, 6 de julho, um policial procurado pela INTERPOL e pelo governo argentino por crimes praticados na época da ditadura daquele país. O estrangeiro, de 64 anos, é acusado de crimes de sequestro, cárcere privado, tortura, ameaça, genocídio, integrar grupo terrorista, roubo qualificado, entre outros, todos delitos praticados entre os anos de 1976 a 1997. O nome dele: Roberto Oscar González, 64 anos. Clique aqui para acessar a ficha do procurado na Interpol.
O outro policial procurado pelos mesmos crimes, PEDRO OSVALDO SALVIA, também foi identificado pela PF, mas faleceu em 17 de junho deste ano. Clique aqui para acessar a ficha do procurado na Interpol.
Os dois eram procurados no Brasil há mais de dez anos e foram localizados no interior de Viamão/RS, onde moravam.
O policial preso foi recolhido à carceragem da Polícia Federal e posteriormente será encaminhado ao sistema penitenciário. O corpo do policial morto está no Departamento Médico Legal (DML) em Porto Alegre.
A prisão ocorreu em virtude de mandado de prisão para extradição expedido pelo Supremo Tribunal Federal, por requerimento do governo argentino. Havia uma recompensa de mais de 60 mil dólares por informações de cada um dos procurados.
Segundo números do governo da Argentina, quase 20 mil pessoal desapareceram durante a última ditadura militar no país, entre 1976 e 1983. Os crimes contra a humanidade cometidos nesse período foram declarados imprescritíveis pela Corte Suprema argentina em 2007.
Detalhe relevantíssimo e histórico desse caso: González foi um dos responsáveis pela morte do cultuado jornalista e escritor Rodolfo Walsh, em 25 de março de 1977, aos 50 anos. A morte de Walsh levou o mundo a saber o que ocorria na Argentina. A ditadura havia se iniciado um ano e um dia antes de ele ser assassinado.
Os acusados de ter matado Walsh, conforme a polícia argentina, são Julio César Coronel, Enrique Yon, Roberto Oscar González, Ernesto Frimon Weber, Pedro Osvaldo Salvia, Juan Carlos Fotea, Juan Carlos Linarez, Gonzalo Sanchez, Roberto Naya, Carlos Orlando Generoso e Héctor Antonio Febres. Foram implicados no seu sequestro, também, pesos-pesados como Alfredo Astiz, Jorge “el Tigre” Acosta e Jorge Rédic.
Pedro O. Salvia só não foi preso junto porque morreu em 18 de junho no Hospital de Cardiologia de Viamão.
Havia pelo menos seis anos que a PF gaúcha estava no encalço da dupla.
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