Delegação chefiada pelo professor Paulo Sérgio Pinheiro, coordenador do grupo de trabalho “Violações de Direitos Humanos de brasileiros no exterior e de estrangeiros no Brasil”, da Comissão Nacional da Verdade, começou hoje (21/04) a percorrer o Chile, em missão oficial.
Até sexta-feira (25/04), a missao da CNV percorrerá arquivos e instituições chilenas de defesa dos Direitos Humanos e serão recebidas por autoridades locais.
Na década de 70 chegou a 80 o número de brasileiros que foram presos no Estádio Nacional, em Santiago, logo que a ditadura do general Pinochet assumiu o poder. A colaboração entre a repressão política brasileira e chilena começa no dia do golpe e depoimentos prestados ao Senado e à CNV, e documentos, apontam que militares brasileiros cooperaram com os chilenos e torturaram presos no país vizinho. (Saiba mais aqui: http://www.cnv.gov.br/index.php/outros-destaques/470-militares-e-policiais-brasileiros-torturaram-presos-no-estadio-nacional-do-chile).
Nesta segunda, a missão da CNV foi recebida por Carmen Duhart, diretora dos Arquivos da Chancelaria chilena, em seguida, visitou a Fundação de Documentação e Arquivo do Vicariato da Solidariedade.
Amanhã de manhã, a missão será recebida pelo chanceler chileno Heraldo Muñoz, que, em sua visita ao Brasil, no início deste mês, anunciou que os dois países estão próximos de assinar um acordo bilateral de colaboração para a troca de documentos sobre graves violações de direitos humanos nos dois países durante suas ditaduras. Em seguida, a comitiva irá ao Museu da Memória e será recebida por Claudio Nash, diretor do Centro de Direitos Humanos da Universidade de Chile.
À noite, a missao da CNV será recebida pelo ex-presidente chileno Eduardo Frei Ruiz-Tagle, que governou o Chile entre 1994 e 2000. Eduardo Frei é filho de Eduardo Frei Montalva, que governou o Chile entre 1964 e 1970, falecido em 1982. Em 2005, uma investigação foi aberta após a denúncia de que agentes da polícia secreta chilena haviam envenenado Frei pai, o que foi confirmado após exumação e exames laboratoriais.
Na quarta, Paulo Sérgio Pinheiro fala na Academia Diplomática do Chile. Na quinta, o grupo será recebido pelo embaixador brasileiro no Chile, Georges Lamazière. Mais tarde, o grupo reúne com a juíza chilena Lorena Fries. Na sexta-feira, a comitiva vai ao Londres 38, um centro de memória que, no auge da repressão chilena, foi local de mortes, torturas e desaparecimentos.
Equipes da CNV, além do Chile, já visitaram a Argentina, o Uruguai e o Paraguai em busca de informações e documentos para os trabalhos de investigaçao da Comissão.
Fonte- Comissão Nacional da Verdade
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