Comissão Popular da Verdade de Maringá debate ” Ditadura Militar: Um passado presente”

A Comissão Popular da Verdade de Maringá e região, composta por entidades, organizações, partidos e militantes que defendem o direito a verdade, a memória e a justiça frente aos crimes de Estado cometidos durante a Ditadura Militar, realiza no próximo dia 1º de agosto (quarta-feira) na Câmara Municipal de Mariná o debate “Ditadura Militar: Um passado presente” que pretende abordar o passado repressivo até suas consequências atuais, do Brasil ao norte do Paraná. O debate se inicia as 19h e conta com a presença de Markus Sokol, ex-militante da guerrilha urbana e da Direção Nacional do PT, o Prof. Dr. Reginaldo Dias, membro do Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Jusiça e Nicolau Leonel, estudante de Cinema da USP e militante do Coletivo Merlino.

Serviço:
O que? Ditadura Militar: um passado presente.
Onde? Plenário Maior da Câmara Municipal de Maringá
Quando? 1º de agosto as 19h.

Link permanente para este artigo: https://forumverdade.ufpr.br/blog/2012/07/31/comissao-popular-da-verdade-decomissao-popular-da-verdade-de-maringa-debate-ditadura-militar-um-passado-presente/

Comissão da Verdade realiza em Brasília encontro com comitês da sociedade civil

A Comissão Nacional da Verdade receberá em Brasília, no próximo dia 30, das 9h às 17h, representantes de comitês de memória e verdade da sociedade civil; objetivo é colher sugestões e documentos

A Comissão Nacional da Verdade realiza em Brasília, no próximo dia 30 de julho, das 9h às 17h, a audiência pública “Encontro da Comissão Nacional da Verdade com Comitês Estaduais da Sociedade Civil”. No evento, membros da CNV ouvirão as ideias e sugestões de comitês da sociedade civil a respeito dos trabalhos da Comissão.

Em todo o Brasil, representantes da sociedade civil organizada instituíram comitês/fóruns/coletivos estaduais de memória e verdade. O objetivo do evento é o diálogo entre a sociedade civil e a Comissão Nacional da Verdade.
Essa aproximação entre a CNV e a sociedade começou em 12 de junho, em São Paulo, menos de um mês após o início dos trabalhos, onde houve encontro com familiares de mortos e desaparecidos políticos e as comissões da verdade locais. No último dia 12 de julho, a Comissão esteve em Goiás, em evento do Comitê Goiano da Verdade e, no dia seguinte, foi apresentada uma proposta de cooperação pela CNV.
A CNV aproveitará o encontro para apresentar seu site: www.cnv.gov.br  à sociedade civil. O site entrará no ar esta semana.

ANEXO – O encontro será no auditório do Anexo I do Palácio do Planalto e terá início às 9h e término previsto para as 17h. A entrada dos convidados e da imprensa deve ser feita diretamente pela portaria do Anexo I.

Os membros da CNV farão a abertura do evento, apresentando os trabalhos da Comissão até o momento, com a respectiva divisão de trabalho já estabelecida.

Após a abertura, as pessoas designadas por seus coletivos como representantes terão direito a uma fala de no máximo 5 minutos. O tempo é curto, mas a medida é necessária para que todos os representantes inscritos possam participar já na primeira parte do evento. Estão inscritas pessoas vindas de 20 unidades da federação (19 estados e o DF).

A CNV sugere aos participantes que, já na fala da manhã, entreguem documentos sobre os trabalhos dos comitês, bem como relatos de casos específicos locais para subsidiar as pesquisas da Comissão Nacional. Na parte da tarde, os presentes não designados como representantes de coletivos poderão se manifestar.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DO EVENTO:

Audiência Pública

“Encontro da Comissão Nacional da Verdade com Comitês Estaduais da Sociedade Civil”

Programação:

9h – Recebimento do material e inscrições

9h15 – Abertura – Coordenador Gilson Dipp
Condução dos trabalhos: Rosa Cardoso e Maria Rita Kehl

9h30 – Manifestação dos representantes de Comitês

12h30 às 14h – Almoço.

14h – Apresentação do site da CNV.

14h15 – Continuação dos trabalhos

16h30 – Considerações finais: Maria Rita Kehl

17h – Encerramento.

SOBRE A COMISSÃO DA VERDADE – A Comissão Nacional da Verdade foi criada pela Lei 12528/2011 e instituída em maio de 2012. Ela tem por finalidade apurar graves violações de Direitos Humanos, praticadas por agentes públicos, ocorridas entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988.

A CNV não tem atribuições jurisdicionais ou persecutórias. Ela colhe informações, documentos e realiza diligências, visando efetivar o direito à memória e à verdade histórica.

Ao final do seu mandato, em maio de 2014, a CNV divulgará relatório circunstanciado e suas recomendações.

Fonte-Comissão Nacional da Verdade

Link permanente para este artigo: https://forumverdade.ufpr.br/blog/2012/07/26/comissao-da-verdade-realiza-em-brasilia-encontro-com-comites-da-sociedade-civil/

Comissão da Verdade reúne fóruns estaduais em Brasília

A Comissão Nacional da Verdade promove na próxima segunda-feira, 30, em Brasília, uma reunião com os fóruns criados em todo o país para o esclarecimento das violações dos direitos humanos ocorridas durante o regime militar. O Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça contará com vários representantes na reunião.

O objetivo é organizar a agenda da Comissão Nacional da Verdade nos estados. A Comissão programou audiências públicas em todas as capitais. Em Curitiba, a vinda dos sete integrantes da Comissão está prevista para os dias 25 e 26 de outubro. Além da audiência pública, deverão ser inaugurados o Memorial da Resistência, no Presídio do Ahú, e os Caminhos da Resistência, para lembrar os locais que simbolizaram a luta pela democracia e, de outra parte, aqueles que sediaram a repressão política.

A criação do Memorial da Resistência está sendo discutida pela Secretaria estadual da Justiça, com a participação do Fórum Paranaense.

A Comissão Nacional da Verdade já deixou claro que pretende ter como suportes para seu trabalho os fóruns estaduais e também as comissões estaduais da verdade. A Comissão paranaense deverá ser criada em breve, por meio de projeto de lei do governo estadual.

 

Fonte- Fórum Verdade

Link permanente para este artigo: https://forumverdade.ufpr.br/blog/2012/07/25/comissao-da-verdade-reune-foruns-estaduais-em-brasilia/

Fórum paranaense debate vinda da Comissão da Verdade ao Paraná

O Fórum também traçou como objetivo fazer a discussão sobre a ditadura em mais 9 cidades do estado até o fim do ano. Foto- Norton Nohama

O Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça se reuniu no sábado,14, para debater a criação da Comissão da Verdade em âmbito estadual e a possibilidade do Fórum Nacional se reunir uma vez no Paraná. O Fórum também traçou como objetivo fazer a discussão sobre a ditadura em mais 9 cidades do estado até o fim do ano. Os professores e ativistas políticos debateram a necessidade de se lembrar dos combatentes contra a ditadura através de símbolos públicos (nomeação de ruas e praças), da necessidade de se abrir todos os documentos referentes aos períodos e de como as estratégias de violência utilizada durante aquele período se repetem atualmente no Brasil.

O professor Leandro Gordorski, do Núcleo de Práticas Jurídicas da UFPR, contestou a vontade de setores conservadores da sociedade e que apoiaram o golpe militar de 1964 de tentar restringir o acesso as informações sobre os torturadores e quem os patrocinou: “É necessário a realização de um verdadeiro processo arqueológico em cima desses documentos e dados. Esse resgate completo da memória serve, entre outros para prevenir a violação de direitos humanos nos tempos atuais”, compara Gordorski.  Uma dessas estratégias, de acordo com o Fórum, seria a substituição do nome de ruas, praças e memoriais dos ditadores ou quem apoio o regime por cidadãos que lutaram pela democracia.

Já para Luis Rosa, assessor da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, a participação neste Fórum é importante para identificar e combater práticas de desrespeito aos direitos humanos. “A gente se integra nesta força e no esforço de trazer nacionalmente o resgate do que ocorreu na ditadura cívica militar para que isso não se repita. Vejo que existem forças conservadoras que impedem vir à tona o problema, refletindo hoje nas cadeias e regiões mais periféricas”, analisa Rosa.

Até o final do ano se estuda a realização do Fórum em mais nove cidades do Paraná. Além disso , o deputado estadual Tadeu Veneri, que recentemente esteve em Brasília discutindo a Operação Condor (veja abaixo), deve convidar a deputada federal Luiza Erundina,  que presidente da Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça, para discutir a criação da Comissão no Paraná: “Nós pedimos para a Erundina realizar um seminário sobre a Operação Condor no Paraná. Nosso intuito é mostrar que algumas práticas se repetem”, declara Veneri, que tem acompanhado a situação de desrespeito aos direitos humanos pela Alepr.
Memória Viva:

A reunião do Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça contou com a presença de Honório Gregório Rubio, famoso espanhol, “que teria, segundo as lendas participado das lutas antifranquistas na Espanha”, conta Julio Cesar Soares.
No encontro. O senhor, com seus 80 anos, denunciou a ditadura do capitalismo: “Eu não entendo a democracia. Enquanto os políticos necessitam de dinheiro para se eleger, o povo continua pobre. O que temos é a ditadura do capitalismo que não acaba”, expõe Honório.

Operação Condor
A Operação Condor (também conhecida como Carcará, no Brasil) foi uma aliança político-militar entre os vários regimes militares da América do Sul — Brasil, Argentina, Chile, Bolívia,Paraguai e Uruguai — criada com o objetivo de coordenar a repressão a opositores dessas ditaduras e eliminar líderes de esquerda instalados nos seis países do Cone Sul.
Montada no início dos anos 1960, durou até a onda de redemocratização, na década seguinte. A operação, liderada por militares da América Latina, foi batizada com o nome do condor, abutre típico dos Andes que se alimenta de carniça, como os urubus. Estima-se que a Operação Condor resultou em mais de 400 mil torturados e 100 mil assassinatos.

Fonte- Sismuc/ Manoel Ramires

Link permanente para este artigo: https://forumverdade.ufpr.br/blog/2012/07/20/forum-paranaense-debate-vinda-da-comissao-da-verdade-ao-parana/

Possibilidade para reescrever a história

Esculachos públicos, formação de comissões de investigação e até mesmo a condenação de um dos principais torturadores do período. Em todo o país, surgem iniciativas para resgatar a memória e cobrar justiça pelos crimes cometidos durante o período da ditadura civil-militar no Brasil (1964-1985).

O principal fato do ano nesse sentido foi a instalação da Comissão Nacional da Verdade, que investigará violações de direitos humanos cometidas por agentes públicos durante o período do regime civil-militar. Seu momento mais importante, até agora, ocorreu em 11 de junho, em São Paulo, quando seus integrantes se reuniram com cerca de 60 familiares de vítimas para uma primeira conversa.

Criada pelo decreto presidencial nº 7.727, a Comissão Nacional da Verdade é formada por José Carlos Dias (ex-ministro da Justiça), Gilson Dipp (ministro do Superior Tribunal de Justiça), Rosa Maria Cardoso da Cunha (advogada criminalista), Cláudio Fonteles (ex-Procurador-Geral da República), Paulo Sérgio Pinheiro (diplomata), Maria Rita Kehl (psicanalista) e José Cavalcante Filho (jurista).

O grupo tem se reunido todas as segundas e terças-feiras em Brasília, onde ainda discute como será o método de trabalho da Comissão.

Dentre os atributos da Comissão estarão a convocação de testemunhas para oitivas e a análise de documentos. Por isso, até o momento, segundo Rosa Maria Cardoso da Cunha, o trabalho dos integrantes da Comissão tem sido estabelecer contatos com autoridades que possam facilitar seu acesso a fontes e arquivos. Também estão previstas audiências públicas para que mais pessoas possam apresentar seus relatos.

Apesar de ter como atribuição investigar fatos ocorridos durante a ditadura civil-militar, Rosa adianta que a apuração abrangerá também o período anterior a 1964, quando ocorreu o golpe que derrubou o então presidente João Goulart. “É preciso buscar nesse período anterior uma explicação para as causas do golpe, que tipo de alianças surgiram entre militares e civis e até interesses estrangeiros, dos Estados Unidos muito especificamente”, explica. A apuração deve estender-se também até 1988, quando foi promulgada a nova Constituição.

A comissão terá dois anos para trabalhar e, ao final desse tempo, produzirá um relatório, que ficará disponível para o público. Ainda não está definido se o material apurado terá um arquivo próprio ou fará parte do Arquivo Nacional.

“É preciso que não haja somente uma memória que as vítimas cultivam, mas que haja registros desse período, com esclarecimentos do que aconteceu e também recomendações para que isso não se repita mais”, afirma Rosa.

Primeiro contato

Com os trabalhos ainda em seu início, parentes e vítimas se mostram cautelosos em falar sobre os rumos da Comissão. Entretanto, a primeira reunião teve um saldo positivo, segundo familiares ouvidos pelo Brasil de Fato. O ex-preso político e membro da Comissão de Familiares dos Mortos e Desaparecidos Políticos Ivan Seixas destaca o ineditismo do encontro. “Pela primeira vez o conjunto das famílias estava sendo ouvido por alguma esfera do Estado”, diz.

Para a professora da Universidade de São Paulo (USP) Vera Paiva, filha de Rubens Paiva, morto e desaparecido durante o regime, o mais importante foi a comissão ter deixado clara sua posição de que não há dois lados a serem investigados. “Todos concordaram que o que precisa se investigar é a violência do Estado”, relata.

Durante o encontro, familiares apresentaram uma carta, onde saudaram a instalação da Comissão da Verdade e reafirmaram suas principais reivindicações, como a localização dos restos mortais dos desaparecidos e a identificação dos responsáveis pelos crimes. “Nunca nos sentimos tão perto de as coisas acontecerem, mas depende de quanta autonomia e estrutura essa comissão vai ter para trabalhar”, analisa Vera. A próxima reunião da Comissão com os familiares está prevista para agosto, quando a Comissão Nacional anunciará seu plano de trabalho definido.

 Auxílio

Um dos desafios da Comissão Nacional da Verdade será lidar com o volume de trabalho para um tempo reduzido de apuração em um território tão extenso quanto o do Brasil. Nesse sentido, ganham importância as comissões estaduais e municipais. Um exemplo é a Comissão Estadual da Verdade “Rubens Paiva” da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Segundo seu presidente, o deputado Adriano Diogo (PT-SP), a Comissão Estadual já conseguiu um termo de cooperação para acessar os arquivos da Comissão Nacional de Anistia, que possui o registro de mais de 60 mil denúncias entre 1946 e 1988. O próximo passo agora, destaca o deputado, será tentar um termo de cooperação com a Comissão Nacional. “Estamos tentando fazer uma divisão de trabalho da responsabilidade e dos tempos”, diz.

Além de São Paulo, Pernambuco já instituiu sua Comissão da Verdade, e iniciativas semelhantes estão previstas para os estados do Rio de Janeiro, Santa Catarina e Espírito Santo, Pará e Goiás.

Para Vera Paiva, as contribuições das comissões locais deverão ajudar a Nacional a cumprir uma de suas mais difíceis tarefas, que será contabilizar a real quantidade total de mortos e desaparecidos. Segundo levantamento da Comissão da Anistia e da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, 457 pessoas estão na lista oficial de mortos e desaparecidos políticos. Um estudo do governo, porém, pode incluir na lista 370 novos nomes.

“Esse é um grande desafio, fazer uma pesquisa profunda nos lugares que não são de classe média porque quem sustentou os nomes e a história oral foram as pessoas que tinham recursos para fazer isso”, argumenta.

Justiça?

Se a Comissão tem sua importância em revelar as atrocidades do regime e seus autores, uma pergunta recorrente é como seus resultados poderão ser usados para punir os responsáveis pelos crimes. Em suas declarações, os membros da Comissão Nacional da Verdade têm feito questão de ressaltar que a Comissão não tem poder punitivo, e sim apenas de apurar o que ocorreu no período.

A expectativa, porém, é de que as investigações possam servir para dar base a futuras condenações. “Você não consegue condenar uma pessoa por matar outra se você não descobrir o motivo, o instrumento da morte, o local onde enterrou, as circunstâncias em que aconteceram”, expõe Ivan Seixas.

A opinião é compartilhada pelo jornalista Pedro Pomar, que teve familiares assassinados e presos durante a ditadura. Ele cita como exemplo o episódio do Atentado do Riocentro, em 1981, quando militares tentaram detonar uma bomba durante um show comemorativo ao Dia do Trabalhador. “Se a Comissão da Verdade avançar na apuração desse caso, pode servir de subsídio para que a Justiça julgue e puna os responsáveis”, afirma.

Rosa concorda que o trabalho da Comissão pode se o primeiro passo para Justiça. No entanto, a advogada garante que o diferencial será a mobilização da sociedade que deve exigir, por exemplo, a revisão da Lei de Anistia. “Não é a Comissão da Verdade, com sete membros e com o trabalho que ela fizer, que vai determinar isso. É um movimento muito mais amplo de opinião pública”, assegura.

 

Link permanente para este artigo: https://forumverdade.ufpr.br/blog/2012/07/19/possibilidade-para-reescrever-a-historia/

CUT entrega lista à Comissão da Verdade com mais de 100 trabalhadores assassinados durante a ditadura

CUT entrega lista à Comissão da Verdade com mais de 100 trabalhadores assassinados durante a ditadura. Foto-CUT

No terceiro dia do 11º Congresso Nacional, a CUT realizou um ato simbólico de apoio à Comissão Nacional da Verdade. Os delegados e delegadas aprovaram por unanimidade um requerimento entregue pelo presidente da Central, Artur Henrique, ao representante da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, Gilney Viana, que o encaminhará à presidenta da República, Dilma Rousseff.

Dentro deste requerimento, a CUT estará apontando à Comissão da Verdade mais de 100 nomes de trabalhadores mortos durante a ditadura militar, casos ainda sem solução, para que haja apuração dos fatos que resulte em informações e respostas para suas famílias. Além disso, a Central criará uma comissão própria que ficará responsável por acompanhar as investigações e encaminhar à Comissão as denúncias de violações aos direitos humanos contra os trabalhadores.

“A CUT nasceu combatendo a ditadura militar, lutou para a reconstituição da memória e direito daqueles que juntos resistiram em defesa dos trabalhadores e das trabalhadoras. Tivemos sindicalistas assassinados, sindicatos invadidos e destituição de diretorias eleitas legitimamente. Portanto é nosso papel estar à frente das ações para que a Comissão Nacional da Verdade seja efetiva, soberana, que esclareça, averigue e aponte os responsáveis por tantos danos à classe trabalhadora e à sociedade”, exalta Expedito Solaney, secretário de Políticas Sociais da CUT.

Após serem citados os nomes dos combatentes mortos, Artur e Solaney lançaram ao ar pétalas de rosas. Enquanto os nomes eram citados, o plenário respondia com um “presente!”, reverberado pelo passado e para o futuro. “Em vez de uma salva de tiros, uma salva de pétalas de rosa”, declarou Gilney.

Entre tantos nomes queridos, foi muito aplaudido o de Maria Margarida Alves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, assassinada em 12 de agosto de 1983 com um tiro de escopeta no rosto, na presença do marido e do filho. Batalhadora dos direitos dos trabalhadores rurais, constantemente ameaçada pelos latifundiários da região, ela sempre deixou claro o seu compromisso, afirmando com todas as letras: “É melhor morrer na luta do que morrer de fome”.

Delegado do 1º CONCUT realizado no Pavilhão Vera Cruz, em São Bernardo do Campo, Gilney Viana declarou sua emoção pelo empenho da Central em reafirmar seu compromisso histórico. “É imprescindível esse gesto que o 11º CONCUT faz agora. Nós trabalhadores nem sempre tivemos o compromisso de recuperação da memória. Acredito que a CUT, como maior central sindical do Brasil e da América Latina, tem que assumir esta tarefa. Gostaria de propor que a próxima direção possa se reunir com a Comissão Nacional da Verdade, para falar que a classe trabalhadora não foi só assassinada, mas teve usurpada seus direitos, para que isto nunca mais aconteça”, disse. Temos o direito à verdade e à Justiça, sublinhou o representante da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, “pois sem Justiça reina a tortura, o terror e a impunidade”.

À COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE

O 11º Congresso da Central Única dos Trabalhadores – CUT realizado na cidade de São Paulo entre os dias 9 a 13 de julho de 2012 aprovou esse requerimento em forma de resolução.

Os trabalhadores presentes ao 11º CONCUT se dirigem diretamente à Comissão Nacional da Verdade (Lei 12.528/2011) para:

REQUERER:

Primeiro. A investigação e o esclarecimento das intervenções em Sindicatos dos trabalhadores praticadas pela ditadura militar, de 1964-1985, e os prejuízos causados à classe trabalhadora pelas restrições à liberdade de associação, organização e luta dos sindicatos contra o arrocho salarial.

Segundo.  Averiguação dos inúmeros casos de perseguição policial às lideranças sindicais, cassações de mandatos sindicais, demissões por motivação política, prisão e tortura e os danos morais e materiais decorrentes, bem como a indicação dos nomes das instituições e nomes dos agentes de Estado e seus cúmplices privados; além de assegurar a justa reparação moral e material.

Terceiro. Investigar todos os casos de assassinatos e ou desaparecimentos de sindicalistas e “promover o esclarecimento circunstanciado” e “sua autoria”, como manda o Inciso II; e “identificar e tornar públicos as estruturas, os locais, as instituições e as circunstâncias” como determina o inciso III do art. 3º da Lei 12.528/2011.

Quarto.  Investigar, esclarecer e garantir o direito à Memória, à Verdade, à Justiça, à Anistia Política e à Reparação Moral e Material (esta última aos familiares) dos 82 sindicalistas rurais mortos e ou desaparecidos durante o período de 1961-1988 que até hoje foram excluídos dos direitos da Justiça de Transição; bem como de outros sindicalistas que não obtiveram reconhecimento perante a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (Lei 9.140/1995).

Quinto. Investigar e esclarecer os vários atentados e massacres a movimento organizados de trabalhadores a exemplo do caso de Ipatinga, ocorrido em 07 de outubro de 1963, em Ipatinga, Vale do Aço, Minas Gerais; até hoje o numero ainda não mensurado de trabalhadores que foi reprimido, espancado e assassinados sem que tenha sido restituída a verdade dos fatos e respeitada à memória dos trabalhadores e reparado os danos aos seus familiares.

Sexto. A CUT encaminha em anexo uma lista preliminar, sujeita a revisão a partir de novas informações, a Lista Nº 01 de 82 sindicalistas rurais mortos e desaparecidos até hoje não reconhecidos oficialmente; a Lista 02 de 04 sindicalistas mortos e ou desaparecidos cujos processos ou não foram apreciados ou foram indeferidos pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos; e finalmente a Lista 03 de 23 Sindicalistas Mortos e Desaparecidos reconhecidos pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, cujos casos merecem como os demais, ser investigados em toda extensão para que se resgate a Memória, sobrevenha toda a Verdade e se busque a Justiça.

Sétimo. O 11º CONCUT delega a Executiva Nacional da CUT constituir uma Comissão para acompanhar os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade. A Comissão de Acompanhamento da CUT estimulara o resgate da memória dos trabalhadores, perseguidos, mortos e desaparecidos, recebera e encaminhara a CNV as denuncias das violações aos direitos humanos contra os trabalhadores durante a ditadura militar.

São Paulo (SP), 11 de julho de 2012

 

Link permanente para este artigo: https://forumverdade.ufpr.br/blog/2012/07/17/cut-entrega-lista-a-comissao-da-verdade-com-mais-de-100-trabalhadores-assassinados-durante-a-ditadura/

Tadeu Veneri particida de plenária do Fórum da Verdade

Tadeu Veneri critica a “institucionalização” da violência. Foto: Norton Nohama.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa participou no sábado,14, da Plenária  Estadual do Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça,  que foi realizado na APP Sindicato.

Durante o  debate Veneri falou sobre a violência intitucionalizada e a privação de direitos humanos que atinge milhares de famílias pobres em todo o país.  Veneri também relatou exeplos de violação de direitos humanos que ouviu no Seminário Internacional Operação Condor, realizado nos dias 4 e 5 de julho, na Câmara dos Deputados.

Veneri e o assessor da Comissão, Luiz Antonio Rosa, avaliaram que o debate é uma janela que se abre para o conhecimento da nossa história.“Nós temos que abrir para a nova geração a possibilidade de acesso ao conhecimento do processo de construção da democracia. É preciso que a atual geração saiba que, à disposição de uma causa, muitos brasileiros sacrificaram família, emprego e a vida”, disse Veneri.

O Seminário, organizado pela Comissão de Direitos Humanos e da Verdade, reuniu na Câmara parlamentares, especialistas e jornalistas do Brasil, da Argentina, do Paraguai, Uruguai e Chile, países onde funcionou, durante as décadas de 1960 e 1970, uma articulação militar secreta chamada de Operação Condor. A operação, articulada pelos Estados Unidos, tinha como objetivo reprimir os militantes de esquerda que combatiam as ditaduras nos cinco países da América Latina.

Luis Rosa destacou que o debate sobre a Operação Condor e seus impactos está adiantado nos demais países da América Latina. “No Brasil, ainda está travado o debate sobre a ditadura militar de 1964. Esse Seminário é uma maneira de fazer avançar essa discussão”, comentou.

O Seminário aprovou a Carta de Brasília, um documento que pede o julgamento e a punição dos torturadores que atuaram na repressão aos militantes que se opunham à ditadura militar.   Embora não se saiba com precisão o número de vítimas da Operação, estima-se que foram 50 mil mortos e 30 mil desaparecidos.

Fonte- Fórum Verdade

Link permanente para este artigo: https://forumverdade.ufpr.br/blog/2012/07/16/tadeu-veneri-particida-de-plenaria-do-forum-da-verdade/

Fórum da Verdade afirma princípios

Plenária contou com a participação de entidades, partidos políticos e personalidades integrantes do Fórum. Foto: Norton Nohama.

A trajetória do Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça, iniciada há oito meses, desde a aprovação da Comissão Nacional da Verdade, afirmou e consolidou alguns princípios de sua constituição e atuação.

O Fórum é herdeiro de uma luta que é travada há décadas, desde o período mais sanguinário da ditadura militar. Não inventamos nada, apenas retomamos essa luta num novo momento político. A busca da verdade, memória e justiça é uma bandeira da sociedade brasileira: por isso, nosso movimento é plural, aberto a todas as forças que dele queiram participar.

O Fórum extrai, assim, a principal lição da unanimidade construída em torno da aprovação da Comissão Nacional da Verdade. Esse amplo consenso social, impensável há alguns anos, é um ponto de apoio do qual não podemos abrir mão.

As entidades, partidos políticos e personalidades integrantes do Fórum mantêm suas identidades e projetos próprios, porém se juntam numa luta que é maior que cada um dos participantes.

O Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça vem cumprindo seu papel, que só tende a crescer em importância no próximo momento, em que a Comissão Nacional da Verdade inicia seus trabalhos, a Comissão Estadual da Verdade está para ser criada e a Lei de Acesso à Informação produz seus primeiros frutos.

Fonte- Fórum

Link permanente para este artigo: https://forumverdade.ufpr.br/blog/2012/07/15/forum-afirma-principios/

Um rico debate sobre a memória e a verdade

Professora Vera Karam fala sobre a justiça de transição. Foto: Norton Nohama.

A Plenária Estadual do Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça teve a contribuição inestimável dos professores Vera Karam, Leandro Gordorski e José Antonio Peres Gediel, do Setor de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Paraná, que abriram o encontro com exposições teóricas sobre o tema memória e verdade.

A professora Vera Karam fez um apanhado histórico sobre a figura jurídica do Direito de Transição, aceita internacionalmente, e como ele se aplica ao Brasil, neste momento de busca de afirmação da memória e da verdade, em contraposição à sobrevivência de instrumentos legais deixados pela ditadura militar, como a Lei da Anistia.

O professor Leandro Gordorski expôs a construção do reconhecimento da memória e da verdade como direito humano de cidadania e dever do Estado, a partir da elaboração do Plano Nacional de Direitos Humanos III, durante o governo Lula.

Os dois professores foram convidados a escrever sobre o objeto de suas exposições para o portal do Fórum.

Fonte- Fórum

 

Link permanente para este artigo: https://forumverdade.ufpr.br/blog/2012/07/15/um-rico-debate-sobre-a-memoria-e-a-verdade/

Plenária Estadual decide ampliar ações do Fórum

A Plenária Estadual do Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça, realizada no sábado, 14 de julho, aprovou uma série de iniciativas no sentido de aprofundar a mobilização. Entre essas iniciativas, estão as seguintes:

-interiorização- já foi criado o Núcleo Maringaense do Fórum. O objetivo é, até o final do ano, implantar o Fórum nas cidades de Paranaguá, Guarapuava, Cascavel, Foz do Iguaçu, Paranavaí, Apucarana, Ponta Grossa, Londrina e Francisco Beltrão, sendo que nas três últimas até o final de agosto.

-nomes de ruas e equipamentos públicos- será desencadeada uma campanha para retirar os nomes de ditadores desses locais e substituí-los por nomes de militantes vítimas da repressão política, ou, em outros casos, conferir esses nomes a ruas e equipamentos a serem inaugurados.

-participação na Comissão Estadual da Verdade- o Fórum pleiteará junto ao governo do Estado que seja garantida à Comissão total autonomia política e financeira e que isso esteja explicitado no anteprojeto de lei a ser enviado à Assembleia Legislativa.

-Memorial da Resistência- tentaremos programar uma visita ao Presídio do Ahú, com representantes do governo estadual e após gestões junto ao Tribunal de Justiça, no sentido de definir como se dará a ocupação desse espaço para o Memorial.

-participação nas atividades da Comissão Nacional da Verdade- a Comissão deverá vir a Curitiba nos dias 25 e 26 de outubro, promovendo a Caravana da Anistia, uma audiência pública e a inauguração do Memorial da Resistência, dos Caminhos da Resistência e do monumento das Diretas-Já.

-participação na reunião da Comissão Nacional da Verdade- o Fórum enviará uma delegação à reunião da Comissão, que será no próximo dia 30 de julho, em Brasília.

-organização do Observatório dos Direitos Humanos- foi marcada a primeira reunião do Grupo de Trabalho para a próxima sexta-feira, 20 de julho.

-fortalecimento do portal do Fórum- a Plenária indicou às entidades participantes do Fórum que façam links em seus sites para o portal, que está aberto à colaboração de todos.

-participação em iniciativas próprias de entidades- o Fórum participará da Mesa de Direitos Humanos do Cepial, dos atos de “escracho” e das atividades programadas pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Curitiba, entre outras.

-organização de uma atividade sobre a Operação Condor- a ideia é realizá-la em Foz do Iguaçu, na Tríplice Fronteira.

 


 

 

Link permanente para este artigo: https://forumverdade.ufpr.br/blog/2012/07/15/plenaria-estadual-decide-ampliar-acoes-do-forum/

Carregar mais