Em Curitiba, audiência pública aprofunda investigações da Operação Condor

O Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça e a Comissão Estadual da Verdade – Teresa Urban (Grupo de Trabalho Operação Condor), a Comissão Nacional da Verdade e a UFPR realizam nos dia 1º e 2 de setembro audiência pública para aprofundar as investigações sobre a Operação Condor.

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Martin Almada investigou durante mais de 15 anos detalhes sobre a Operação Condor.

Criada secretamente em Santiago do Chile, em 1975, a Operação Condor foi a mais articulada e  ampla manifestação de terrorismo de Estado, sem precedentes na história mundial. Representou um acordo multilateral e sigiloso entre os vários regimes militares da América do Sul — Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai com a CIA dos Estados Unidos e foi criada com o objetivo de coordenar a repressão a opositores dessas ditaduras, eliminar líderes de esquerda instalados nos países do Cone Sul e para reagir à OLAS, Organização Latino-Americana de Solidariedade, criada por Fidel Castro.

 

Participarão da audiência publica, no teatro da Reitoria, em Curitiba, o advogado paraguaio Martin Almada; a coordenadora do Serviço de Paz e Justiça do Uruguai Ana Juanche; o representante do Movimento de Justiça e Direitos Humanos- Brasil Jair Krischke; a representante do Ministério das Relações Exteriores da Argentina Maria Teresa Piñero e a membro da Comissão Nacional da Verdade, Rosa Cardoso.

 

 

Martin Almada– advogado paraguaio, pesquisador dos arquivos da Operação Condor e vencedor do Prêmio Nobel da Paz Alternativo de 2002. Foi ele quem descobriu, em 1992, arquivos que comprovam a cooperação entre os regimes militares do Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Bolívia e a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, na sigla em inglês). Almada debruçou-se durante mais de 15 anos da investigação desses documentos, trabalho pelo qual ganhou outros prêmios, como a Medalha de Gratidão, do Movimento das Avós da Praça de Maio, em 1997, e a Medalha Chico Mendes de Resistência, em 1999.

 

Rosa Maria Cardoso da Cunha, membro da Comissão Nacional da Verdade e coordenadora do grupo de trabalho Operação Condor, é advogada e professora universitária. Criminalista, atuou em defesa de presos políticos no RJ, em SP e no DF. Na advocacia tem trabalhado particularmente nos delitos previstos na legislação penal especial. Integrou o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (1999/2002) e foi Secretaria Adjunta de Justiça do Estado do Rio de Janeiro(91/94). Foi a quarta  coordenadora da CNV, entre maio e agosto de 2013.

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Maria Teresa Piñero é responsável pelo departamento de recuperação da memória histórica do ministério das relações exteriores da Argentina  onde estão os documentos do período da ditadura argentina e da operação condor. Também e resposável pelo relacionamento com as Comissões e Comitês Internacionais  que tratam das graves violações  ocorridas nas ditaduras  do Continente Latino Américana.

 

Ana Juanche, consultora do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e membro da Instituição Nacional dos Direitos Humanos e Defensora do Povo do Uruguai. É também coordenadora latino-americana do Serviço Paz e Justiça na América Latina- SERPAJ AL.

 

 

Jair Krischke, fundador do Movimento de Justiça  e Direitos Humanos (MJDH), foi agraciado com a Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara do Senado Federal. Tem forte atuação na denúncia de violações de direitos humanos na área do Cone Sul durante os anos das ditaduras militares. Cerca de dois mil perseguidos nos regimes militares d região escaparam da morte e ganharam  a sobrevivência no exílio graças à atuação de Krischke e do MIDH.

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