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O episódio mais marcante da luta contra a ditadura militar no Paraná completará 46 anos em maio. A ocupação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) por estudantes que protestavam contra a cobrança de mensalidades ecoou nacionalmente ao lado do turbilhão de protestos que varreram o mundo em 1968. O episódio foi eternizado pela foto de um jovem empunhando um estilingue contra militares a cavalo e que rendeu ao fotógrafo Edison Jansen, do jornal O Estado do Paraná, a maior premiação jornalística do país: o Prêmio Esso.
O estudante virou médico. José Ferreira Lopes, o Dr. Zequinha, permanece nos movimentos de defesa dos perseguidos políticos. O jovem revolucionário Zequinha, diretor da União Paranaense de Estudantes (UPE) e membro da Ação Popular, percorreu um longo caminho até virar doutor. E pagou caro pela notoriedade. Preso três vezes em Curitiba, decidiu viver na clandestinidade e se mudou para Minas Gerais para trabalhar como operário.
Em Belo Horizonte, caiu nas garras do Dops e vagou quase dois anos pelas mais temidas cadeias militares do país. Se no Paraná a tortura era “leve”, baseada em socos nos rins, em Minas e no Rio de Janeiro elas evoluíram para os choques elétricos, afogamentos e simulações de fuzilamento.
Zequinha diz que nem as torturas foram capazes de provocar arrependimento. “O que fizemos em 1968 foi um dos maiores marcos do século 20. Só tenho orgulho por ter feito parte dessa história.”
Dos líderes do movimento de 1968 na UFPR, muitos ainda têm papel importante na política estadual. O então presidente do Diretório Central dos Estudantes foi procurador-geral do Paraná, Carlos Marés, e o da UPE, Stenio Jacob, que já foi presidente da Sanepar. Segundo estimativas do grupo Tortura Nunca Mais do Paraná, houve pelo menos 2,7 mil prisões políticas no estado durante a ditadura.
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