Fórum Paranaense de Resgate da verdade – Foto: Rodrigo Juste Duarte
O resgate da memória e o acesso às informações sobre os acontecimentos no período da Ditadura Militar no país (de 1964 a 1985) foram os pedidos unâmimes das mais de 500 pessoas que participaram do Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça realizado nesta quinta-feira (12), no Teatro da Reitoria.
Representantes da Universidade Federal do Paraná, Sindicatos, Partidos Políticos, Procuradoria do Estado e Entidades de Classe se juntaram ao Coordenador Nacional da Memória, órgão da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Gilney Viana, para lembrar que o Fórum tem como ponto de partida a convergência significativa em busca da elucidação dos crimes cometidos durante o regime militar.
As conclusões do encontro estão em documento no qual é lembrado que 500 mil pessoas foram perseguidas. Milhares delas, mortas e torturadas nos quartéis e delegacias da repressão. Motivo suficiente para que o passado seja esclarecido. O documento foi entregue ao representante do Governo Federal.
Teatro da Reitoria durante o Fórum Paranaense de Resgate da verdade – Foto: Rodrigo Juste Duarte
Viana, que é médico e professor da Universidade Federal do Mato Grosso, disse que a escolha da UFPR para sediar o encontro foi muito importante porque a ditadura destruiu os projetos das universidades e desviou o foco de vários cursos, como o de Sociologia e o de Filosofia. Os alunos eram obrigados a estudar Educação Moral e Cívica, considerada um bê-á-bá do fascismo. “A memória da época da ditadura deve ser construída por meio de uma narrativa, como aconteceu na Argentina e no Chile e a abertura total dos arquivos é imprescindível para que isso aconteça”, acrescenta Viana.
Sobre a Comissão da Verdade, sancionada pela presidente Dilma Rousseff, em novembro do ano passado, e que vai apurar as violações dos direitos humanos praticadas pela ditadura militar, Viana acredita que deve ser feito um relatório verdadeiro. “Não tivemos presidentes, tivemos ditadores. Eles não perseguiram algumas pessoas, perseguiram o povo brasileiro”, destacou. Naquela época, os interesses econômicos foram colocados em xeque. Os salários foram achatados e a classe trabalhadora pagou o preço do chamado “Milagre Econômico” no final da década de 60.
O reitor da Universidade Federal do Paraná, Zaki Akel Sobrinho, acrescentou que o evento “tinha de ser hoje e tinha de ser aqui”, referindo-se à universidade sediar o encontro. A Universidade é o lugar em que o debate pode ser realizado sem nenhum tipo de retaliação. Zaki lembrou das 42 entidades fortes que emprestaram suas energias para o avanço da Comissão. “Estamos aqui para ajudar com vários setores da universidade, professores, servidores e alunos. Colocamos à disposição toda nossa força de trabalho.”
Por Ana Paula Moraes e Amanda Pofahl
Veja a reportagem da UFPRTV:
http://200.17.241.76/content?vspace=1307&cid=19348352
Confira no Flickr as fotos de todas as pessoas que fizeram suas saudações no Fórum:
http://www.flickr.com/photos/ufpr/sets/72157629809825505/
Gilney Viana no Fórum Paranaense de Resgate da verdade – Foto: Rodrigo Juste Duarte
Fórum Paranaense de Resgate da verdade, Memória e Justiça – Foto: Rodrigo Juste Duarte
Manifesto forum da verdade
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