Repressão executou ao menos 350 pessoas na Guerrilha do Araguaia, afirma Fonteles

A Associação dos Torturados na Guerrilha do Araguaia e o Comitê Paraense pela Memória, Verdade e Justiça participam nesta sexta, 15, e sábado, 16, de audiência pública em Marabá, no Pará, com a Comissão Nacional da Verdade. Na pauta do debate a repressão à Guerrilha do Araguaia pelos militares. Para Paulo Fonteles Filho, representante do PC do B no Grupo de Trabalho Araguaia e um dos organizadores do encontro, aproximadamente 350 pessoas foram executadas pelas forças repressivas na região durante o cerco aos guerrilheiros na primeira metade da década de 1970. Entrevista à repórter Lúcia Rodrigues

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Claudio Fonteles assume a coordenação da Comissão Nacional da Verdade

O ex-procurador geral da República Claudio Fonteles é novo coordenador da Comissão Nacional da Verdade. Ele foi eleito na reunião de hoje da CNV e exercerá a função por três meses, até 16 de fevereiro de 2012, conforme determina o parágrafo 1º, do artigo 6º, do regimento interno da Comissão da Verdade (resolução nº 1 da CNV, publicada em 13 de julho de 2012 no Diário Oficial da União).

Fonteles já vinha exercendo a função interinamente desde a reunião da Comissão Nacional da Verdade de 1º de outubro, quando foi alçado à coordenação pro tempore da CNV por seus pares em substituição ao ministro do STJ Gilson Dipp, que desde a segunda quinzena de setembro encontra-se em tratamento de saúde no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Conforme o regimento interno, foi estabelecido que o primeiro coordenador teria mandato de seis meses e que os demais membros se revezariam na função por três meses cada um até o final do mandato legal da Comissão, que deve entregar um relatório circunstanciado sobre as graves violações de direitos humanos ocorridas no país entre 1946 e 1988, em 16 de maio de 2014. Resolução da CNV sobre a condução de Fonteles a função de coordenador seguiu hoje para publicação no Diário Oficial da União.

Fonte-Comissão Nacional da Verdade

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Comissão Nacional da Verdade assina quatro termos de cooperação no Paraná

A Comissão Nacional da Verdade assinou , durante a audiência pública em Curitiba, quatro termos de cooperação com instituições e entidades locais para auxiliar os trabalhos da Comissão. No evento também foi anunciada a composição da Comissão da Verdade da Universidade Federal do Paraná, que terá sete professores da UFPR no colegiado.

Os membros da CNV presentes a audiência, Paulo Sérgio Pinheiro e José Carlos Dias, assinaram cooperações com a Comissão da Verdade da UFPR, com a Comissão da Verdade da OAB-PR, com o Ministério Público do Estado do Paraná e com o Serviço de Paz e Justiça (Serpaj) do Brasil.

“Fico emocionado em ver a mobilização que a Comissão Nacional da Verdade está gerando. É a magia da CNV. Ao assinarmos quatro termos de cooperação com a sociedade civil provamos que a Comissão Nacional da Verdade está cumprindo seu trabalho de sensibilizar a sociedade”, afirmou o membro da CNV José Carlos Dias, ex-advogado de presos políticos.

À tarde, durante a audiência, o público recebeu com uma salva de palmas a notícia de que a Assembleia Legislativa do Paraná havia aprovado, sem emendas, projeto de lei do executivo, que cria a Comissão Estadual da Verdade. Com a medida, o Estado é o sétimo a ter uma comissão da verdade. Já há congêneres da Comissão Nacional em São Paulo, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Alagoas, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Além de acompanhar a assinatura dos convênios, o público teve a oportunidade de ouvir pela manhã os depoimentos de quatro ex-integrantes do movimento estudantil paranaense. Ex-alunos da UFPR e da antiga Universidade Católica (atual PUC), eles contaram episódios da repressão, como a prisão de estudantes no episódio conhecido como Chácara do Alemão, o cerco à UFPR, a prisão de mais de 40 paranaenses no Congresso da Une em Ibiúna, prisões ilegais, tortura e as pesadas condenações estabelecidas pela Justiça Militar.

“Fui condenado a quatro anos de prisão por participar de uma reunião”, contou Vitório Sorotiuk, preso quando participou do Congresso da Une, em Ibiúna. Ele relatou também que tomou posse no DCE da UFPR no palco do teatro da reitoria. “Era uma peça e, no meio dela, foi feito o anúncio solene. Eu estava com prisão preventiva decretada e a reitoria me impedia de tomar posse formalmente”, disse.

Esta foi a sétima audiência pública da Comissão Nacional da Verdade pelo país e a primeira realizada na região sul. Além da UFPR, participou da organização do evento a sociedade civil, por intermédio do Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça, que congrega representantes de mais de 40 organizações.

Ele contou que seu último julgamento de presos políticos foi no Paraná. A abertura já começava e os advogados acreditavam que os militantes que defendiam, presos por editar um jornal oposicionista em Foz do Iguaçú, seriam absolvidos. Dias combinou com os réus que se houvesse a absolvição todos se levantariam e cantariam o Hino Nacional. “Foi assim que encerrei minha atividade de advogado de presos políticos: cantando o Hino Nacional no Paraná”, relembrou, emocionado.

EMOÇÃO E PESQUISAS – A Guerra de Porecatu, série de conflitos entre posseiros contra latifundiários e a polícia, o massacre de Medianeira, que contou com a colaboração de agentes argentinos, em 1974, numa espécie de operação pré-Condor, e a Operação Marumbi, realizada para desarticular o PCB no Paraná foram os temas abordados à tarde.

O professor Angelo Priori, da Universidade Estadual de Maringá, apresentou dados da pesquisa que resultou no livro “O Levante dos Posseiros”, que conta a história da Guerra de Porecatu, levante de camponeses ocorrido entre 1942 e 1952 contra a opressão de latifundiários que contrataram jagunços e policiais para humilhar, torturar ou matar posseiros para expulsar as famílias de suas terras.

O período está dentro das atribuições da Comissão e, segundo Paulo Sérgio Pinheiro, o caso deve receber a atenção como exemplo de grave violação de direitos humanos ocorrido no período democrático que antecedeu o golpe de 1964. Segundo levantamento de Priori, dez camponeses foram mortos no período mais acirrado do conflito, sendo 5 deles com características de execução em 10 de outubro de 1950. Depois do Priori, outro professor da UEM, Reginaldo Benedito Dias, apresentou informações sobre a história da Ação Popular (AP) no Paraná.

O professor Júlio César Manso Vieira, contou como, aos 14 anos, subiu numa cerca do QG da PM do Paraná, de onde viu o pai e outros presos políticos detidos na Operação Marumbi em um estado deplorável. “A imagem era aquela do imaginário do que seria um campo de concentração. Todos estavam muito magros, não podiam utilizar próteses dentárias, seguravam as calças com as mãos, todos alinhados, perfilados. Eu não vi meu pai ser torturado. Eu vi o que a tortura fez com o meu pai”, contou. O irmão de Júlio, Ildeu Manso Vieira Júnior, foi preso com o pai quando tinha 17 anos e testemunhou as torturas sofridas pelo integrante do PCB. Emocionado, ele teve dificuldades para concluir seu relato.

O jornalista Roberto Elias Salomão fez uma apresentação sobre o Massacre de Medianeira, baseada na obra “Onde Foi Que Vocês Enterraram Nossos Mortos?”, de Aluizio Palmar, que conta como os militantes da Vanguarda Popular Revolucionária exilados na Argentina foram atraídos de volta ao país pelas falsas promessas de um agente infiltrado. O massacre ocorreu com a colaboração de agentes argentinos, num arremedo do que viria a ser a Operação Condor, oficialmente implantada em 1975.

Paulo Sérgio Pinheiro afirmou que todas as reivindicações da sociedade civil paranaense sobre a apuração do massacre de Medianeira devem ser atendidas pela Comissão da Verdade (o comitê local pede a continuidade das buscas pelos corpos). Ele também defendeu a inclusão do caso do Massacre de Porecatu no relatório.

Fonte- Comissão da Verdade

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UFPR cria a Comissão de Resgate da Verdade, Memória e Justiça

A Comissão Nacional da Verdade esteve reunida no Teatro da Reitoria na segunda-feira. Com a presença de diversos representantes de instituições da sociedade civil, foi implantada oficialmente a Comissão de Resgate da Verdade, Memória e Justiça da UFPR. O reitor Zaki Akel Sobrinho deu posse aos sete membros da comissão, os professores  Vera Karam Chueiri, Pedro Bodê de Moraes, Nizan Pereira, Eduardo Salamuni, Adriano Codato, Maria Odette de Pauli Bettega e José Antonio Peres Gediel. A comissão terá, entre suas atribuições centrais, examinar as violações de direitos humanos ocorridas no âmbito da UFPR no período entre 1946 e 1988. Segundo a  professora Vera Karam. “Vivemos um momento especial para a UFPR. É a oportunidade de pensar sobre e contra o esquecimento, que potencializa a injustiça. Temos o compromisso de investigar atos cometidos por professores, técnicos e alunos da UFPR, que representam crimes, e também um compromisso com aqueles professores, técnicos e alunos  e suas famílias que sofreram com estes atos. Esta é nossa missão”, declarou.

Paulo Sérgio Pinheiro, membro da Comissão Nacional da Verdade, salientou que a comissão não pode trabalhar sozinha. Por isso, colocará à disposição das comissões estaduais  as suas competências, que incluem a possibilidade de convocar cidadãos para depoimentos e acesso a arquivos de qualquer nível de sigilo. “O corpo docente e o movimento estudantil da UFPR passaram por grave repressão durante a ditadura”, observou. Ele ressaltou que a Comissão Nacional tem o compromisso de entregar um relatório a ser publicado em maio de 2014. Os dados permanecerão no Arquivo Nacional. “Esta será a história oficial do Estado brasileiro sobre a ditadura militar e ficará acessível às novas gerações, que vão perdendo a consciência do desastre que foi o autoritarismo no Regime Militar”, completou.

Também pela manhã foram assinados acordo de cooperação entre o Fórum Nacional da Verdade e a UFPR, e entre o Fórum e a OAB-PR, para investigação dos casos ocorridos no Paraná. A solenidade contou com a homenagem simbólica aos assassinados na ditadura no Paraná.
Reitor Zaki Akel Sobrinho deu posse à comissão

As atividades continuam à tarde, com testemunhos de sobreviventes da repressão ocorrida no estado, entre eles Vitório Sorotiuk, líder estudantil na época e hoje advogado, e Narciso Pires, presidente da Ong Tortura Nunca Mais. Nestes e em outros depoimentos serão lembrados episódios de repressão que ocorreram em áreas urbanas e rurais do estado. As mais conhecidas são a Operação Marumbi, a prisão dos estudantes na Chácara do Alemão, o Massacre de Medianeira, ligado à Operação Condor e à Guerra de Porecatu.

A operação Marumbi foi uma ação realizada em 1974 pela Delegacia da Ordem Política e Social (Dops) e do Centro de Operações de Defesa Interna – Destacamento de Operações Internas (Codi─DOI), que culminou na prisão de 65 pessoas contrárias ao regime militar e supostamente ligadas a partidos de esquerda. Nesse mesmo ano, seis militantes de esquerda foram assassinados na Região de Medianeira, cidade brasileira que faz fronteira com a Argentina, em uma operação que ficou conhecida como o Massacre de Medianeira.

Também na época da ditadura, o emblemático caso da prisão de estudantes que realizavam um congresso clandestino da União Nacional dos Estudantes em uma chácara próxima a Curitiba marcou o endurecimento do regime e a intensificação da repressão a estudantes ligados à militância.

Já a Guerra de Porecatu foi um caso de repressão policial ao movimento camponês no interior do Paraná, que ocorreu na década de 50 e se enquadra entre as violações de direitos humanos que podem ser abordadas pela Comissão da Verdade, que investiga o período de 1946 a 1988.

A audiência pública da CNV em Curitiba é realizada em parceria com o Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça. Outras 45 organizações do Estado apoiam a realização do evento. A expectativa é que a Assembleia Legislativa paranaense vote também neste dia 12 a criação da Comissão Estadual da Verdade do Paraná.

Fonte- UFPR/Simone Meirelles

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Crimes da Ditadura – Caminhos da Reportagem – TV Brasil

 

Assista aqui a reportagem da TV-Brasil “Crimes da Ditadura”.

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Comissão Nacional da Verdade investiga a repressão no Paraná

A Comissão Nacional da Verdade, em audiência púbica realizada na segunda-feira,12, em Curitiba, ouviu os relatos de vários casos de repressão política ocorridos no Paraná. A partir desses relatos, a Comissão iniciará uma investigação no sentido de determinar as responsabilidades pela violação dos direitos humanos.

Representada por dois de seus membros, Paulo Sérgio Pinheiro e José Carlos Dias, a Comissão realizou a audiência, que durou o dia todo, no Teatro da Reitoria da Universidade Federal do Paraná. Estiveram presentes à abertura da audiência o reitor da Universidade Federal, Zaki Akel Sobrinho;Marley Fernandes, presidente da-APP Sindicato; Marcio Kieller, da CUT Paraná; Narciso Pires do Grupo Tortura Nunca Mais do Paraná; vereador Pedro Paulo, da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Curitiba; deputado estadual Tadeu Veneri da Comissão de Direitos Humanos da Alep; Daniel Godoy, da Ordem dos Advogados do Brasil,secretaria estadual da justiça, Maria Teresa Uille Gomes e procurador geral do Estado, Gilberto Giacoia, entre outros parceiros.

Os episódios relatados foram os seguintes:

Prisões na Chácara do Alemão– Vitório Sorotiuk, João Bonifácio Cabral,  José Mânfio e Hélio Urnau contaram os principais fatos da luta estudantil do ano de 1968 contra os acordos MEC-Usaid, que tinham o objetivo de implantar o ensino pago nas universidades públicas. No dia 17 de dezembro de 1968, o Congresso Regional da UNE que se reunia na Chácara do Alemão, no bairro do Boqueirão, em Curitiba, foi violentamente reprimido pela polícia; 42 estudantes foram presos, 15 dos quais condenados a severas penas de prisão.

Operação Marumbi- a ofensiva desencadeada pela repressão contra os militantes do Partido Comunista Brasileiro-PCB, em 1975. O relato foi feito por Narciso Pires, pelos filhos de Ildeu Manso Vieira (Ildeu e Júlio), sua viúva, Nair e Honório Rúbio Delgado.Cerca de 100 militantes do PCB foram presos e torturados no Quartel da Polícia do Exército e na clandestina Clínica Marumbi. Seguiram-se processos e condenações. Vários nomes de torturados foram apontados.

Massacre de Medianeira- em 1974, seis militantes da Vanguarda Popular Revolucionária-VPR foram atraídos numa emboscada na Argentina e levados para a morte. Cinco deles foram assassinados na Estrada do Colono, atual município de Serranópolis do Iguaçu, no Oeste do Paraná. O sexto, Onofre Pinto, foi assassinado em Foz do Iguaçu. O relato foi feito por Roberto Elias Salomão, com base nas informações contidas no livro “Onde foi que vocês enterraram nossos mortos”, fruto de uma pesquisa de 26 empreendida por Aluízio Palmar. Foram citados nomes de torturadores, assassinos e militares envolvidos.
Veja a apresenta aqui: Massacre de Medianeira

Guerra de Porecatu– relato feito pelo professor Angelo Priori, da Universidade Estadual de Maringá. Priori é autor de uma pesquisa sobre o levante dos trabalhadores rurais da região de Porecatu contra grileiros, latifundiários, empresas e poder público, num período que perpassa as décadas de 40 e 50 do século passado. Os nomes dos camponeses assassinados, bem como de muitos grileiros, empresários e políticos envolvidos na repressão foram apontados.

Repressão contra organizações de esquerda- também foram abordados os casos de repressão contra a Ação Popular Marxista Leninista (APML), relato feito pelo militante Cláudio Ribeiro e pelo pesquisador Reginaldo Dias; contra a organização Política Operária-Polop, pela militante Teresa Urban; e contra o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário-PCBR, pelo militante Romeu Bertol.

Fonte- Fórum Paranaense de Resgate da Memória, Verdade e Justiça

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Assembleia Legislativa aprova a criação da Comissão Estadual da Verdade

Alep – Podcasts – Assembleia aprova a criação da Comissão Estadual da Verdade

Os deputados estaduais aprovaram na sessão ordinária desta quarta-feira (7) o projeto de lei nº 497/12, do Poder Executivo, que cria a Comissão Estadual da Verdade. Passaram ainda pelo Plenário mais onze proposições, nove indicações parlamentares e foi mantido um dos vetos constantes da pauta de trabalhos – a Ordem do Dia.

De acordo com o Executivo, a Comissão da Verdade terá a finalidade de examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas no Paraná no período de 18 de setembro de 1946 a 5 de outubro de 1988, contribuindo com a Comissão Nacional da Verdade na consecução de seus objetivos, no âmbito estadual.

O Executivo lembra, na Mensagem nº 061/2012 enviada ao Legislativo, que o governo federal criou, no âmbito da Casa Civil da Presidência da República, a Comissão Nacional da Verdade, pela Lei nº 12.528, de 18 de novembro de 2011, que tem entre suas finalidades efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional.

Informa ainda que, no Paraná, a Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, atendendo à demanda da sociedade civil pelo esclarecimento das violações de direitos humanos no período citado, com o apoio do Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça e, especialmente, da Universidade Federal do Paraná, elaborou a proposta que agora está em debate na Assembleia.

O projeto, que passou em primeiro turno de votação, estabelece que a Comissão paranaense será composta por sete membros de notório saber com atuação na área de Direitos Humanos, indicados e designados pelo governador do Estado do Paraná, sendo um deles, obrigatoriamente, pertencente ou indicado pelo Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça.

Fonte- Alep

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Caravana da Anistia – reportagens UFPRTV e Bom Dia Paraná, veja também repostagem de Miriam Leitão sobre Marighella

 

 

 

Marighella:

http://g1.globo.com/globo-news/miriam-leitao/videos/t/todos-os-videos/v/mario-magalhaes-conta-a-historia-do-guerrilheiro-carlos-marighella/2221153/

 

Bom dia Paraná :  “Caravana da Anistia” desembarca em Curitiba

http://globotv.globo.com/rpc/bom-dia-parana/v/caravana-da-anistia-desembarca-em-curitiba/2209237/

 

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Instituto Vladimir Herzog lança “Os cartazes desta história”, livro que reúne manifestações políticas da América Latina em prol dos Direitos Humanos

O Instituto Vladimir Herzog promove hoje (6) o lançamento do livro “Os Cartazes desta História”, que reúne obras produzidas contra ditaduras na América Latina.

A publicação traz cerca de 300 cartazes, documentos e fotografias de movimentos de resistência aos regimes, produzidos entre os anos 1960 e o início da década de 1990.

O foco principal da obra é a luta contra a ditadura brasileira (1964-1985) e o movimento da sociedade civil após a Lei da Anistia, em 1979.

Organizada pelo jornalista Vladimir Sacchetta, a obra tem também cartazes de países como Argentina, Nicarágua e Guatemala — além dos anúncios criados no Brasil.

Traz ainda uma análise das composições feita por Chico Homem de Mello, pesquisador da área do design gráfico da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.

A obra é parte do projeto “Resistir é Preciso…”, lançado pelo instituto no ano passado, que pretende resgatar a trajetória da imprensa durante a ditadura militar.

Em 2011, o grupo já havia publicado a obra “As Capas desta História”, uma coletânea de primeiras páginas de veículos clandestinos publicados durante a ditadura.

Também lançou coleção de 19 edições do jornal “ex-“, fechado pelo regime após reportagem que denunciava a morte de Herzog em 1975.

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Comissão da Verdade buscará fora do País dados sobre abusos da ditadura

Além de pesquisas feitas no Brasil, a Comissão da Verdade, em sua tarefa de investigar os abusos cometidos contra os direitos humanos de 1946 a 1985, sairá em busca de documentos, arquivos, telegramas e relatórios sobre o assunto mantidos até hoje por governos estrangeiros e organizações internacionais.

O que se pretende é lançar luz sobre atos praticados pela chamada Operação Condor, que uniu governos do Cone Sul no combate a movimentos de esquerda. Arquivos já montados por comissões da verdade na Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai serão consultados pelos representantes do grupo brasileiro. Nessa investigação se tentará identificar a cooperação, via Operação Condor, entre os regimes militares da região.

O Estado obteve confirmações de que também serão consultados os arquivos diplomáticos desses países. Os nomes dos governos em questão ainda estão sob sigilo. O esforço inclui o acesso a arquivos de entidades do sistema ONU e outras da Organização dos Estados Americanos (OEA).

A ONU já comunicou que está disposta a ajudar a Comissão da Verdade no Brasil – o que foi deixado claro, no momento de sua instituição, pela alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Navi Pillay.

Nesta semana, questionado pelo Estado, o sub-secretário-geral da ONU e ex-diplomata sueco Jan Eliasson reforçou o propósito. “Como diplomata sueco, trabalhei por muito tempo, nos anos 70, recebendo refugiados do Chile, Argentina e Uruguai, que viviam ditaduras”, disse ele. “É um grande alívio ver que esse período acabou. Hoje, qualquer esforço de reconciliação deve ser apoiado.”

Ajuda externa. A busca da comissão brasileira em outros países, ao que consta, não é inédita. Nações que passaram por processos similares no Cone Sul e também a África do Sul recorreram a documentos de diplomacias estrangeiras para saber mais sobre o que ocorria dentro de suas fronteiras. No Mercosul, governos chegaram a fechar um acordo para a abertura conjunta de arquivos, para agilizar a busca por informações.

Diplomatas brasileiros envolvidos nesse acordo revelaram ao Estado que, nas reuniões de negociação, ficou claro que os atuais governos enfrentam desafios parecidos.

Segundo Eliasson, militares de cada um dos países envolvidos alegavam não haver mais documentos do período – e assim não haveria mais prova de qualquer crime. “A esperança de muitos é que revelações possam estar guardadas justamente do outro lado da fronteira”, ponderou.

Uruguai. No início do ano, o atiual ministro de Relações Exteriores do Uruguai, Luís Almagro, revelou ao Estado que seu governo estava preparando um pedido oficial de acesso aos arquivos da ditadura uruguaia que possam existir no Brasil, justamente para obter informações sobre crimes praticados naquele país.

“Precisamos ir no sentido contrário ao do seguido quando criaram a Operação Condor”, afirmou. “Ir no sentido inverso e usar o fato de que somos democracias para contribuir justamente na troca de informações”, completou o ministro uruguaio.

Fonte- Jornal O Estado de S. Paulo

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