A Prisão Provisória de Curitiba, conhecida como Presídio do Ahú, foi utilizada nos momentos mais agudos
da repressão para alojar presos políticos, embora também abrigasse presos comuns. No subsolo do Ahú, um calabouço frio e úmido com cinco solitárias abrigava presos comuns e políticos. Cada solitária de um metro de largura por 1,70 de altura e 1,80 m de comprimento foi palco do sofrimento de inúmeros detentos por cerca de 50 anos, entre 1925 e 1975. Muitos militantes presos durante a Operação Marumbi, em 1975, foram levados ao Presídio, o que não impediu que de lá fossem retirados para novas sessões de tortura na Clínica Marumbi ou no Quartel da Polícia do Exército. Ficaram presos no Ahú em 1975, entre outros, Diogo Afonso Gimenes, Antonio Brito Lopes, Ildeu Manso Vieira, Narciso Pires e Mário Siqueira.
Abandonado, o prédio do presídio- que traçou os primeiros passos dos 104 anos do sistema penitenciário no Paraná- carrega os desgastes do tempo. São rachaduras, problemas de fiação, sujeira e bolor espalhados pelas seis galerias. O prédio inaugurado em 1903, como Hospício Nossa Senhora da Luz, teve suas obras iniciadas em 1896 e funcionou até janeiro de 1907. No ano seguinte deu lugar ao presídio.
O Fórum Paranaense de Regaste da Memória, Verdade e Justiça solicitou junto ao Tribunal de Justiça que algumas dependências do Presídio do Ahú sejam utilizadas como Memorial da Resistência. O objetivo é preservar a história, de triste memória deste local e homenagear os militantes que lutaram, durante o regime militar, pelo restabelecimento da democracia.
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