Localização: Entre as ruas XV de Novembro, General Carneiro, Amintas de Barros e Dr. Faivre- Centro
O campus que abriga a Reitoria da Universidade Federal do Paraná foi palco de grandes mobilizações estudantis, particularmente entre 1965 e 1968.
No ano de 1968, o então reitor da UFPR, Flávio Suplicy de Lacerda, tomou uma decisão: a Universidade Federal do Paraná, uma instituição pública, passaria a cobrar por seu ensino. Cursos noturnos, passariam a ser pagos. Esse novo sistema começaria a vigorar quando os calouros daquele ano fossem aprovados. No dia do vestibular de 68, os estudantes da Universidade, sob liderança do DCE (Diretório Central dos Estudantes), da UPE (União Paranaense de Estudantes) e da UPES (União Paranaense de Estudantes Secundaristas) impediram a realização da prova no Centro Politécnico com sucesso, adiando o concurso. Suplicy insistiu em manter sua decisão e realizar uma segunda prova. Novamente, os movimentos estudantis se mobilizaram para impedir o vestibular, mas a presença da polícia montada fez com que a operação falhasse.
Cerco à Reitoria -Então, no dia 14 de maio daquele ano, os estudantes tomaram a Reitoria da UFPR, derrubaram o busto do reitor Suplicy e arrastaram a imagem pelas ruas em uma marcha contra a Universidade paga. A polícia recebeu ordens de não interferir e os estudantes foram poupados de mais violência. Esta última manifestação foi marcada pelo sucesso absoluto.
A tomada da Reitoria tem uma enorme significância, pois foi realizada em um período de ditadura e opressão militar no Brasil. Em termos mundiais, o ano de 68 é emblemático: vários países testemunharam movimentos estudantis que pediam a reforma do ensino, a liberdade de expressão e davam visibilidade a uma nova espécie de jovem questionador e rebelde.
Um dos líderes desses jovens que em 1968 tomaram a Reitoria da universidade mais antiga do país era o jovem José Ferreira Lopes, mais conhecido por Zequinha pelos amigos e pelos algozes. Membro do DCE e da UPE naqueles anos, foi testemunha de sentimentos e atitudes antagônicas, a coragem dos estudantes e a covardia das autoridades, chegou a ser preso e torturado, viu colegas sucumbirem à violência do Estado e, anos depois, voltou a cursar a profissão que fora forçado a abandonar, a Medicina, tornando-se o Dr. Zequinha.
O campus também teve um papel importante quando da retomada do movimento pela redemocratização. Sediou não apenas manifestações de estudantes, mas também de diversos movimentos sociais e políticos.
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Universidade Federal do Paraná - Rua XV de Novembro, 1299 - Centro, Matriz, Curitiba - PR, 80060-000, Brasil